A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

domingo, maio 06, 2007


Vítimas de Salazar
João Madeira
Irene Flunser Pimentel
Luís Farinha


Sinopse:

Durante mais de 30 anos António de Oliveira Salazar governou Portugal com punho de ferro. Através de um regime nacionalista, autoritário e repressivo despolitizou-se, desmobilizou a participação cívica dos portugueses e criou uma única e determinada imagem do país.


Pretensamente sem conflitos, problemas, miséria e dificuldades, segundo a norma de «o que se parece é». Mas os homens e mulheres de então tinham fome, viviam amordaçados pelo lápis azul dos censores, controlados por escutas telefónicas ou violação do seu correio, intimidados pelos informadores que colaboravam com o regime. Atormentados pelas torturas da estátua ou do sono perpetrados pela PIDE. Julgados por tribunais fantoches onde a liberdade ficava à porta e onde os próprios advogados passavam a réus. Se a sua atitude fosse considerada suspeita eram saneados, impedidos de exercer a função pública, exilados ou deportados para campos de concentração, ou simplesmente assassinados. Estes homens e mulheres têm um rosto, sofreram a repressão, enfrentaram-na de forma corajosa e muitos morreram de forma heróica a combatê-la. São as Vítimas de Salazar.

in
www.esferadoslivros.pt/novidades.php

Do”maior português de sempre” às “Vítimas de Salazar”

*
Joaquim Gonçalves

Quando criança - nasci na segunda metade dos anos 50 - fui habituado a ouvir (e a repetir) que Monsanto era a aldeia mais portuguesa de Portugal, que o Alentejo era o celeiro da Nação, que beber vinho era dar de comer a um milhão de portugueses e por aí fora, numa sucessão de frases de marketing político-económico de fazer inveja a sucedâneas gerações de brilhantinas, tecnocratas, e sabichões.

Mais tarde vim a saber que existiu um António Ferro. De Salazar já tinha conhecimento, não fosse ele omnipresente na parede da escola, bem por trás da secretária do Senhor Professor, por cima, por baixo ou ao lado do crucifixo, mas sempre em local que os nossos pequenos olhos não pudessem ignorar.

António Ferro foi, de facto, o grande publicitário do regime, fazendo escola que não se terá perdido no tempo. Há quem diga que foi o pai do marketing político português. Mas dessas coisas sei pouco. O que sei, constato, cerca de meio século passado, é que Ferro e Salazar não trabalharam em vão. Como se o lapso de cinquenta anos não tivesse existido na História de Portugal e dos Portugueses – dos grandes e dos pequenos – a televisão pública (e impúdica) oficial paga por todos nós, principalmente os pequenos portugueses, já que os grandes estão lá para colher os louros e as receitas, essa RTP que nunca conseguiu disfarçar sequer a sua dependência dos poderzinhos do momento, impõe-nos, agora, o nome do ditador como o hipotético maior português de sempre, numa lista que inclui Portugueses de maiúscula.

Não me contradigo ao dizer que esse nome não devia sequer ser autorizado a figurar na lista (hipotética) dos maiores. Não ignoro o lapso de cinquenta anos. Salazar existiu, de facto. Mas o tal meio século ensinou-me alguma coisa. Tal como o ontem e o hoje (o amanhã nunca se sabe), a História existe, não a podemos contornar. Deve, por isso, servir para alguma coisa. Quanto mais não seja para aprendermos com os erros do passado. Mas quem quer saber disso?

Entre outros ápodos, Salazar, para além de “bota-de-elástico”, também ficou conhecido pelo “troca-tintas”. Sendo eleito, num “concurso” que fosse sério, como “o maior português de sempre” ficaria consumada a categoria dos portugueses: “troca-tintas”.

Se assim fosse, na minha ascendência haveria de certeza um engano - não seria português. Mas sou. Porque a História continuará a ensinar a vindouros com dois dedos de inteligência que os poderes do momento são efémeros. E bons e maus portugueses havê-los-á sempre.

Cada um é como é. Cá por mim, não apenas como livreiro mas, acima de tudo, como Português, vou fazer a melhor divulgação possível do livro “Vítimas de Salazar”.

Sines, Março de 2007

http://adasartes.blogspot.com/2007/03/todos-os-autores-dia-31.html


Pelas Vítimas de Salazar

* João Tunes

Com uma óbvia oportunidade, o livro recentemente editado sob o título de “Vítimas de Salazar” (*) representa uma súmula de vários aspectos da pesada face negra dos tempos sob a ditadura de Salazar. Obra de uma equipa de historiadores, nela perpassa o essencial de um passado culturalmente (não politicamente?) ainda presente em que, pela distância de uma incerta vivência democrática, não deixa de provocar espanto. Suponho que a admiração maior calhará às gerações pós-abril que terão dificuldade em imaginar-se viverem em tamanho sufoco repressivo. Mas mesmo para as gerações que viveram a ditadura, admito que esta revisita do salazarismo ainda perturbe como retorno de pesadelo.


E se a distância, normalmente um importante factor positivo e essencial para qualquer abordagem histórica, é propícia a uma apreciação mais fria, abrangente e documentada do passado histórico, não é menos verdade que ela é aproveitada pelos gestores do silêncio e do apagamento dos contrastes. Portanto, campo livre para o revisionismo e a recuperação saudosista. Com Salazar, foi isso que aconteceu. O que espreita e é aproveitado atrás dos recuperadores de Salazar, gerindo-lhe e alimentando o mito, é uma mescla de múltiplos vectores: sobreviventes desse tempo que não combateram Salazar (e a maioria dos que viveram o seu tempo não o combateu, por medo, por servilismo ou por benefício); os das mais jovens gerações que desiludidos com o rumo e resultados democráticos, são atreitos a uma projecção negativista radical do presente (fazendo-o para um futuro utópico de revolução libertadora ou pelo retrocesso passadista); os incrédulos, por ignorância, da face negra do salazarismo; os relativistas que se empenham em salientar o cotejo dos limites repressivos do salazarismo com outros fascismos da época.


Numa sucessão de abordagens conformes á metodologia histórica, documentalmente suportada, os autores deste livro revisitam o pesadelo do tempo vivido sob o mando absolutista de Salazar, desdobrado nas várias facetas em que o regime reprimia, controlava e definia os limites das vivências permitidas. Nas quais, só três vias eram consentidas: o colaboracionismo (em grande número, um “colaboracionismo miserável”, como o dos “bufos” e “informadores”); o conformismo (sobretudo o de “a minha política é o trabalho”); a resistência e oposição (para quem o regime usava uma mão pesada e brutal). Os vários capítulos deste livro tratam, sobretudo, deste último (e reduzido) grupo, afinal o sustentáculo das raízes de que saiu a democracia e que depois havia de incorporar activamente os colaboracionistas e os conformistas. Mais, é claro e felizmente, as gerações crescidas ou já nascidas em sociedade democrática (toda ela, uma negação total e absoluta da sociedade salazarista). A censura, a vigilância sobre as conversas telefónicas e o correio, a rede de “bufos” e informadores, a prisão política e a prática de torturas, os julgamentos por juízes-polícias com possibilidade de aprisionamento como “medida de segurança”, os saneamentos da função pública, a deportação e o exílio, os campos de concentração, o controlo político das Forças Armadas, as milícias fascistas, a repressão aos estudantes, a liquidação do protesto sindical, os assassinatos políticos, as fraudes eleitorais, são as faces negras do salazarismo, as vividas pelas suas vítimas, expostas neste livro e atiradas à cara dos saudosistas de Salazar. Impensáveis hoje mas essenciais então para a conservação de um regime hiper autoritário.


Um livro eminentemente útil num tempo em que, pela ignorância e pelo apagamento programado da memória, um punhado de maníacos saudosistas mobiliza, pelo telemóvel, votos televisivos para o ditador nefando como sendo um “grande português”.


(*)“Vítimas de Salazar – Estado Novo e Violência Política”, João Madeira, Irene Pimentel, Luís Farinha e Fernando Rosas, Edições “A Esfera dos Livros”

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Adenda: Quase em coincidência, também Miguel Cardina faz apreciação deste livro oportuno.

http://agualisa6.blogs.sapo.pt/209856.htm

A violência, o medo e os rostos defronte

* Miguel Cardina

Existe já uma considerável produção memorialística proveniente do diversificado campo da oposição ao Estado Novo. Em 2001, António Ventura publicou o catálogo Memórias da Resistência. Literatura autobiográfica da resistência ao Estado Novo, no qual antologiou noventa e nove extractos de livros escritos por activistas da luta contra o regime de Salazar e Caetano. Desde essa data, mais livros – subtraia-se à contabilidade as inúmeras crónicas ou testemunhos sobre o assunto – foram adicionados a esta lista, estando actualmente o número de relatos desta natureza bem acima da centena. Um exemplo último foi a edição das memórias de Edmundo Pedro, dedicadas ao período da sua formação ideológica e permanência no campo de concentração do Tarrafal.

Por outro lado, e no campo académico, a abordagem dos processos de luta oposicionista tem vindo a interessar um número crescente de investigadores, com alguns deles a deslocarem o foco de atenção para o «outro lado», o lado dos mecanismos, dos fenómenos e dos actores da repressão política. Recentemente, duas teses de doutoramento foram dedicadas a esta temática. Em 2004, Dalila Cabrita Mateus publicou A PIDE/DGS na Guerra Colonial: 1961-1974 – tendo, em 2006, dado à estampa Memórias do Colonialismo e da Guerra, conjunto de quarenta entrevistas, efectuadas no âmbito do referido trabalho, a portugueses e africanos perseguidos pelo seu empenhamento independentista – e Irene Flunser PimentelA Polícia Internacional de Defesa do Estado. Direcção Geral de Segurança (PIDE/DGS). História da Polícia Política do Estado Novo, cuja publicação se anseia para breve. apresentou, já este ano,

Vítimas de Salazar, de João Madeira, Irene Flunser Pimentel e Luís Farinha, permite percorrer esse duplo caminho que atravessa resistência e repressão. Ao mesmo tempo que aborda a violência cometida pelas autoridades, recupera o rosto daqueles que arriscaram romper o cerco e lutar, das mais variadas formas, contra o regime ditatorial. Como declara João Madeira na introdução, este não é o estudo sistemático «que é globalmente indispensável» e «que tem vindo a ser parcelarmente realizado» sobre este domínio. Ainda assim, convém esclarecer que a obra não se limita a coligir e elucidar situações mais ou menos emblemáticas, mais ou menos desconhecidas – tarefa já de si altamente louvável – mas proporciona uma útil visão de conjunto sobre os mecanismos da repressão política.

No prefácio, Fernando Rosas elabora algumas considerações sobre os dois temas que, visível e invisivelmente, percorrem a obra: a violência e a memória. Sobre esta, Rosas salienta que a revolução de 1974/75 se fez, desde logo, em nome da «memória do antifascismo», o que explicaria o assalto à PIDE, a libertação dos presos políticos, a liquidação do partido único e da censura, a extinção da Legião Portuguesa (LP), da Mocidade Portuguesa (MP) e da Mocidade Portuguesa Feminina (MPF), bem como os saneamentos de governantes, delatores e colaboradores do regime.

Num segundo momento, colocado na curva da década de setenta para a década de oitenta, teria emergido uma «cultura de negação/revisão» dessa memória que fora dominante durante o biénio revolucionário. Fernando Rosas identifica três manifestações deste processo: 1. «a anulação ou esvaziamento prático de grande parte das medidas de justiça exigidas e parcialmente impostas»; 2. «o prolongado fecho de alguns arquivos essenciais à investigação histórica do Estado Novo e suas instituições»; 3. «a construção progressiva de um discurso de revisão historiográfica», que não tem a ver com a querela relativa a classificação (ou não) do regime como um fascismo, mas com uma dada interpretação que lhe enfatiza o lado civilista. Liderada por um professor catedrático e temperada por uma «matriz católica», a ditadura portuguesa ter-se-ia caracterizado pelo seu «baixo teor de violência».

É precisamente sobre a questão da violência, central neste volume, que Rosas faz mais algumas breves alusões. Enquanto projecto de superação do liberalismo e de cura da Nação através da erradicação dos «traidores da Pátria», a violência dos regimes de tipo fascista era «potencialmente irrestrita», variando a sua extensão de acordo com as circunstâncias e as possibilidades. A durabilidade dos regimes implicaria, pois, uma cuidadosa gestão entre a «violência preventiva» e a «violência punitiva», caminhos apostados em «enquadrar a massa»«moldar os espíritos». e

A primeira seria a forma mais constante, ainda que menos evidente, de violência política, e sustentava-se na intimidação, na dissuasão e no medo. Neste campo jogaram um papel essencial a igreja católica – sobretudo até a década de cinquenta –, o aparelho censório e os organismos estatais de inculcação ideológica. Aqui se traçava um «primeiro círculo de segurança que toda a gente que não quisesse correr sérios riscos ou arranjar problemas graves, interiorizava não poder pisar». O segundo domínio da violência – o da repressão directa – agia sobre um número quase sempre mais escasso de indivíduos e servia-se de uma rede própria: a PIDE, a PSP, a GNR, a LP, os tribunais especiais, as prisões e os campos de concentração, bem como por uma legislação penal que suportava e permitia uma série de arbitrariedades.

Mobilizando uma quantidade apreciável de documentos, informações e testemunhos, os autores de Vítimas de Salazar desenham um retrato inequívoco da identidade agressiva do Estado Novo. Nele se destacam as perseguições, os assassinatos, os interrogatórios da PIDE – onde, como lembrou o psiquiatra Afonso de Albuquerque, o que interessava não era fazer falar mas «a destruição da personalidade do preso e a criação de um clima de terror» – ao mesmo tempo que se vai apontando a referida «violência preventiva»: a censura, as escutas telefónicas, o medo, a mentalidade delatória, a violação de correspondência, as estruturas ideológicas do regime, são alguns dos temas documentados. Não se confundindo, pois, com um libelo acusatório, o livro não abdica de «tomar partido», isto é, de mostrar que na dialéctica entre torcionários e vítimas, delatores e perseguidos, opressores e oprimidos, a dignidade está apenas num dos lados.

João Madeira, Luís Farinha, Irene Flunser Pimentel (2007), Vítimas de Salazar. Estado Novo e Violência Política. Prefácio de Fernando Rosas. Lisboa: A Esfera dos Livros. 452 pp. [ISBN 978-989-626-044-6]

http://ppresente.wordpress.com/textos/a-violencia-o-medo-e-os-rostos-defronte/



É quase Abril...

18-04-2007

* Francisco Queirós

Estamos a poucos dias do 33.º aniversário do 25 de Abril. Muitos portugueses nasceram depois da revolução e a geração que hoje está no poder era a geração adolescente naqueles últimos anos do regime, da chamada “primavera marcelista” que se sucedeu à queda da cadeira protagonizada por Salazar, primavera só de nome em que a PIDE, agora DGS, continuava a esmerar-se nas torturas do sono e da estátua, na tortura psicológica com o bom e o mau pide, e em tantas outras sevícias, que Salazar, tão hipócrita quanto falsamente seráfico, crismara de: “meia dúzia de safanões a tempo nessas criaturas sinistras”. Portugal era um país de miséria, de analfabetismo, de mortalidade infantil, de fome e era o país onde as mulheres precisavam de autorização dos maridos para se deslocarem ao estrangeiro e onde os maridos tinham direito consagrado a abrir a correspondência das suas mulheres. Era um país em guerra, de onde os seus filhos saíram para morrer em nome falso de uma Pátria que não podia contudo ser a sua. 33 anos depois de Abril recordemos que são milhões as vítimas de Salazar e de Caetano, os que caíram na guerra, os que sofreram a repressão, as prisões e os assassinatos, os que foram condenados à emigração “a salto”, os que foram destinados à miséria, à fome, à tuberculose e a outras enfermidades ou à ignorância por um regime que desprezou o ensino.

33 anos depois da Revolução de Abril eles andam aí de novo, em concursos de tv ou em campanhas de branqueamento dos seus crimes. Por estes dias, representantes do fascismo de toda a Europa concentram-se num evento em Portugal. E o governo mantém-se mudo e quedo face às cada vez mais frequentes cerimónias fascistas, em que se incluiu também a pretensão de inaugurar um santuário em Santa Comba, com o nome de museu.

Curiosamente, quando em Portugal se avança como nunca antes na execução de políticas neoliberais, de direita, em muito semelhantes às executadas por sectores da extrema-direita europeia, recrudescem os episódios e as manifestações nacionalistas. Há quem, professoralmente, os desvalorize. Há quem defenda que se ignorem ou desprezem estes sinais. Mas eles não são inocentes. A extrema-direita clássica tem agora a sua oportunidade e, assumindo-se publicamente com maior frequência e estridência, procura empurrar os homens que estão ao leme para rumarem ainda mais para a direita. A estratégia é velha - cria-se um espaço entre o extremismo, que na pior hipótese a maioria da opinião pública rejeita e condena, e as novas e modernas soluções direitistas, mas aparentemente mais democráticas e logo distintas e por isso aceitáveis e convincentes. Se necessário mesmo, aperta-se o cerco aos protagonistas do poder, obrigando-se a que caminhem ainda mais depressa para onde se quer que estes avancem.

33 anos depois do 25 de Abril, a memória está mal cuidada, de propósito. 33 anos depois da Revolução, há quem cuide em apagá-la e há quem não queira em consciência ver os perigos que espreitam por detrás da falsificação da história e do branqueamento do fascismo. Mas Brecht tem ainda razão: «Primeiro levaram os comunistas / Mas não me importei com isso / Eu não era comunista / Em seguida levaram alguns operários / Mas não me importei com isso / Eu também não era operário / Depois prenderam os sindicalistas / Mas não me importei com isso / Porque eu não sou sindicalista / Depois agarraram uns sacerdotes / Mas como não sou religioso / Também não me importei / Agora estão a levar-me a mim / Mas já é tarde.»

Para que não seja tarde, recordemos Abril. Eu cá vou recordá-lo nas ruas, em Abril e em Maio. E sempre. Sempre que for preciso.

in

http://www.asbeiras.pt/?area=opiniao&numero=41650&ed=19042007

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