Ainda Zeca Afonso
Uma obra como a de José Afonso, repartida por trinta anos de música, poesia e uma luta imparável por um mundo melhor, uma obra destas, dizia, não pode resumir-se em poucas linhas. Por outro lado, a análise, ainda que breve, da sua discografia torna-se tanto mais difícil quanto é certo que é praticamente impossível contabilizar com rigor todas as edições (entre discos de 78, 33 e 45 rotações, edições -comerciais, compilações, etc, cd's...) das suas músicas.
Para além de diversas reedições surgiu à venda, em 1982, um LP intitulado Baladas e Fados de Coimbra, que integra os temas de três dos primeiros EP's de José Afonso. No mesmo ano, a Rádio Triunfo publicou uma caixa com três LP's, contendo uma selecção de canções gravadas para a Arnaldo Trindade, Lda - Discos Orfeu, entre 1967 e 1982, além de uma brochura com textos de Oscar Lopes, João de Freitas Branco, Lousa Henriques, Fernando Assis Pacheco, Bernardo Santareno e Urbano Tavares Rodrigues. Após a morte de Zeca, a Transmédia fez editar um triplo álbum, Agora e Sempre, com as últimas gravações do cantor. Actualmente, toda a obra de Zeca está reunida em CD.
Versões...
Entretanto, existem diversas versões de muitos temas seus gravadas por intérpretes tão diversos como os norte-americanos Charlie Haden e Carla Bley (que incluíram uma versão instrumental de Grândola no álbum The Ballad of the Fallen, editado em 1983), o espanhol Luis Pastor (autor de uma excelente versão castelhana de Coro da Primavera e de uma não menos digna interpretação de um tema que já é um clássico de Fausto, Rosalinda), a brasileira Gal Costa (Milho verde), ou os portuguesíssimos Dulce Pontes, Sérgio Godinho ou Carlos do Carmo - o único cantor para quem Zeca escreveu propositadamente uma música: Fado excursionista, com texto de José Carlos Ary dos Santos, incluída no álbum Um Homem no País. Em 1994 foi editado o duplo CD Filhos Da Madrugada, que foi também a designação de um hiper-concerto realizado em Lisboa. E, no ano seguinte, José Mário Branco, João Afonso e Amélia Muge publicaram outro CD, igualmente duplo, com a gravação ao vivo do projecto Maio Maduro Maio, concebido para os espectáculos que os três artistas realizaram no Teatro S. Luiz, em Lisboa, tendo por base as canções de José Afonso. Pela sua importância, optou-se por incluir estes dois trabalhos no final da presente discografia.
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