A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

segunda-feira, abril 02, 2007



(Ainda) O Maior Português de Todos os Tempos (7)

TRÊS GRANDES PORTUGUESES ENTRE OS MAIORES


De: João Ferreira


A esperada lista RTP dos dez “mais”, saiu. Dos critérios usados para chegar ao resultado, não sei. Como também nada sei da possível fiscalização ou não do voto na votação eletrônica. De olhos no resultado, gostaria de lamentar que três nomes importantes da história portuguesa não tenham aparecido entre os dez, no topo da lista. Sabemos que todo o cardápio é, em termos gerais, uma escolha relativa. Mas uma escolha nunca pode ser de verdade um desencontro com a história. Mesmo quando se elabora uma lista relativa, discutível pelos métodos usados ou pelo tipo de acesso legado aos eleitores, há sempre nomes indiscutíveis para colocar nela. Um nome torna-se indiscutível quando tem uma biografia que demonstra uma superioridade ou uma posição única que lhe coube na história portuguesa.


É o caso de três nomes que embora não tenham ficado entre os dez da RTP, é indispensável lembrar e reafirmar, para conhecimento, sua pura qualidade top. Pertencem ao grupo dos dez mais. Isto porque são nomes históricos que a nível nacional e internacional ajudaram Portugal a tornar-se um país mais conhecido e respeitado no mundo. São eles: Pedro Hispano ( 1215(1220)-1277), D. João I (1357-1433) e Fernão de Magalhães( 1480-1521).


Pedro Hispano ou Pedro Hispano Portugalense é um lisboeta. Formou-se em Paris, onde lecionou também e é o primeiro comentador latino ocidental de Aristóteles na Idade Média. Foi arquiatra do papa Gregório X. Eleito papa em 1276, governou a Igreja Católica com o nome de João XXI. Único papa português na história do cristianismo.Foi uma das maiores figuras européias do seu tempo e mereceu ser lembrado por Dante no Paraíso da Divina Comédia(Canto XII, vv.133-1350. Ficou célebre, entre outras coisas, pelas suas numerosas obras de filosofia e medicina que escreveu e editou. Entre elas, ficaram famosas as Súmulas Logicais de que se conhecem cerca de 270 edições impressas e que se tornaram compêndio obrigatório para o vestibular nas universidades européias durante três séculos (s. XIII-XVI), desde Paris a Cracóvia, desde Glasgow a Leipzig e Colônia, desde Erfurt a Coimbra ou México. Conforme testemunho de João Gerson, no século XIV, as súmulas eram ensinadas e memorizadas nas escolas de Paris pelos meninos e adolescentes, como se fosse uma tabuada, mesmo que não as entendessem logo à primeira leitura. Através de sua obra de lógica Pedro Hispano ajudou a pensar e treinou o raciocínio dos jovens estudantes europeus durante mais de trezentos anos (do século XIII ao século XVI). Trezentos anos! É para aprofundar o que isso pode significar. Uma hegemonia escolar que não pode ser esquecida. Única. Como papa, mandou delegações de paz a Constantinopla tentando diplomaticamente aproximar o Oriente do Ocidente -gesto que faz falta não ser imitado hoje!


O segundo nome é o de D. João I. Apesar de menos badalado no circuito dos Grandes Portugueses, a leitura real da história nos leva a descobrir e a realçar que ele, como fundador e cabeça da dinastia de Avis, foi quem abriu Portugal para a modernidade, ao lado da talentosa esposa, rainha Dona Filipa de Lencastre – uma mulher extremamente criativa, educadora e empreendedora. De visão excepcional, Dona Filipa cria no palácio uma nobre geração capaz de projetar para Portugal uma visão nova do mundo. Seus filhos, chamados de “inclita geração” aproveitaram a lição aprendida em família e no contato com o mundo. Cultos e inteligentes, foram esses príncipes que abriram Portugal para o mundo novo e a modernidade. O Infante D. Henrique, o Navegador, é o rebento mais conhecido e cerebral do grupo, mas D. Pedro é o príncipe que vai pela Europa conhecer as novidades da ciência e da política. É deste ângulo que deve ser vista a figura de D. João I. Além de gerir o período fulcral da recuperação da identidade portuguesa em Atoleiros e Aljubarrota, o reinado de D. João I marca a saída de Portugal para os descobrimentos, começando em estilo de cruzada, em Ceuta (1415), com a colaboração dos infantes, seus filhos.


O terceiro nome omitido entre os dez, é Fernão de Magalhães. Sua celebridade e coroa de prestígio está na famosa volta de circum-navegação ao mundo. Magalhães, com sua viagem, definiu a geografia física do mapa da terra. Um proeza pioneira, que convém não esquecer para glorificação da história de Portugal!


Um país como Portugal, que não tem uma galeria de talentos e inventores sobrando, não pode deixar estes três nomes fora das listas dos lugares cimeiros de sua história. São nomes para serem glorificados por quem se acha herdeiro das tradições e das grandezas de seu país.


João Ferreira \ Brasilia

in PortugalClub

Sem comentários: