A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

quarta-feira, fevereiro 09, 2011

Glórias do jornalismo português - Vitor Dias


Um pouco de rigor, s.f.f.

Repetindo uma trafulhice interpretativa de todo o tamanho cometida por Marcelo Rebelo de Sousa na TVI no domingo, o Público de hoje arranca assim uma página inteira dedicada à questão «o PCP e a moção de censura» (sublinhado meu): «Jerónimo de Sousa deu o passo que faltava para colocar na agenda política o cenário do derrube do governo de José Sócrates, admitindo pela primeira vez o apoio do PCP a uma moção de censura aprovada pela direita». Ora, para já não falar que, ontem à noite na SIC Notícias, Bernardino Soares foi de uma clareza cristalina a colocar as coisas nos seus devidos termos, a verdade é que o próprio Público faz hoje diversas citações da entrevista de Jerónimo de Sousa e nenhuma autoriza as linhas iniciais que as jornalistas do «Público» escreveram. E quem tiver dúvidas pode ouvir aqui na integra a entrevista em questão.
.
E face a comentários do PS e do BE às declarações de Jerónimo de Sousa, em estilos diferentes mas convergindo substantivamente na ideia de que o PCP se estaria a candidatar a «muleta da direita», talvez seja bom que se entenda, primeiro que, em política, há matérias, em que é perfeitamente justificado e necessário que um político se fique pelo que disse e sublinhe que mais não disse, não tendo obrigação de comentar cenários alheios que lhe coloquem; e segundo que, no caso de um partido como o PCP, o instrumento parlamentar moção de censura não é separável dos seus fundamentos políticos e da mudança de políticas por que se luta.
.
Dito isto, não posso deixar de achar verdadeiramente espantoso que o líder parlamentar do Bloco de Esquerda declare hoje ao Público que «derrubar este governo para introduzir a revisão constitucional do PSD não é aceitável». Julgava eu que a aprovação de uma revisão constitucional exigia 2/3 de votos, que não há qualquer revisão constitucional se o PS a não quiser e que, portanto, está nas mãos do PS afastar os pesadelos e medos que, pelos vistos, sobressaltam as noites de José Manuel Pureza.
.


Sem comentários: