A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

sexta-feira, março 02, 2007

MULHERES NA RESISTÊNCIA AO ESTADO NOVO (2)



Olímpia. Uma Mulher do Couço.


Na sequência das eleições para a Assembleia Nacional de 1961, e das agitações do ano seguinte foi presa Olímpia Brás a 27 de Abril de 1962. Nesse mesmo dia a P.I.D.E levaria mais dez homens e uma outra mulher do Couço.

"... entrei para a carrinha e levaram-me para a outra ponta da aldeia [Couço]. O que eu vi quando ali cheguei era uma autêntica caravana de ciganos: tanto carro, tanto "pide", tanta Guarda, tudo à mistura com gente da aldeia que eles tinham prendido. Nisto chegou um rapaz [António Caetano] coberto de sangue a quem tinham dado uma grande tareia lá em casa. Uma criança de oito anos chorava, porque a mãe ia presa (...) Fomos primeiro para Coruche e depois para Caxias. Puseram-me numa sala com mais quatro mulheres do Couço..."

Testemunho de Olímpia Brás
. Mulheres Portuguesas na Resistência, 1975

" Quando começou a namorar o futuro marido - «Ele deveria ter mais cinco anos do que eu» - descobriu que tinham os mesmos ideais. O casamento aconteceu tinha Olímpia 15 anos e ainda era "nova" quando o marido foi preso, «uns 18, 19 anos!O meu filho nasceu quando ele estava na cadeia, eu já estava grávida de quatro meses e tive-o com grandes sacrifícios. Desde esse dia fui comunista, sou e serei, e tenho a certeza de que estou certa".

Excerto de um texto sobre Olímpia Brás. Álvaro Cunhal e as Mulheres que tomaram Partido, 2006


Olímpia esteve presa durante seis meses, sem julgamento como era prática corrente, e é libertada após muitas "sessões" de tortura sádica, mesquinha e de uma brutalidade típica de regimes fascistas e repressivos. Como o que vivemos em Portugal com Salazar-Caetano.

FONTE:

http://drella.blogs.sapo.pt/



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