A Internacional

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quarta-feira, agosto 18, 2010

Ascensão da China é destaque no New York Times


Economia

Vermelho - 16 de Agosto de 2010 - 18h56

O jornal estadunidense New York Times destaca nesta segunda (16) que, depois de três décadas de crescimento espetacular, a China superou o Japão e se transformou na segunda maior economia do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, com o PIB avaliado em dólar.

O fato não constitui propriamente uma novidade. O Banco Central chinês já anunciara no dia 30 de julho que o valor da produção chinesa em dólar superou a japonesa. Nesta segunda (16), a subida no ranking do gigante asiático foi confirmada pelo anúncio, em Tóquio, de que a economia japonesa cresceu 0,4% no segundo trimestre, ficando em US$ 1,28 trilhão, pouco abaixo do US$ 1,33 trilhão registrado pela China no mesmo período.

Eclipsando o Japão


O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos ficou em torno de US$ 14 trilhões em 2009. O crescimento do Japão ficou abaixo do estimado pelo mercado. O fato de desbancar o Japão -- depois de ter passado Alemanha, França e Reino Unido -- reforça o poder do crescimento chinês e a perspectiva de que a China ultrapasse os EUA, tornando-se a maior economia do mundo num prazo histórico relativamente curto se as coisas continuarem evoluindo na mesma direção observada ao longo das últimas décadas.

“Isso tem um significado muito forte. Confirma o que vem acontecendo há uma década: que a China vem eclipsando o Japão na área econômica. Para todos na região da China, o país agora é o maior parceiro comercial, em lugar de EUA e Japão”, comentou Nicholas R. Lardy, economista do Instituto Peterson para Economia Internacional, em Washington.

Ainda em desenvolvimento


Para o Japão, cuja economia está estagnada há mais de uma década, os dados refletem o declínio do poder econômico e político. Segundo o Banco Mundial, o Japão deteve o posto de segunda maior economia do mundo em boa parte dos últimos 40 anos. E, na década de 1980, falou-se inclusive que o país ultrapassaria os EUA.

Os comunistas chineses, porém, enfatizam que, apesar do crescimento extraordinário, a China ainda deve ser considerada um país em desenvolvimento, predominante agrário e com uma renda per capita relativamente baixa (em torno de US$ 3.600).

De todo modo, a expansão da influência econômica da China no mundo, seja do ponto de vista comercial ou do peso crescente no ranking da exportação de capitais, é notória. “A China já é o principal fator a determinar o preço de virtualmente todas as principais commodities", diz Lardy.

Subestimação


Além disto, a dimensão real do PIB chinês é subestimada quando o critério é o dólar. A moeda estadunidense não fornece uma medida muito realista para o valor efetivo da produção realizada pelos trabalhadores e trabalhadoras chinesas, pois a diferença de políticas cambiais (a China não adota o câmbio flutuante e mantém as cotações de sua moeda, o yuan, sob estrito controle) distorce as relações de preços com os demais países e em especial com os norte-americanos.

Quando a produção é avaliada pela Paridade do Poder de Compra (PPC) as coisas mudam. O valor da produção chinesa é bem maior e o PIB per capita (produção total dividida pela população, que chegou a 6,5 mil dólares em 2008, segundo o FMI) é quatro vezes maior em PPC que em dólar. A PPC é uma medida mais realista porque exclui os efeitos de eventual valorização ou depreciação do câmbio e apura de forma mais confiável os preços relativos das mercadorias nos diferentes países.

Ascensão

De todo modo, o que respalda a ascensão da China e a ultrapassagem do Japão (mesmo em dólar) é o extraordinário crescimento da economia, que ocorre em franco contraste com o desempenho medíocre das três maiores potências capitalistas (EUA, Japão e Alemanha). No primeiro semestre deste ano, a produção chinesa cresceu 11,1% em comparação com o mesmo período do ano passado, alcançando o valor de 2,55 trilhões de dólares.

Desde 1978, quando foram introduzidas as reformas econômicas, o país vem registrando crescimento médio anual superior a 9,5%, enquanto os países capitalistas considerados mais industrializados patinam no pântano da estagnação, com taxas de crescimento em torno de 2% ao ano e elevado nível de desemprego.

Exportação de capitais

O crescimento da produção no interior do país também projetou a influência da economia chinesa para o resto do mundo, através do comércio exterior e da exportação de capitais, alavancada após a crise de 2008. Em 2009 a China passou a liderar o ranking das exportações globais, superando a Alemanha. Em 2007 já tinha ultrapassado os EUA, que declinaram para a terceira posição. A próspera nação asiática também está rivalizando com as potências ocidentais em outra frente de notória relevância no plano do poder econômico internacional: a exportação de capitais.

O Brasil, do qual a China se tornou a principal parceira comercial durante o ano passado, é um dos principais destinos dos investimentos chineses. Até o final deste ano, os chineses prometem investir cerca de 12 bilhões na economia nacional, o que levará o gigante asiático à condição de maior investidor estrangeiro no país, a julgar pelas previsões do mercado com base nos valores anunciados pelas empresas, que representam um crescimento de 14000% em relação aos 82 milhões de dólares investidos em 2009, segundo o Banco Central.

Repercussões geopolíticas

Combinado com o fraco desempenho das potências capitalistas, a ascensão da China configura o fenômeno que Lênin no passado denominou de desenvolvimento desigual das nações. A recessão iniciada em 2007 nos EUA e a crise da dívida na Europa agravaram o quadro de desigualdade, que objetivamente leva à decadência do chamado Ocidente e ao progressivo deslocamento do poder econômico global para o Oriente.

A exportação de capitais, lastreada pelas maiores reservas do mundo (de cerca de 2,5 trilhões de dólares), tende a transformar a China, doravante, em provedora de crédito e investimentos para as nações relativamente mais pobres, respaldando os movimentos políticos que contestam os modelos de desenvolvimento ditados pelas potências tradicionais (EUA, Japão e Europa) e as instituições da ordem imperialista remanescente do pós-guerra como o FMI e o Banco Mundial. 
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A ascensão da China, cujo governo não capitulou ao neoliberalismo e reitera a defesa do socialismo com características chinesas (a economia socialista de mercado), realça a necessidade de uma nova ordem econômica e política internacional e, em particular, um novo sistema monetário em que o dólar já não gozará do status de moeda hegemônica.

Geopolítica


Este movimento da economia, que tem caráter objetivo, tem notáveis repercussões geopolíticas, pois ocorre num momento de crise da hegemonia econômica e política dos Estados Unidos e da ordem econômica mundial, em que também rola o drama da decadência (relativa) da Europa e do Japão. É a expressão do que alguns observadores chamam de deslocamento do poder econômico global do Ocidente para o Oriente (leia-se China).

A ascensão da China vem ao encontro do novo cenário político vivido por muitos países da América Latina e tende a contribuir com a luta por mudanças e o anseio de soberania, que passa, em primeiro plano, pela contestação do domínio imperialista exercido pelos EUA, a derrota do neoliberalismo e a afirmação de novos projetos de desenvolvimento, com soberania, democracia e valorização do trabalho.

Da redação, Umberto Martins, com agências
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  • Eu ri do cara aí embaixo...

    17/08/2010 13h57 ...chamando a China de socialista. Um país que tem o maior número de novos bilionários por ano, e uma desigualdade de renda monstruosa, com os funcionários de fábricas que sustentam a indústria do país ganhando uma miséria. Se isso é socialismo, eu não sei porque vocês querem substituir o capitalismo...
    Filipe
    Fortaleza - CE
  • ascensão

    17/08/2010 9h27 Viva à Grande China Socialista!
    Alexandre Neves Rosendo da Silva
    São Paulo - SP
  • China

    16/08/2010 22h16 Em 1994, estavam prevendo que a CHina neste ano, ia ser a maior potencia mundial. Pois ultrapassaria os EUA. E também, a China está investinfo US$13 bilhões de dólares em energia renovável como a eólica. A maior indústrai de eólicos do mundo é da China. Na década de 60 quando a ex URSS enviou pesquisadores para desenvolver tecnologiacamente a China, pois a China começou a desenvolver bombas de hidrogÊnio, pois acarretou o conflito sino sovietico. E também, todos carros de luxos famosos, vai ser a China.
    Renato
    Itapeva - SP
  • ascensão da China...

    16/08/2010 21h59
    Bem vindo a chegada de novos tempos, sobretudo aquele que tras a mudança, quando não total derrocada do capitalismo, mas a transferência do eixo de decisões do ocidente pelo oriente (China), levando ao debacle do imperialismo do G-7,com a determinação dos povos da AL, África, Ásia na luta pela derrota do neoliberalismo e a afirmação de novos projetos de desenvolvimento, com soberania, democracia e valorização do trabalho. Isso, sem o ingênuo pensamento de que a materialidade do sistema se transfira totalmente às mãos dos trabalhadores, sem o que, a caminho,porém, utópico.
    fernandes
    São Luís de Montes Belos - GO
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