Dia a dia
Lições finais da GM
.* Armando Esteves Pereira, Director adjunto
A falência da General Motors não representa apenas o fim de uma grande construtora automóvel, que já foi a maior do Mundo, e a morte de um dos mais poderosos ícones americanos. Por causa dos erros de gestão das últimas duas décadas, que levaram a empresa a produzir carros menos competitivos do que a concorrência e a perder quota de mercado, a GM actual ainda tinha um valor simbólico, mas a nível económico era uma sombra do poder que revelou até à década de 70, época em que o que “era bom para a GM era bom para a América”.
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Para além de todos os dramas que a falência acarreta há uma bomba-relógio que brevemente virá à superfície.
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A GM é responsável pelo pagamento de pensões de cerca de 500 mil americanos. O dinheiro do fundo de pensões já tinha sofrido uma forte erosão devido à queda das acções. Em Dezembro passado a empresa estimava que seria necessário um reforço adicional de 12 a 13 mil milhões de dólares (perto de 10 mil milhões de euros) em 2013.
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É nestes casos que o modelo de segurança público, como o existente em Portugal, revela as suas vantagens. Pode ter problemas de financiamento no futuro e até haver quebras nas pensões, mas os trabalhadores abrangidos por este sistema estão mais protegidos. Em tempos de crise, o Estado tem mostrado que é o melhor guarda-chuva.
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In Correio da Manhã - 2009.06.02
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