"Ter vivido a infância e a juventude em África não significa, necessariamente, conhecer África e os africanos mas ajuda, quando se conviveu com africanos da mesma idade, se comeu o funge da mesma lata leite Nido negra do fumo da fogueira, se bebeu da mesma água da chuva, se dormiu na mesma cubata, se tenha ouvido a transmissão oral da vida da família, se tenha queimado os pés na areia encarnada a ferver de sol. Ajuda, mas não basta. Não basta dizer-se que se tem coração negro enrolado em pele branca. A inversa também vale. Nenhum branco tem o direito de vestir a pele negra simplesmente porque nunca chegou a sentir a humilhação, a exploração desumana, a ignorância atrevida, o abuso interesseiro, numa sucessão de centenas de anos, não foram escravizados e enviados para o Brasil, para os Estados Unidos ou para a Jamaica, não tiveram necessidade de mostrar um cartão assinado todos os dias pelo patrão empregador, não conheceram o chicote do diligente cipaio seu patrício, não carregaram sacos de café, não escavaram a terra em busca de diamantes."
Helder de Sousa em Mais, sempre mais!!...
Vale a pena acompanhar o blog e, particularmente, ler aí Juventude eterna. Com a devida vénia respiguei um pequeno trecho para, digamos assim, abrir o apetite.
Fantástico.Helder de Sousa em Mais, sempre mais!!...
Vale a pena acompanhar o blog e, particularmente, ler aí Juventude eterna. Com a devida vénia respiguei um pequeno trecho para, digamos assim, abrir o apetite.
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