Nós somos
argila barro calcário
argamassa que une
tijolo a tijolo
pedra a pedra
a ponte o muro a casa o celeiro
o ferro a caldeira o aço
a charrua o arado o tractor
a grua o guindaste o elevador
esta oficina esta fábrica
a corda a linha
o tecido
que amassa nosso alimento
que protege o nosso corpo
Nós somos o caminho
a distância e o acontecimento
no instante ultrapassados
Sem nós
outra seria a mudança
outra seria a qualidade
outro seria o mundo
outras seriam as sementes
Desde sempre pela paz e pela liberdade lutamos
Não pela liberdade dos senhores e dos senhoritos
Não pela paz dos cemitérios
deserto da Roma imperial
Mas pela vida
Enquanto houver voz e mãos
Enquanto houver inteligência e vontade
Enquanto houver
um homem uma mulher
duas crianças
(do Barreiro a Setúbal, em 17 Janeiro 1985,
reelaborado em 13 Outubro 1985 e 01 Março 1989)
fotografia de Terri Weifenbach
1 comentário:
GR said...
Enquanto houver poetas assim!
Este poema e o “Das Kapital e o Manifesto Comunista”, têm força, dão-nos entusiasmo!
Que me desculpe o poeta Vitor Nogueira, mas não conheço a sua poesia!
Pedro,
Podias dar o nome dos livros publicados?
GR
Sexta-feira, 02 Junho, 2006
comentário retirado do blog Vale a Pena Lutar
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