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domingo, junho 28, 2009

BCP: Cinco ex-administradores de topo acusados pelo MP



Cinco ex-administradores do BCP foram acusados pelo Ministério Público de «crimes que terão provocado um prejuízo de 600 milhões de euros ao banco e de terem recebido indevidamente 24 milhões de euros», segundo o sítio do Expresso.
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Jorge Jardim Gonçalves, Cristopher Beck, Filipe Pinhal, Castro Henriques e António Rodrigues são acusados de manipulação de mercado, falsificação da contabilidade e burla qualificada.

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De acordo com o semanário, «durante oito anos, entre 1999 e 2007, cinco membros do Conselho de Administração do BCP conseguiram esconder um esquema de manipulação de acções que, de acordo com a acusação do Ministério Público, provocou Euro600 milhões de prejuízo ao banco.»

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Diário Digital / Lusa- quinta-feira, 25 de Junho de 2009 | 00:31

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Ex-gestores do BCP acusados de crimes graves


25-Jun-2009
Jardim Gonçalves, um dos acusados, recebeu de forma ilegal 10 milhões em prémios. Foto de arquivo da LusaO Ministério Público acusou cinco antigos administradores de topo do BCP de manipulação de mercado, falsificação de contabilidade e burla qualificada, crimes que podem ser puníveis com vários anos de prisão. Em declarações ao Esquerda.net, Francisco Louçã realça que esta decisão era esperada, mas peca por tardia. "Ainda estamos longe de saber quando tempo levará a iniciar-se o julgamento" comentou.
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Segundo as edições online do Público e do Expresso, Jardim Gonçalves, Filipe Pinhal, Cristopher de Beck, António Rodrigues e Castro Henriques, todos ex-administradores do BCP, já foram notificados da acusação realizada pelo Ministério Público, que inclui vários crimes graves. Outro ex-administrador (Alípio Dias) e dois ex-directores (Luís Gomes e Filipe Abecassis) viram os seus processo arquivados. Os acusados, entre os quais Jardim Gonçalves, manipularam os valores das acções do banco recorrendo a 17 offshores, em operações que viriam a causar um prejuízo de 600 milhões de euros ao BCP e que tentaram esconder.

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É a primeira vez que responsáveis de um banco privado são acusados pelo Ministério Público. Os visados são acusados de manipulação de mercado, falsificação da contabilidade e burla qualificada. Os dois primeiros crimes são puníveis com pena de prisão até três anos enquanto o crime de burla pode chegar aos oito anos de prisão.

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De acordo com as autoridades, que apenas vêm confirmar o que já é público há mais de ano e meio - as ex-administrações lideradas por Jardim Gonçalves terão constituído entre 1999 e 2001 um conjunto de 17 contas offshore que chegaram a deter cinco por cento do capital do banco. O BCP tentava ocultar que as contas eram sua propriedade, com a finalidade de manipular as próprias cotações do banco. É deste facto que parte a acusação de crime de manipulação de mercado.

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Após a queda bolsista do 11 de Setembro, a desvalorização dos títulos nunca foi devidamente contabilizada pelo BCP, que escondeu os prejuízos, razão pela qual os ex-administradores podem vir a responder pelo crime de falsificação da contabilidade.
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Finalmente, ao esconderem os prejuízos (de 600 milhões de euros) os cinco ex-responsáveis puderam receber 24 milhões de euros em prémios de gestão, e daí a acusação de burla. Jardim Gonçalves, fundador do banco, recebeu 10 milhões.
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Ao Esquerda.net, Francisco Louçã lembra que se tratam de acusações muito graves, já há muito tempo denunciadas e condenadas pelo Bloco de Esquerda.
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De facto, no parlamento foi criada uma comissão de inquérito para apurar a verdade sobre o caso BCP. Mas muitas das perguntas ficaram sem resposta, porque os principais responsáveis pelas fraudes escudaram-se no segredo profissional ou de justiça para justificar o silêncio face ao parlamento. Bloco de Esquerda e PCP exigiram o levantamento do sigilo profissional mas PS e PSD opuseram-se, impedindo a investigação de ir até ao fim. Face à superficialidade do relatório da comissão de inquérito, que não colocava o dedo na ferida, o Bloco de Esquerda apresentou um relatório alternativo sobre o caso BCP, denunciando a forma como todas as operações fraudulentas se desenrolaram sob a negligência das autoridades supervisoras.
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Louça critica ainda a morosidade da Justiça, registando que "o processo teve início em Dezembro de 2007" e "só agora, uma ano e meio depois, foram deduzidas acusações". O coordenador da comissão política do Bloco de Esquerda lembra que "no caso Madoff, nos EUA, as denúncias foram feitas em Dezembro de 2008 e os julgamentos iniciaram-se poucos meses depois, em Abril de 2009". "Resta saber quanto tempo vamos esperar pelo início dos julgamentos no caso BCP" ironizou Louçã.

in Esquerda.net - 2009.06.25

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