A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

quarta-feira, abril 30, 2008

O bom jornalismo


Todos estarão ainda lembrados da polémica que gerou a investigação do jornal Público sobre o alegado trabalho profissional de José Sócrates, na Guarda, durante o período em que era deputado em regime de exclusividade.
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Segundo o Público de sábado, o Conselho de Redacção da Lusa considera que houve no tratamento deste caso atitudes «pouco consentâneas com a obrigação de isenção, objectividade e independência» da agência. Refira-se que o Conselho de Redacção é a entidade que os jornalistas têm o direito de eleger em todos órgãos de informação, com um importante conjunto de competências no âmbito deontológico e disciplinar, através do qual os jornalistas participam na orientação editorial. O Conselho de Redacção é obrigatoriamente presidido pelo director do órgão.
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O Público teve acesso a uma acta do Conselho de Redacção em que os cinco jornalistas eleitos referem a sua estranheza por, no período em que se discutia o tal caso dos projectos da Guarda, a Lusa ter noticiado «um parecer do jurista Paulo Otero, trazido em mão à Lusa por um assessor do primeiro-ministro e entregue ao director de informação, sem se ouvirem outros juristas nesta matéria.»
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Na mesma edição do Público, poucas páginas adiante, Eduardo Cintra Torres denuncia sobre o mesmo caso que o director de informação «acrescentou numa notícia uma citação de um blogue favorável ao primeiro-ministro (Causa Nostra, de Vital Moreira)», sem que outros blogues fossem citados. E acrescenta que, nos últimos meses, membros do Conselho de Redacção foram transferidos ou afastados das suas funções.
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A confirmarem-se a notícia do Público e as acusações de Cintra Torres, trata-se de uma ingerência inaceitável e descarada do Governo na agência de notícias nacional, um desrespeito pelo profissionalismo e pelos princípios deontológicos dos jornalistas, um rude golpe na confiança que os portugueses têm de ter na comunicação social.
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Uma comunicação social pluralista, democrática e responsável é essencial num regime de liberdade. E é incompatível com assessores do primeiro-ministro a fazerem entregas aos directores de informação.
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in Avante 2008.04.24
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