Coleccionador - João Rendeiro é homem de causas sociais
O banqueiro que se tornou amante de arte
* João Tavares
É um dos homens mais poderosos da banca portuguesa e um apaixonado pela arte. O presidente do Banco Privado Português (BPP), João Rendeiro, de 54 anos, começou a coleccionar obras de arte nos anos 80 e é o principal responsável pela Fundação Ellipse.
É um dos homens mais poderosos da banca portuguesa e um apaixonado pela arte. O presidente do Banco Privado Português (BPP), João Rendeiro, de 54 anos, começou a coleccionar obras de arte nos anos 80 e é o principal responsável pela Fundação Ellipse.
A instituição, criada pelo BPP com o objectivo de investir neste sector, num total de 20 milhões de euros (em quatro anos), é composta por diversos artistas contemporâneos nacionais e internacionais e alberga cerca de 300 peças de uma centena de autores. O foco é na arte realizada a partir dos anos 80, mas a obra mais antiga é um conjunto de fotografias de Dan Graham, intitulado ‘Homes for America’, de 1965. A colecção está avaliada em cerca de dez milhões de euros e deve, no futuro, ser vendida a um museu.João Rendeiro confessa que o amor pela arte se propagou na sua vida “como um vírus” e acredita no projecto da fundação, que visa não só reunir um importante espólio, bem como possibilitar aos jovens uma percepção mais ampla da vida cultural e ser um pólo de residências de artistas.Além do seu papel na banca e na arte, João Rendeiro utiliza a Ellipse para ajudar na inclusão social e no apoio a países em desenvolvimento. O banqueiro é também o responsável da Fundação Luso-Brasileira e sonha em erguer no nosso país um Museu de Língua Portuguesa, à semelhança do que já existe em São Paulo. Interessando-se pelos mais desfavorecidos, João Rendeiro lidera um grupo de trabalho na Clinton Global Initiative, projecto criado por Bill Clinton, ex-presidente dos EUA. Sob sua alçada tem a promoção de iniciativas de financiamento de microcrédito e de apoio a comunidades e pessoas. Diz que o encanto que Lisboa tem podia ser melhorado com a criação de mais elementos atractivos, através de uma oferta cultural mais diversificada. O que João Rendeiro gostava era que, em Portugal, as instituições fossem “exemplares”, como em terras britânicas. “Inglaterra marcou-me em termos de compreensão de uma cultura e modo de funcionamento de uma sociedade. Do ponto de vista prático, é uma civilização verdadeiramente notável.”
A instituição, criada pelo BPP com o objectivo de investir neste sector, num total de 20 milhões de euros (em quatro anos), é composta por diversos artistas contemporâneos nacionais e internacionais e alberga cerca de 300 peças de uma centena de autores. O foco é na arte realizada a partir dos anos 80, mas a obra mais antiga é um conjunto de fotografias de Dan Graham, intitulado ‘Homes for America’, de 1965. A colecção está avaliada em cerca de dez milhões de euros e deve, no futuro, ser vendida a um museu.João Rendeiro confessa que o amor pela arte se propagou na sua vida “como um vírus” e acredita no projecto da fundação, que visa não só reunir um importante espólio, bem como possibilitar aos jovens uma percepção mais ampla da vida cultural e ser um pólo de residências de artistas.Além do seu papel na banca e na arte, João Rendeiro utiliza a Ellipse para ajudar na inclusão social e no apoio a países em desenvolvimento. O banqueiro é também o responsável da Fundação Luso-Brasileira e sonha em erguer no nosso país um Museu de Língua Portuguesa, à semelhança do que já existe em São Paulo. Interessando-se pelos mais desfavorecidos, João Rendeiro lidera um grupo de trabalho na Clinton Global Initiative, projecto criado por Bill Clinton, ex-presidente dos EUA. Sob sua alçada tem a promoção de iniciativas de financiamento de microcrédito e de apoio a comunidades e pessoas. Diz que o encanto que Lisboa tem podia ser melhorado com a criação de mais elementos atractivos, através de uma oferta cultural mais diversificada. O que João Rendeiro gostava era que, em Portugal, as instituições fossem “exemplares”, como em terras britânicas. “Inglaterra marcou-me em termos de compreensão de uma cultura e modo de funcionamento de uma sociedade. Do ponto de vista prático, é uma civilização verdadeiramente notável.”
PERFIL
João Oliveira Rendeiro tem 54 anos, é casado e licenciou-se em Economia pelo ISEG, em 1976. Foi o fundador do Banco Privado Português, em 1996, e sempre foi um apaixonado pela arte. Começou a coleccionar há 20 anos e faz questão de ter uma participação cívica bastante activa.
AS 'OBRAS-PRIMAS' NA VIDA DE JOÃO RENDEIRO
O banqueiro tem uma grande participação cívica na sociedade. Integra vários projectos com objectivos bem definidos.
FUNDAÇÃO ELLIPSE
Quer criar uma colecção de arte contemporânea internacional de carácter museológico; proporcionar aos jovens uma visão ampla da cultura; trazer a Portugal artistas internacionais para trabalharem com os portugueses e trocarem novas ideias.
EMPRESÁRIO PELA INCLUSÃO SOCIAL
Após repto do Presidente da República, João Rendeiro decidiu integrar a associação, que visa possibilitar aos jovens o acesso ao Ensino. Querem recolher 100 milhões de euros.
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
Preside a Fundação Luso-Brasileira e pretende erguer um Museu da Língua Portuguesa no nosso país, para que as pessoas compreendam o que é ser português.
CLINTON GLOBAL INITIATIVE
João Rendeiro lidera um grupo de trabalho no projecto de Bill Clinton, que se reúne, anualmente, em Setembro, em Nova Iorque. O seu grupo promove iniciativas de financiamento de microcrédito.
in Correio da Manhã 2002.02.17
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