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Se os portugueses não tivessem memória curta e tivessem sido leitores do Expresso teriam dado por uns artigos de Cavaco Silva que, segundo o próprio, alertavam para o risco de Portugal chegar à situação em que estamos. Mas esses mesmos portugueses recordar-se-iam igualmente da última vez que o FMI esteve em Portugal, em 1983. Nesse te...mpo o grande problema da economia portuguesa era o mesmo que enfrentamos actualmente, a sua competitividade externa agravada agora por um contexto internacional menos favorável e por uma dívida pública e privada que consomem uma parte cada vez mais significativa da riqueza produzida pelo país.
Tal como agora os jovens não tinham emprego e no meu caso a situação era agravada pelo estigma de ter tirado a licenciatura do ISEG, os anúncios de empregos excluíam os que se tinham licenciado naquela escola, os senhores da Universidade Católica (por onde andava o Cavaco) e da Nova (onde o Cavaco se baldou até ter tido um processo disciplinar) usavam da sua influência para as empresas empregadoras favorecerem os pupilos da Nova e da Católica.
Lembrar-se-iam também de que a causa remota da vinda do FMI foi a decisão de Cavaco Silva de revalorizar o escudo, uma manobra eleitoralista apoiada num falso nacionalismo que retirou a competitividade externa das economias portuguesas, com as consequências que o país conheceu depois. O mesmo Cavaco que tinha responsabilidades directas no descalabro da economia portuguesa deu depois o golpe ao governo do bloco central quando tudo estava resolvido, governando em tempo de falsas vacas gordas, à custa da adesão à CEE que tinha sido conseguida por Mário Soares, do reequilíbrio das contas externas alcançado num governo liderado pelo mesmo Mário Soares e da imensidão dos fundos comunitários. Há poucos dias muitos evocaram o papel do falecido Ernâni Lopes na recuperação da economia portuguesa, ninguém se recordou de quem foi o responsável por Portugal ter ido bater à porta do FMI, nesse tempo Cavaco não tinha tempo para alertar em artigos no Expresso para as consequências da sua incompetência.
Outro exemplo da preocupação de Cavaco Silva com a protecção da economia portuguesa e a competitividade das nossas empresas foi-nos dado quando já era primeiro-ministro. Para reduzir a taxa de inflação não hesitou em eliminar os mecanismos de protecção negociados durante a adesão para o sector agrícola e de um dia para o outro sectores como os cereais, carnes e lácteos deixaram de ter qualquer protecção em relação à forte concorrência dos produtos vindos dos outros estados-membros soçobrando face à competitivade da agricultura europeia.
Cavaco Silva é o pai da conquista de votos a qualquer preço, dos acordos de concertação social à custa de cedências generalizadas, dos negócios lucrativos de acções com cotações fixadas por Oliveira e Costa, da promoção de professores de trabalhos manuais com o 5.º ano a professores com estatuto de licenciados, da possibilidade de os funcionários públicos poderem comprar anos de serviço com base em mentiras o que permitiu a muito boa gente reformar-se com cinquenta anos porque deram explicações quando tinham doze, dos aumentos de pensões de reforma em vésperas de eleições, do agendamento de dezenas de cerimónias de inauguração de obras públicas em vésperas de eleições, de cerimónias do CCB onde se exibiam publicamente os novos militantes do PSD, muitos deles promovidos a chefes depois do competente preenchimento da ficha de militante.
Cavaco Silva é o pai das políticas eleitoralistas sem escrúpulos em que os votos justificam os meios, da invasão do Estado por milhares de boys, do enriquecimento fácil à custa do Estado, é o pai espiritual dos que roubaram mais de 3 milhões de euros no BPN que os portugueses terão de pagar com impostos e cortes de vencimentos. O candidato presidencial Cavaco não previu o futuro do país num artigo que escreveu há sete anos, o agora candidato presidencial escreveu o futuro do país quando foi ministro das Finanças e primeiro-ministro, escreveu gatafunhos na democracia quando o seu pau mandado inventou escutas e está a escrever uma página triste na história da instituição Presidência da República.
Quando Miguel Cadilhe disse que Cavaco Silva era o pai do monstro pecou por defeito, o candidato presidencial Cavaco Silva é ele próprio a representação viva do monstro.
CAVACO O INTOCÁVEL
Pois...
O inatacável. O acima de toda a crítica...O próximo de Deus! O que defende o PEC. Para que não lhe falte nas reformas! O mesmo PEC dos sacrifícios... PARA OS OUTROS! Na posição dele, eu também o defendia.Com a mesma hipocrisia que lhe conhecemos há 30 anos. Vejamos:
- Uma vez, enquanto era PM, foi a um hospital do Algarve, ver o pai, que estava doente. O segurança pediu-lhe a identificação como era o seu dever.Ele não lhe deu o BI e despediu-o.
Felizmente que se criou uma onda de solidariedade e arranjou-se novo trabalho para o segurança do hospital (anos 90, creio).QUE SE HAVIA LIMITADO A CUMPRIR O SEU DEVER.
Há mais:
- Na inauguração do caminho de ferro via Ponte 25 de Abril (Julho de 99), a cadeira que lhe destinaram ficou vazia.
Embora convidado, faltou.Pois...Quando o melhoramento foi inaugurado, era outro o primeiro-ministro.
Então, comparecer para quê? Não ocupava o centro das atenções! Não era inaugurado pelo homem do leme.
O mesmo homem do leme que (recentemente, já PR), quando confrontado pelo facto de umas acções do grupo BPN/SLN que havia adquirido fora de bolsa haverem valorizado cerca de 150% respondeu:
- Nessa altura não desempenhava quaisquer funções públicas, portanto nada tenho a dizer.
( A honestidade segue, pois, ciclos - quando se desempenham ou não funções públicas...)
O mesmo que, sacrificando o seu próprio partido atacou o Governo de Santana Lopes.
O mesmo que plantou as notícias sobre escutas (o fiel Fernando Lima apenas mudou de posição - afastá-lo, nunca!
Os seus não são afastados. Quando muito, caem de maduros. Lembram-se da sisa de Cadilhe (finais da década de 80)? Ele defendeu-o. Do sangue de Leonor Beleza (1985/86), defendeu-a até ao fim.
Do recente escândalo BPN (recente)? Quando já era insustentável a presença do escudeiro Dias Loureiro no Conselho de Estado (e até personalidades da área do PSD comentavam o assunto)? Ele dizia que nada se havia provado...
Até que Loureiro caiu. Não podia ser de outra forma...
Ele acha que basta ser dos seus. Isso confere absoluta imunidade...Lembram-se dos anos (1982/83) que levou a atacar Balsemão? E depois Mota Pinto (1983 a 85)? (a esposa exclamou na altura: - mataram o meu marido...!)
Mas quando Carlos Macedo - que, além de ser médico, foi seu colega de executivo (Ministro da Saúde) no Governo AD presidido por Sá Carneiro - atacou Leonor Beleza, sua Ministra da Saúde, foi, pura e simplesmente, EXPULSO do PSD, de que era Presidente na altura. Coincidência...Lembram-se quando atacou o Governo do seu próprio partido, encabeçado por Santana Lopes, com a história da boa e má moeda, favorecendo, assim, o PS de José Sócrates (2004)?
Atacando forte e feio...Recordam-se, quando, na sequência destes ataques (feitos em 2004) Alberto João Jardim (polémico, mas destemido) se referiu a ele como "sr.Silva" ? Pois foi...Logo a seguir, como candidato a Belém, foi à Madeira (2005). Beijar a mão que o atacou, pois precisava do voto dos madeirenses, não fosse o Diabo tecê-las, não ganhar à primeira volta e suceder-lhe o mesmo que a Freitas do Amaral em 1986? E por falar em Freitas do Amaral?
Lembram-se de Aníbal o ter apoiado em 1985/86 e depois se ter recusado a pagar a parte que cabia ao PSD (por ele liderado) nas dívidas de campanha, que depois o candidato pagou, com pareceres que - na sua qualidade de jurisconsulto e professor catedrático da Faculdade de Direito de Lisboa - foi elaborando ao longo dos anos seguintes?
É este o homem que se afirma pelo seu exemplo.É ESTA A SUA FORMA DE ESTAR ! É ESTE O SEU MODO DE AGIR!
NÃO OBSTANTE, BAILA-LHE NOS LÁBIOS UM DISCURSO DE RECTIDÃO ! E DE CARÁCTER!
Têm de memória a sua frase sobre a solução do problema dos funcionários públicos (2002, creio)? Resolvia-se DEIXANDO-OS MORRER! É este o homem que tenta passar a mensagem que não é político (campanha e pré-campanha de 2005/6), mas foi o indivíduo que mais tempo ocupou o cargo de primeiro-ministro (1985-2005). Depois de ter sido Ministro das Finanças (1979/80).
Recebo imensos "e-mails" atacando José Sócrates (que reeencaminho, por vezes) Mário Soares, Manuel Alegre, etc..
Desafio, agora, os que me enviam estas mensagens (eles sabem bem para quem é o desafio): DESMINTAM AQUILO QUE ACIMA SE REFERE SOBRE O HONESTÍSSIMO Aníbal.
ESTÃO LÁ OS FACTOS E OS ANOS. FORÇA! NEGUEM! Fico a aguardar desmentidos. Que não ataques a terceiros.
Os podres de líderes de outros POLÍTICOS não servem para defender a excelsa figura ora em causa.
Portanto, DESMITAM OS FACTOS ALEGADOS.
Aguardo.
P.S. Para não falar do desmaio, aquando da tomada de posse de António Guterres
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