Segunda-feira, 3 de Janeiro de 2011
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A Europa está em declínio acentuado, a todos os níveis. O que vem aí, nesta década que agora se inicia, nem os bruxos conseguem adivinhar. Mas não é só o declínio económico e a consequente perda gradual de direitos sociais. São os direitos políticos, as liberdades e as garantias dos cidadãos e a qualidade da democracia que se enfraquecem dia a dia. O partido conservador no poder na Hungria – país membro da EU – aprovou uma lei que prevê, entre outras «pérolas», pesadas multas (até 750 mil euros) aos jornalistas que publiquem notícias que não sejam «politicamente equilibradas» ou que ofendam «o interesse público» ou a «ordem moral». Uma entidade reguladora, nomeada pelo governo, aplicará a lei, tendo ainda muitos outros poderes, incluindo o acesso prévio ao material informativo. O jornal húngaro Népszabadság titula em primeira página, em todas as línguas da EU: «A liberdade de imprensa na Hungria acabou». Também, segundo o DN, o governo português prepara-se para entregar às polícias norte-americanas os ficheiros dos portugueses, que constam do Arquivo de Identificação Civil e Criminal e a base de dados de ADN, que se encontra no Instituto de Medicina Legal, em Coimbra. A devassa generalizada da vida privada dos cidadãos, através das escutas telefónicas, em nome da luta contra o terrorismo ou contra a corrupção, com a cumplicidade de quase toda a gente, foi o primeiro rombo no património democrático europeu. A partir daí, como vamos assistindo, muitos outros rombos se seguem. Até onde? Até quando?
Por Tomás Vasques às 08:51
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http://hojehaconquilhas.blogs.sapo.pt/1210188.html
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