Mas afinal o Museu Salazar o que é?

«O anacronismo da URAF e a campa rasa de Salazar fizeram o resto. Perceba-se: não vejo qualquer problema na criação de um museu Salazar desde que isso não se transforme num santuário para salazaristas e botas-de-aço do PNR.»

In Kontratempos
Em primeiro lugar, não é URAF mas URAP (União dos Resistentes Antifascistas Portugueses). Só por aqui se vê a ignorância do senhor que escreve naquele blog.

Em segundo lugar, diz o autor daquele post que não há problema em fazer um tal museu desde que não se torne em santuário para salazaristas. Mas como é possível não se perceber que é exactamente para isso que querem criar o Museu Salazar? Se tal acontecer não só será um local de peregrinação para todo o tipo de saudosista salazarento mas também local de reunião política de organizações fascistas e neo-nazis. Aliás, o museu não foca nada do que foi a resistência do povo português à barbárie fascista de Salazar e Caetano, omitindo as torturas, prisões e assassinatos perpetrados pelo regime fascista do Estado Novo.

Por outro lado, é de uma inocência atroz achar que o Museu Salazar surge do nada, como um efeito de geração espontânea. Na verdade, é uma criação conjunta da Câmara de Santa Comba Dão (demonstrando o conluio de PS e PSD em mutilar o regime democrático e permitir a difusão de ideais fascistas - o que, aliás, é inconstitucional) e do sobrinho-neto do asqueroso ditador. Este receberá até ao fim da sua vida receberá 2000 euros mensais por fazer parte da estrutura de direcção do museu.

Portanto, o Museu Salazar é um puro revivalismo e um ponto de encontro para fascistas e neo-nazis de toda a espécie. O que faz falta, isso sim, é um Museu da Resistência, algo que nenhum governo PS e PSD até hoje tiveram a coragem de realizar. Um Museu da Resistência que mostre às novas gerações o que facto foi o fascismo de Salazar e Caetano: a brutal exploração dos trabalhadores portugueses, a prisão, tortura e morte para os contestários do regime, a opressão vil e bárbara dos povos de Angola, Moçambique e Guiné-Bissau. É disto que o povo português necessita e não de um museu de glorificação fascista.

FONTE:

http://asvinhasdaira.wordpress.com/

Imagem:

Bandeiras da União Nacional/Acção Nacional Popular, da Legião Portuguesa e da Mocidade Portuguesa