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O Chipre assumiu com surpresa o resultado eleitoral mais inesperado da história do país, que eliminou no primeira turno o chefe de Estado Tassos Papadopoulos, o que supõe um impulso aos esforços de reunificar a ilha após três décadas de divisão.
Papadopoulos liderou a campanha no referendo que defendia um sonoro "não" pela comunidade greco-cipriota ao plano de reunificação proposto pela ONU em 2004.
O erro das numerosas pesquisas que davan como favorito o veterano presidente cipriota de 74 anos, ativo na política cipriota desde a independência da ilha em 1960, provocaram o estupor da opinião pública e da mídia local, que passou esta segunda-feira debatendo a rotunda derrota conservadora.
O eleitorado cipriota decidiu no domingo que os candidatos que disputarão o segundo turno serão o eurodeputado independente Ioannis Kassoulides, apoiado pelo conservador DISY, e o atual presidente do parlamento e secretário-geral do Partido Comunista (AKEL), Dimitris Christofias.
Embora Kassoulides e Christofias pertençam a dois pólos políticos opostos, têm como ponto comum o compromisso de uma solução ao problema de Chipre com um sistema federal que almeje a reunificação da ilha.
A perda do apoio do AKEL, imprescindível para sua eleição em 2003 e do qual Papadopoulos gozava desde setembro, foi uma das razões que contribuíram para a derrota, segundo a maioria dos analistas.
O AKEL, um dos dois partidos majoritários na ilha, decidiu apresentar pela primeira vez seu próprio candidato, propondo para o posto seu secretário-geral, Dimitris Christofias.
O dirigente comunista, partidário do diálogo entre turcos e gregos do Chipre, apresentou sua candidatura para acabar com a estagnação do diálogo entre as duas comunidades.
Por outro lado, Kassoulides, apoiado pelo partido conservador de oposição DISY, foi o "bobo" destas eleições, já que todas as pesquisas o colocavam fora da corrida para a presidência.
Por isso, o diário de maior circulação do país, "Politis", que colocou em sua capa de hoje a manchete "O fim de uma era", opinou que os eleitores enviaram uma mensagem clara para acabar com a política "introvertida" e eleger o diálogo com a comunidade turco-cipriota.
O periódico "Simerini" opina, pelo contrário, que Papadopoulos foi saqueado pelos partidos que o apoiavam.
Segundo o diário, o partido EVROKO, o socialista EDEK, o centrista DIKO y o Movimento Ecologista — os partidos que apoiaron a candidatura de Papadopoulos — no conseguiram manter seus eleitores, algo que, segundo o diário, foi alcançado com êxito pelos partidos majoritá DISY e AKEL.
Por otra parte, el influyente diario 'Filelefteros' indica en su primera página que el resultado de los comicios podría cambiar el actual panorama político chipriota.
Lo cierto es que para la segunda vuelta electoral, que se disputará el próximo domingo, ya han comenzado las consultas entre los partidos políticos para elegir el nuevo presidente de Chipre.
A campanha eleitoral dos candidatos se concentrou principalmente nos passos que o novo presidente deve seguir para a reunificação da ilha, dividida após a invasão turca de 1974, que ocupou sua parte setentrional.
Em 1983 a área se autoproclamou República Turca do Norte do Chipre, reconhecida apenas por Ankara.
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