A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

segunda-feira, maio 07, 2007



A Arte de Dias Coelho

Quer na escultura, quer no desenho de José Dias Coelho, nota-se uma busca constante da simplicidade formal. É isto que transmite uma grande força às suas esculturas, compactas, densas, despojadas de pormenores inúteis, em planos e curvas modelados pela luz.
A sua escultura, sempre figurativa, desenvolve no entanto um jogo de volumes e perfis muito sóbrios, que conferem à composição uma simplicidade quase geométrica. Esta característica é acentuada pelo facto de, na maior parte das cabeças e em todos os grupos escultóricos, a modelação do barro ser lisa. Na passagem ao gesso as superfícies são quase polidas, permitindo que a luz as percorra sem entraves. Excepção a este tratamento são as cabeças de Fernando Namora e de Tomás de Figueiredo, cuja modelação permite visualizar o movimento dos dedos modelando o barro, o que naturalmente se deve ao propósito de caracterizar o modelo.
Grande parte das suas esculturas são retratos de amigos, colegas e familiares, extraordinariamente bem conseguidos, com uma semelhança notável e uma grande economia de meios. Dias Coelho consegue marcar o carácter do retratado pelos seus traços essenciais, como acontece com as cabeças de Alves Redol, Fernando Namora, Maria Eugénia Cunhal, de sua mãe, da irmã Maria Sofia e tantos outros.
No desenho, quer a carvão, quer a tinta da china, a procura da simplicidade permite que se revele a sensibilidade de traço rara e de grande delicadeza.
Foram particularmente apreciados alguns, como os retratos a carvão da mãe e de sua irmã Maria Emília, que obtiveram uma menção honrosa e uma medalha, respectivamente, nos Salões da SNBA.
Um tipo de desenho especialmente bem conseguido são os grupos de pares a que deu o título geral de «Líricas», a tinta da china e com um traço muito puro.
As gravuras para a imprensa clandestina, executadas durante os anos em que viveu na clandestinidade, são hoje amplamente divulgadas e representam uma participação importante para a melhoria gráfica da imprensa do Partido. Estas linogravuras ilustraram e sublinharam muitos artigos do jornal «Avante!», do boletim «Portugal-URSS», e muitas foram executadas para servir de cabeçalhos a vários órgãos da imprensa clandestina para sectores específicos, como para «A Voz das Camaradas», e jornais «A Terra», «O Ferroviário», «Amanhã». - MT
Artigo publicado na Edição Nº1724

3 comentários:

Júlio Pêgo disse...

Seria interessante o "Kant_O_XimPi" reproduzir algumas obras do Esc. Dias Coelho, assassinado pela PIDE. Para além de ser um acto de cultura, seria também de homenagem.
Notável a obra do K. Malevitch.
Júlio Pêgo

Victor Nogueira disse...

Viva :-)

Espalhadas pelo Blog tenho várias obras de Dias Coelho - há poucas - que recolhi na internet. No «arquivo» estão estão apenas as «líricas». Mas é uma ideia, juntá-las e fazer uma exposição vitutal delas. Há um outro artista, o Pavia, mas desse ainda menos obras encontro na Internet.
Voltando ao Dias Coelho, se procurar no blog por «Dias Coelho» encontrará as que foram reproduzidas noutros «post»
Um abraço
Victor Nogueira

Victor Nogueira disse...

Viva

A sugestão que lhe dei não funciona. Abaixo ficam os «post» em que ele «aparece»

«Prá Frente Meu Coração» Quando revivemos um Amigo... José Cardoso Pires, 07/05/07

A Arte de Dias Coelho Quer na escultura, quer ... 07/05/07

Quando a morte saía à rua • ... Aurélio Santos, 07/05/07

CANTAR ALENTEJANO.. 23/02/07

A morte saiu à rua num dia assim ... 23/02/07

Se tiver outras reproduções de Dias Coelho e de Pavia, poderemos talvez fazer uma exposição virtual comum no meu blog.

Um abraço

Victor Nogueira