A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

sexta-feira, abril 27, 2007


1941 - Renascem os prelos do PCP



Na Europa, no início da década de quarenta do século XX, ninguém conseguia deter as hordas hitlerianas que progrediam, imperáveis, em várias direcções. Em 1940, as forças nazis invadiram a Escandinávia, e ocuparam a Bélgica, a Holanda e o Luxemburgo. No fim da Primavera entraram em Paris, bombardearam Londres, progrediram nos Balcãs e, um ano depois, irromperam pelo território da URSS, em 22 de Junho de 1941.

Na península Ibérica onde pontificavam os regimes fascistas de Salazar e Franco, os sucessos de Hitler e Mussolini eram aplaudidos por governos duma patente germanofilia, e os ditadores peninsulares acertavam estratégias e cumplicidades, dando forma a um Bloco Ibérico feito de repressão e terror. A polícia política do regime ( PVDE ), perseguia e seleccionava refugiados de guerra para devolvê-los à Gestapo, e seguindo o exemplo da sua congénere alemã, prendia, assassinava ou deportava todos aqueles que em Portugal, ousassem lutar pela liberdade e pela democracia.
No seu afã colaboracionista com os nazis, o regime tudo fazia para agradar a Berlim. Os emissores germânicos instalados na costa portuguesa apoiavam a luta submarina no Atlântico; a mineração do «volfrâmio» e a indústria de conservas nacionais, alimentavam a máquina de guerra alemã, enquanto a comunicação social radiofónica pública e privada, funcionava como caixa de ressonância da propaganda do III Reich.

Foi nesta conjuntura interna e externa que o PCP iniciou a Reorganização de 40 - 41.

Reactivar a imprensa do Partido constituía uma das prioridades do Secretariado do PCP que atribuiu a Dias Lourenço responsabilidades específicas na montagem e nas ligações com as tipografias que entraram em actividade no Verão de 1941 .

Em Junho desse ano, no Algueirão (Sintra ), entra em acção a tipografia de «O Militante» que inicia a publicação da III série, do n.º 1 a 16, com o Joaquim Rebelo o «Joaquim Aldeia» (do Barreiro), até 22 de Novembro de 1942, data do assalto da PVDE às instalações.

Em Agosto de 41, ressurgiu o «Avante!», impresso numa casa da Avenida Capitão Meleças, em Alverca do Ribatejo, onde operavam José Gregório, Amélia Fonseca do Carmo e Joaquim Correia, responsáveis pela feitura dos números 1 a 10, da conhecida por VI Série do Órgão Central do PCP, entre Agosto/41 e Maio/42.

O aparelho técnico reerguera-se, retomara o seu duro e já longo caminho, e o chumbo voltara a dar forma à imprensa clandestina do Partido.

Foi esta actividade, e este trabalho paciente e contínuo dos tipógrafos comunistas que permitiu fazer chegar à classe operária e às massas trabalhadoras, as orientações e análises do PCP, divulgando lutas e experiências silenciadas durante décadas pela Censura do regime fascista.

NOTA: Avante!: Órgão Central do / Partido Comunista (SP da IC). – N.º 1 (15 Fev. 1931 a 1933); II Série, N.º 1 (Jul. 1934 a Mai. 1939). A III Série do «Avante!», é fruto da actividade dos que resistiram à Reorganização de (1940-1941), tendo-se publicado o N.º 1 em Agosto de 1941. - A designada VI Série do «Avante!» da (Reorganização), tem igualmente a mesma data no N.º 1 em Agosto de 1941. - Assim sendo, as teses de «existência» duma IV e V Série, antecedendo a VI Série -, não podem sobreviver. A causa da aberrante numeração romana das séries é simples: havendo uma III a nova seria IV, e quem numerou a Série trocou IV = 4 com VI = 6.

Artigo publicado na Edição Nº1551 2003.08.21 Avante

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