Alemanha | 04.01.2011
Promotores no estado da Renânia do Norte-Vestfália lançaram uma investigação a fim de comprovar se produtores de ração para frangos usaram de fato ingredientes contaminados com a substância tóxica dioxina. O secretário estadual de Defesa do Consumidor, Johannes Remmel, exigiu nesta terça-feira (4/1) que os responsáveis pela contaminação sejam punidos.
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"Isso é um escândalo, cujas consequências políticas terão que ser discutidas. Temos que falar sobre a cadeia (produtiva) e avaliar se o controle é suficiente", disse Remmel à emissora alemã ARD.
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Remmel disse ainda que mais produtores poderão ainda ser interditados ao longo das investigações. "Não acho que haja um risco muito sério, mas a dioxina simplesmente não faz parte dos alimentos. Existe uma razão para termos limites máximos permitidos. A dioxina é perigosa para a saúde e pode causar câncer", disse ele.
Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Autoridades afirmam que ingerir ovos contaminados não traz sério perigo à saúde, mas crianças devem evitá-los todos os dias
.A Secretaria de Agricultura da Baixa Saxônia, no entanto, qualificou as normas atuais como suficientes para a proteção dos consumidores.
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"Pelas informações que temos, não há sério risco para os consumidores ao ingerir ovos", disse Helmut Schafft, diretor de alimentação animal do Instituto Federal de Avaliação de Risco. A Sociedade Alemã de Nutrição (DGE) alertou também contra reações de pânico, mas disse que, por medidas de segurança, as crianças não devem ingerir ovos diariamente.
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Mais de mil granjas em toda a Alemanha foram proibidas de vender ovos e carne de aves, e mais de 8 mil frangos foram sacrificados depois que a substância cancerígena foi encontrada na ração animal.
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Autoridades nos estados de Brandemburgo e Saxônia-Anhalt disseram que, de um total de 527 toneladas de ração animal, pelo menos 55 toneladas de ração suspeita foram utilizadas para alimentar frangos. E mais de 100 mil ovos contaminados já foram destinados ao mercado.
Conexões fora do país
Acredita-se que as propriedades rurais afetadas tenham comprado ração animal contaminada com dioxina do fabricante de ração animal Harles & Jentzsch, no estado de Schleswig-Holstein, no norte da Alemanha. A empresa teria, por sua vez, comprado produtos de um parceiro comercial na Holanda. O ministério público investiga a responsabilidade da empresa.
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Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Empresa diz ter acreditado que resíduos de biodiesel fossem adequados para ração animal
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O diretor da empresa Harles & Jentzsch, Siegfried Sievert, disse nesta terça-feira que há anos mistura-se resíduos da produção de biodiesel à ração animal. "Acreditamos equivocadamente que os resíduos de ácidos graxos da produção de óleo de palma, soja e canola (utilizados na produção de biocombustíveis e fornecidos pela companhia holandesa) seriam adequados para a alimentação animal", declarou.
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A empresa alemã Petrotec, que fornece os ácidos graxos para a empresa alimentícia holandesa, disse que seus produtos são adequados apenas para lubrificantes industriais e não para a alimentação animal..
No entanto, a fonte exata da contaminação por dioxina ainda não foi identificada. O porta-voz da Secretaria Estadual da Agricultura da Baixa Saxônia, Gert Hahne, disse que pode levar semanas até que todos os produtos das granjas afetadas possam ser testados para detectar a presença de dioxina.
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A previsão que deixou a Associação Alemã de Agricultores indignada. Seus representantes alertam que a medida pode levar os agricultores à falência e exigem que os culpados paguem pelos danos.
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FF/dpa/ap/afp
Revisão: Soraia Vilela
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