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sexta-feira, agosto 06, 2010

Hiroshima e Nagasaki relembram 65 anos de ataque dos EUA

Mundo

Vermelho - 5 de Agosto de 2010 - 8h04

Em 2010 se comemora o 65º aniversário da vitória sobre o nazi-fascismo, um feito de luta e de resistência aos povos que pôs um fim a um período de terror que marcou a história recente da humanidade. Esse aniversário também está associado, mas não por boas razões, ao primeiro bombardeio atômico de duas cidades. As japonesas Hiroshima e Nagasaki foram as primeiras vítimas da nova arma.

Por Humberto Alencar

Na manhã de 6 de agosto de 1945, Hiroshima foi a primeira cidade do mundo arrasada por um ataque nuclear: 140 mil pessoas foram mortas instantaneamente e dezenas de milhares morreram ao longo dos anos em consequência da ação letal da radiação deixada pela explosão.

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Três dia depois seria a vez de Nagasaki presenciar o desfecho de um dos crimes mais hediondos cometidos contra a Humanidade. Mais de 80 mil pessoas foram desintegradas pela explosão atômica de imediato. Os Estados Unidos haviam arrasado completamente duas cidades japonesas sem importância estratégica militar que justificasse um ataque.

A guerra no Pacífico já se encontrava em seus momentos finais. Em julho daquele ano o governo japonês já estudava as condições para a rendição, já que o país se encontrava praticamente cercado, desabastecido e destruído por sucessivos ataques aliados.

O Projeto Manhattan, que planejou e concretizou a nova arma, tinha sido concebido originariamente como um contra-ataque ao programa da bomba atômica da Alemanha nazista. Com a derrota da Alemanha, vários cientistas que trabalhavam no projeto consideraram que os EUA não deveriam ser os primeiros a usar tais armas. Um dos críticos proeminentes dos bombardeios foi Albert Einstein.

Com extrema hipocrisia, o imperialismo justifica o seu crime afirmando que poupou vidas que seriam perdidas com uma eventual invasão do Japão. O processo de revisão da História, em curso atualmente, investe na diminuição do significado e do impacto desse ato terrorista, omitindo o nome dos seus autores e diluindo os motivos reais que levaram à execução do crime.

A verdade de Hiroshima e Nagasaki tem a sua raiz na manifestação demente de poderio militar dos Estados Unidos diante do mundo, em particular diante da União Soviética, potência aliada vencedora da Segunda Guerra Mundial, procurando desta forma submeter o mundo e os povos, através da chantagem nuclear, às suas pretensões hegemônicas.

Antes de deflagrar o ataque, vários cientistas defendiam que o poder destrutivo da bomba poderia ser demonstrado sem causar mortes. Esses cientistas não foram ouvidos. A situação militar e estratégica do Japão era tão frágil que até mesmo setores do exército americano reconheciam, em um estudo, que a explosão das duas bombas foi desnecessária.

O United States Strategic Bombing Survey escreveu, após ter entrevistado centenas de japoneses civis e líderes militares, depois da rendição do Japão: "Baseado numa investigação detalhada de todos os fatos e apoiados pelo testemunho dos sobreviventes líderes japoneses envolvidos, é a opinião da Survey que, certamente antes de 31 de dezembro de 1945, e, em todas as probabilidades, antes de 1.º de novembro de 1945, o Japão ter-se-ia rendido mesmo se as bombas atômicas não tivessem sido lançadas, mesmo se a Rússia não tivesse entrado na guerra e mesmo se a invasão não tivesse sido planejada."

O bombardeio

Na madrugada de 6 de Agosto de 1945 o bombardeiro B-29, pilotado pelo coronel Paul Tibbets, decolou da base aérea de Tinian no Pacífico Ocidental, a aproximadamente 6 horas de voo do Japão. A aeronave chamava-se Enola Gay, nome da mãe do piloto.

A meteorologia determinou a escolha do dia 6. No momento da decolagem, o tempo estava bom. O capitão da Marinha William Parsons armou a bomba durante o voo, desarmada durante a decolagem para minimizar os riscos. O ataque foi executado de acordo com o planejado e a bomba de gravidade, uma arma de fissão de tipo balístico com 60 kg de urânio-235, comportou-se como esperado.

Inicialmente, o alvo seria Quioto, ex-capital e centro religioso do Japão, mas o secretário da Guerra, Henry Stimson, trocou-o por Hiroshima, por ser uma cidade situada entre montanhas, detalhe que amplificaria os efeitos da explosão.

O avião aproximou-se da costa a mais de 8 mil metros de altitude. Cerca das 8h, o operador de radar em Hiroshima concluiu que o número de aviões que se aproximavam era muito pequeno não mais do que três, provavelmente - e o alerta de ataque aéreo foi levantado.

Os três aviões eram o Enola Gay, o The Great Artist (em português, "O Grande Artista") e um terceiro avião que no momento não tinha batismo mas que mais tarde seria chamado de Necessary Evil ("Mal Necessário"). O primeiro transportava a bomba, o segundo tinha como missão gravar e vigiar toda a missão, e o terceiro foi o avião encarregado de fotografar e filmar a explosão.

Às 8h15, o Enola Gay largou a bomba nuclear sobre o centro de Hiroshima. Ela explodiu a cerca de 600 metros do solo, com uma explosão de potência equivalente a 13 mil toneladas de TNT, matando instantêneamente um número estimado de 70.000 a 80.000 pessoas e destruindo mais de 90% das construções da cidade.

Nagasaki foi atingida no dia 9 de agosto, às 11h02 da manhã. Inicialmente o plano era de jogar a bomba sobre Kokura, em Fukuoka. Mas o tempo nublado impediu que o piloto visualizasse a cidade, escolhendo a segunda opção. Os americanos não consideravam Nagasaki "um alvo ideal" porque a cidade é rodeada por montanhas, o que diminuiria a devastação de gente e de edifícios.

A bomba, chamada Fat Boy, era de plutônio 239, com potência equivalente a 22 mil toneladas de TNT, ou seja, 1,5 vez mais potente que a bomba jogada sobre Hiroshima.

As forças de ocupação dos EUA censuraram as fotos das cidades bombardeadas. Elas foram classificadas como secretas por muitos anos. O governo dos Estados Unidos queria impedir que as imagens do horror fossem vistas pelo mundo.

Símbolo da luta pela paz

O viajante que chega à moderna e povoada cidade de Hiroshima fica maravilhado com os grandes e suntuosos edifícios, hotéis e bem delineadas avenidas por onde passam milhares de veículos.

No entanto, no meio deste turbilhão deslumbrante, o visitante não pode esquecer que se encontra na primeira cidade praticamente volatizada pelo afã dos Estados Unidos de dominar o mundo.

Este impacto é recebido quando se visita e percorre o Parque da Paz, o Museu das Vítimas e a chama eterna adiante do cenotáfio negro que inscreve os nomes das vítimas do genocídio da Casa Branca para chantagear o mundo dia 6 de de agosto de 1945.

A presidente do Conselho Mundial da Paz, Socorro Gomes, que está no Japão participando dos eventos em memória da tragédia, descreve por e-mail enviado à redação do Vermelho a sensação que teve ao visitar o Museu das Vítimas e o Parque da Paz: "O que os EUA fizeram não tem perdão. As pessoas derretiam literalmente. Não é aceitável o imperialismo continuar cometendo crimes contra a humanidade, como fez em Hiroshima e Nagasaki há 65 anos e recentemente em Faluja, no Iraque".

"O uso das armas de destruição em massa, além das mortes instantâneas, faz com que até a terceira geração as pessoas nasçam com mutações genéticas, sem olhos, sem órgãos, outros com cancer generalizado", relatou.

"É incrível que os EUA continuam impunes e falando em combate ao terrorismo! Os maiores terroristas da humanidade são eles! Eu fiquei estarrecida, só de ver as fotos. É inesquecível!" protestou Socorro.
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