Vai aceso o debate sobre o caso Freeport. Polícias e magistrados do Ministério Público andam a sacudir a água do capote, e a partir de agora vale tudo.
- 01 Agosto 2010 - Correio da Manhã
Acusações, denúncias, fontes anónimas, perguntas para o primeiro-ministro que ficaram no papel, a já célebre falta de tempo para concluir as investigações e, qual cereja em cima do bolo, o inquérito mandado instaurar pelo procurador--geral da República com a pompa e a circunstância do costume. É caso para rir ou para chorar convulsivamente. O resultado desta imensa palhaçada é igual a zero. Vai ficar tudo como dantes, quartel-general em Abrantes. Já se sabe que em Portugal há muita corrupção, mas nunca há políticos corruptos. Isto é, a corrupção chega às autarquias e parou.
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Ministros e secretários de Estado, sejam do PS, PSD ou CDS, nunca foram acusados, julgados e condenados por corrupção. Já se sabe que em Portugal polícias e magistrados do Ministério Público tremem de medo sempre que lhes cai no colo um qualquer processo que envolva gente do poder. É por isso que não vale a pena andarem por aí a perder tempo com pacotes contra a corrupção. Bastava decretarem que ministros e secretários de Estado podem encher os bolsos à vontade. Que diabo! Os homens são mal pagos e estão a prestar um enorme serviço à Pátria.
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