Jorge Godinho
Custos da produção estão a crescer e padarias vão subir os preços
Consumo: A partir de dia 8 carcaça custa 17 cêntimos na zona de Lisboa
Preço da farinha aumenta o pão
Com duas subidas em menos de um mês, a farinha custa já 300 euros a tonelada. Nos próximos dias deve chegar aos 330 e o pão vai ficar mais caro
- 01 Agosto 2010 - Correio da Manhã
Dentro de uma semana o pão volta a aumentar em Portugal. A culpa, dizem os industriais da panificação, é das recentes subidas do preço da farinha, que acaba de atingir os 300 euros por tonelada.
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Assim, de hoje a oito dias, a carcaça, que agora se vende entre os 10 cêntimos no interior Norte e os 15 cêntimos nas regiões de Lisboa e Algarve, vai comercializar-se a preços entre os 11 e os 17 cêntimos. O custo médio sobe um cêntimo e meio, dos 11,5 para os 13 cêntimos.
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"A farinha passou, nos últimos dias, de 27 para 30 cêntimos o quilo, ou seja, de 270 para 300 euros a tonelada, e fala-se num novo aumento, já este mês, na ordem dos 10 por cento. Ora, desta forma não podemos manter o preço do pão. Eu vou já aplicar novas tabelas a partir do dia 8", disse ao Correio da Manhã Luís Borges, um dos maiores industriais de panificação do País.
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Já Carlos Alberto Santos, presidente da Associação do Comércio e Indústria da Panificação (ACIP), diz que "é impossível aguentar os preços por mais tempo", sublinhando que "os aumentos da farinha têm sido anormais e que o problema é que, quanto mais se fala nisso, mais eles aumentam".
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A farinha representa já mais de 30 por cento dos custos de produção do pão, sendo os restantes 70 por cento repartidos pela energia, com os combustíveis à cabeça, e pela mão-de-obra e impostos.
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"Como não há meio de baixarem os combustíveis, com a subida da farinha o aumento do pão é inevitável", afirma Luís Borges.
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MAIS 5,40 EUROS POR MÊS
Uma família média que compre 12 carcaças por dia vai, a partir da semana que vem, gastar em pão mais 5,40 euros por mês. O aumento médio de 1,5 cêntimos por carcaça acrescenta 18 cêntimos à conta diária. "Não se pode dizer que é o pão que arruina o nosso orçamento mensal, mas na minha casa, por exemplo, a conta anda sempre entre os 42 e os 44 euros por mês. Com este aumento vai para 50, o que já pesa um bocadinho", disse ao CM Adelina Conceição, uma empregada de escritório e mãe de três filhos. Entretanto, os industriais, que a partir de dia 12 têm de aplicar uma nova lei de um máximo de 14 gramas de sal por quilo de pão, asseguram que já estão a aplicar essa regra e insurgem--se contra o Governo, "que permite todos os excessos de sal e gordura nos cereais de pequeno-almoço".
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