União Europeia | 28.06.2009
Foi um dia agitado em todo o país, com pessoas se reunindo tanto em Berlim, quanto em outras cidades, após terem ficado sabendo a respeito do afastamento do imperador Guilherme 2° (1859 – 1941), anunciado pessoalmente pelo chanceler federal Príncipe Max von Baden (1967 – 1929).
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Embora Guilherme 2° não tenha sido consultado previamente, ele acabou acatando sua própria renúncia pouco depois, pondo fim, desta forma, à monarquia alemã. Em reação a esses acontecimentos, dizia-se na época, os comunistas iriam proclamar a república.
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Proclamação dupla da república
Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: O social-democrata Philipp Scheidemann proclama a República
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O deputado social-democrata Philipp Scheidemann, no entanto, se antecipou ao Partido Comunista da Alemanha (KPD), proclamando a república de uma sacada do Reichstag, em Berlim, ao meio-dia do 9 de novembro de 1918 – mesmo que sem o apoio de todos os seus correligionários de partido. "Acima de tudo, vence o povo", afirmava Scheidemann, ovacionado por uma multidão entusiasmada.
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Mas a República recém-proclamada enfrentava, já sem seu primeiro dia, sérias dificuldades. Às 16 horas, uma multidão tão grande quanto aquela que aplaudia Scheidemann se reunia no castelo de Berlim (Stadtschloss), onde Karl Liebknecht também proclamava a república.
Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Karl Liebknecht fala para multidões no parque Tiergarten, em Berlim
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Seu discurso culminou com a proclamação da "República Livre e Socialista da Alemanha", que poria um fim à hegemonia dos Hohenzollern. No lugar do odiado estandarte imperial, deveria ser desfraldada a "bandeira vermelha da República Livre Alemã".
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A jovem República encontrava-se num dilema, numa sociedade dividida. Para alguns, a Revolução Russa de novembro de 1917 era o exemplo a ser seguido de uma sociedade socialista igualitária. Para outros, esse cenário não passava do prenúncio do declínio. Os dois lados se confrontavam irreconciliavelmente.
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Tanto os partidos de direita quanto os de esquerda enviavam seus contingentes às ruas, em combate aberto. A tentativa de iniciar uma nova era após a devastadora Primeira Guerra Mundial não era definitivamente bem-sucedida.
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Para os soldados que retornavam da frente de combate, o quadro era de caos, no qual ninguém conseguia se orientar. Muitos deles passaram a apoiar os extremistas de direita Freikorps.
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Tumultos de Natal: 1918
Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Friedrich Ebert, em Frankfurt, no ano de 1923
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No fim do ano, os tumultos haviam chegado a enormes proporções, levando o chanceler federal a tomar uma medida. Friedrich Ebert (1871 – 1925) ordenou que os chamados "tumultos de Natal" fossem reprimidos militarmente.
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No dia 29 de dezembro de 1918, o governo de transição ("Conselho dos representantes do povo") desmoronou. A situação escalou. Ebert incumbiu Gustav Noske (1868 – 1946) de proteger a residência governamental.
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Na condição de ministro, ele era responsável pelo comando dos militares. Sua conduta linha-dura não trouxe, contudo, paz para o país, muito pelo contrário: no início de 1919, os tumultos aumentaram ainda mais.
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A aliança comunista Spartakusbund conclamou a população a atos que lembravam uma guerra civil, um conflito desencadeado pela demissão do presidente da polícia berlinense Emil Eichhorn (1863 – 1925). Eichhorn era membro do KPD, fundado no início daquele ano, uma facção derivada do Spartakusbund de Liebknecht. A negativa de Eichhorn de renunciar a seu cargo levou à insurreição e causou tumultos em Berlim do dia 8 ao 10 de janeiro de 1919.
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O Exército do Reich foi fortalecido com os extremistas de direita Freikorps, que perseguiam abertamente os membros do Partido Comunista. Após a derrota da insurreição do Spartakus, os Freikorps levaram adiante operações de "limpeza" na cidade. No contexto destas ações ilegais, foram mortos os ícones do KPD: Rosa Luxemburgo (nascida em 1871) e Karl Liebknecht. Seus corpos foram atirados atirados no Landwehrkanal.
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República de Weimar
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Em função dos tumultos, o governo transferiu sua sede para a vizinha Weimar. Por outro lado, a escolha desta cidade era também um sinal para a nova República democrática. Em Weimar, viveram e atuaram nomes como Friedrich Schiller (1759 – 1805), Johann Wolfgang von Goethe (1749 – 1832) ou Johann Gottfried von Herder (1744 – 1803). A nova República não deveria ter nada em comum com o antigo Estado Imperial.
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No dia 19 de novembro de 1919, a Assembleia Geral de Weimar se reunia, a fim de redigir uma Constituição democrática. Após seis meses de intenso debate, a nova Constituição era aprovada no dia 31 de julho, entrando em vigor logo depois.
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Naquele momento, a Alemanha era uma democracia parlamentar, embora a Constituição contivesse muitas falhas. Principalmente o excesso de poderes do presidente do Reich, que, com a ajuda do que se chamava de "prescrição emergencial", podia governar sem e até mesmo contra o Parlamento, acabou se tornando um problema extraordinário.
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Autor: Matthias von Hellfeld
Revisão: Augusto Valente
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