segunda-feira, 29 de Junho de 2009 | 16:40 |
O director-geral do Fundo das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) considerou hoje em Luanda o crescimento da produção agro-pecuária de Angola um dos "maiores" de África.
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Jacques Diouf, que chegou domingo a Luanda para uma visita oficial de dois dias, lembrou, no entanto, que Angola tem este crescimento a partir de uma base pequena, em resultado da prolongada guerra que o país viveu entre 1975 e 2002.
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No final de um encontro com os ministros da Agricultura, Pedro Kanga, e do Ambiente, Fátima Jardim, Diouf disse ainda que Angola é um país que normalmente deveria poder exportar produtos agro-pecuários, mas admitiu que "depois tantos anos de guerra civil, de destruições, não é possível em alguns anos mudar tudo isso".
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Nessa perspectiva, o senegalês ao serviço da ONU destacou a actividade levada a cabo por Angola na renovação das infra-estruturas, no desenvolvimento das capacidades, das estradas, dos sistemas de irrigação e de armazenamento de produtos agro-pecuários.
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"Sem estas infra-estruturas, não haverá uma agricultura competitiva e produtiva. E é isso que o Governo está fazendo. Há também um Programa Nacional de Alimentação e de nutrição, em que temos trabalhado com o Governo de Angola", frisou.
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Jacques Diouf considerou também a alta de preços dos alimentos um "problema geral", na medida que o seu impacto em 2007/2008 não permitiu à população pobre ter acesso a alimentos.
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Situação que diz ter sido agravada pela crise económica e financeira e que levou a um aumento do número de pessoas com fome, havendo agora "mais de mil milhões famintos no mundo".
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"Isso é uma situação que requer uma reunião ao mais alto nível dos chefes de Estado e de Governo, numa Cimeira que vamos organizar em Novembro, em Roma, Itália, para discutir essa situação", anunciou.
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Segundo o director-geral da FAO, os preços (dos alimentos) estão altos no mercado mundial, tendo baixado desde Junho de 2008, mas nos países em desenvolvimento, incluindo os de África, continuam "muito altos" devido à falta de "elasticidade da oferta" dos produtos agro-pecuários nos países em desenvolvimento.
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Questionado sobre o encontro que manteve com os dois governantes angolanos, Jacques Diouf disse ter sido "muito importante", sobretudo com a ministra do Ambiente porque o desenvolvimento da agricultura, incluindo o cultivo, produção pecuária, das pescas, do sector florestal, são actividades que têm uma relação "directa" com o meio ambiente, em particular o uso da água e das terras.
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Esta visita a Luanda enquadra-se na preparação da 26ª Conferência Regional da Organização para África, a decorrer em Angola em 2010.
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