A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

segunda-feira, abril 23, 2007


A miséria do capitalismo




Segundo o Instituto Federal de Estatística, em 2004 existiam na Alemanha 10,6 milhões de pessoas a viver na pobreza, isto é, 13 por cento da população. Hoje, em 2006, como resultado da agenda 2010 e das medidas Hartz IV decretadas pela social-democracia, a miséria é ainda maior. A presidente da Federação das Instituicões de Beneficência declara que “a pobreza atingiu um nível como não há memória na recente história alemã”. Num dos países que produz mais riqueza no mundo, onde o lucro líquido das sociedades financeiras entre 2000 e 2005 aumentou 42%, abate-se uma avalanche de miséria.

Mas nao é só na Alemanha que alastra a pobreza. O número de desempregados oficialmente registados em todo o mundo subiu para 185,9 milhões. A miséria atinge em primeiro lugar os mais fracos, as crianças e os reformados. 143 milhões de crianças crescem sem pais e 100 milhões- vegetam nas ruas das grandes metrópoles sem terem qualquer abrigo. 171 milhões são obrigadas a trabalhar em condições de saúde e sociais desastrosas. 73 milhões das crianças trabalhadoras tem menos de 10 anos.

Na Alemanha, o número de crianças que vivem na pobreza eleva-se a 2,5 milhões. Apesar desta situação, Norbert Walter, chefe do departamento de economia do Deutsche Bank, defende que no futuro ninguém vai poder sobreviver só com um salário. A burguesia alemã, com uma tradição histórica de trabalho escravo e de crimes contra os trabalhadores e a humanidade, não está com meias medidas: se queres sobreviver, alimentar-te e viver debaixo de um tecto, terás de trabalhar 14 a 16 horas por dia. São planos para a transformação do mundo inteiro num imenso campo de concentração e de extermínio dos trabalhadores. O professor Paul Kirchhof, democrata-cristão, juiz do Tribunal Constitucional e conselheiro da campanha eleitoral da chanceler Merkel, proclama no “Die Welt” (12. 05.06) que “a expressão justiça social é perigosa”, porque o Estado, através de impostos, teria de ir buscar o dinheiro lá onde ele existe.

Os ideólogos do capitalismo querem convencer a humanidade de que a miséria é o resultado de leis da natureza, impossíveis de contrariar, as quais condenariam a esmagadora maioria da população à pobreza e assegurariam a uma minoria privilegiada o direito à riqueza sem limites. Friedrich Engels, no escrito sobre “o socialismo utópico e o socialismo científico” (1880) alerta que “o capitalista já não tem nenhuma função social, a não ser a de meter os rendimentos ao bolso” e “jogar na bolsa, onde os capitalistas roubam o capital uns aos outros”. Engels avisa ainda que “o modo de produção capitalista proletariza cada vez mais a esmagadora maioria da população”.

A acumulação constante de capital, condição necessária ao funcionamento do sistema de domínio das oligarquias financeiras, legitima a exploração sem limites, o roubo descarado, as guerras, a corrupção, a miséria e tenta impor ao homem uma moral canibalista que o leve a aceitar e a participar na consolidação do sistema imperialista. Numa situação destas, em que a injustiça nunca foi tão evidente, como é possível que Schröder, Sócrates e Blair, dirigentes de partidos denominados “social-democrata”, “socialista” ou “trabalhista”, se tenham transformado nos James Bond, nos 007 ao serviço de sua majestade o grande capital, assumindo-se como autênticos carrascos do mundo trabalhador, dispostos a executar o que a burguesia endinheirada sozinha não teria força para concretizar?

É esta a realidade com que o mundo continua confrontada no início do século XXI e que exige a intensificação da luta dos trabalhadores e dos povos e o reforço da organização e da acção dos comunistas e de todas as forças revolucionárias em defesa da sobrevivência da humanidade.


Artigo publicado na Edição Nº1726 2006.12.28

1 comentário:

Anónimo disse...

A Polonia já não tem trabalhadores.
660.000 emigravam.
Russos e Ucranianos preferem Portugal.
Polonia vai "importar" Chineses !
http://www.diepresse.com/home/wirtschaft/eastconomist/299002/index.do?_vl_backlink=/home/wirtschaft/eastconomist/index.do

O inicio de uma nova epoca de escravatura....
Ralf