Fados do Tempo da Outra Senhora (35)
Quitandeira
Fruit and Vegetable Vendor, Rio de Janeiro, Brazil, 1850sFonte
Daniel P. Kidder, Brazil and the Brazilians, portrayed in historical and descriptive sketches (Philadelphia, 1857), p. 167. (Copy in Special Collections Department, University of Virginia Library)
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Shows female hawker, "The Quitandeira," carrying a tray on her head with her infant tied to her back. "The quitandeiras are the venders of vegetables, oranges, guavas, . . mangoes… sugar-cane, toys, etc. They shout out their stock in a lusty voice . . . . The same nasal tones and high key may be noticed in all. Children are charmed when their favorite old black tramps down the street with toys or doces." The same illustration appears in later editions of this work, e.g., 1866 (6th ed.), 1879 (9th ed.).
in
António Cardoso
Oferta
Sou a quitandeira mais doce
que todos os doces de coco,
minha boca é tão docinha
como a fruta da minha quinda.
Tenho os seios para dar
duas laranjas do loje,
tenho nos olhos pitangas
tão boas de namorar
que todos os doces de coco,
minha boca é tão docinha
como a fruta da minha quinda.
Tenho os seios para dar
duas laranjas do loje,
tenho nos olhos pitangas
tão boas de namorar
Tenho o Sol na barriga
e doçura da manga nos braços,
quem quer a minha vida
pra adoçar os seus cansaços?
(No reino de Caliban II - antologia panorâmica de poesia africana de expressão portuguesa)
Nasceu a 8 de abril de 1933 em Luanda, onde fez os estudos liceais. Teve a sua estreia no boletim "Estudante" (órgão dos alunos do ex-liceu Salvador Correia) e na revista "Mensagem". Foi preso pela PIDE (polícia portuguesa) em 1959 e de novo em 1961, só sendo libertado a 1 de maio de 1974, depois de ter passado cerca de três anos em cadeias de Luanda e aproximadamente dez no Campo de Concentração do Tarrafal, fato que marcou muito a sua obra. Após a independência, exerceu funções superiores na Rádio Nacional e na Secretaria de Estado da Cultura.
Nota: Em Luanda as quitandeiras e muitas mulheres vestiam-se do mesmo modo da gravura e do mesmo modo transportavam os filhos às costas.
VN
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