A literatura cigana "escrita" é formada em primeiro lugar pela transposição por escrito da tradição oral.
Em seu interior se acha uma ampla produção poética, expressão de sentimentos que nascem das experiências da vida cotidiana ou do desejo de uma redescoberta dos valores tradicionais fundamentais.
O processo de emancipação no plano social e político iniciado nas últimas décadas colocou as bases para a formação de uma elite intelectual cigana. A redescoberta de valores importantes, entre os quais o uso da língua materna, tem, entre outras coisas, induzido alguns Rom e Sintos, entre os mais sensíveis, a um salto de qualidade na tradicional narrativa cigana, favorecendo uma passagem da forma oral à forma escrita.Um exemplo da sensibilidade que transborda do ânimo dos Rom e dos Sintos nos é dada por estas poesias, compostas por vários autores, pertencentes a grupos diferentes.
História
Uma das teorias refere que os ciganos são oriundos da Índia sendo um povo pacífico. Após a ascensão dos bárbaros, os ciganos mudaram-se para o Egipto. Os egípcios fizeram um trato com o chefe dos ciganos: o povo cigano teria o domínio somente da estrada mas por 24 horas em cada uma. Assim os ciganos viajaram por todo o Egipto chegando à Grécia. Foi-lhes proposto novo negócio: se os ciganos ajudassem a Grécia teriam as estradas todas para caminhar. Pela análise da língua dos ciganos concluiu-se que por volta do ano 1000 os ciganos partiram do Noroeste da Índia por existirem bastantes vocábulos que derivam do sânscrito. É uma cultura agrafa cuja língua é o romanó ou romani. Na Península Ibérica existe o caló ou cali.
Historicamente, tudo leva a crer que os ciganos são oriundos do Vale do Rio Indus, no Paquistão, tendo iniciado o seu êxodo a partir do século VIII através da Pérsia, Mesopotâmia e por toda a Ásia Menor. Desde o século X até ao século XVI verificaram-se diversas migrações uma vez que este povo se foi dispersando. De acordo com o rumo geográfico que tomaram criaram-se três divisões na etnia cigana. Aqueles que se radicaram na Europa de Leste designam-se por Rom, na Europeu Central designam-se por Sinti ou Manusch e na Península Ibérica radicaram-se os Calé (plural de caló) ou gitanos.
Os testemunhos demonstram a antipatia pelos ciganos na medida em que foram perseguidos, açoitados, presos e até assassinados, tendo o nazismo morto cerca de 500 mil ciganos. Em Portugal, as primeiras referências ao povo cigano surgem na literatura e na legislação do séc. XV: no Cancioneiro Geral de Garcia de Resende e no Auto das Ciganas de Gil Vicente, entre outros. Existem referências aos ciganos na Bíblia no momento da crucificação de Cristo.
Durante o Estado Novo, os ciganos tinham a sua entrada vedada em certos lugares e nem sequer podiam estar parados na rua a conversar pois seriam sujeitos a uma multa. Os ciganos que fossem apanhados a vender podiam ir presos sem que as suas famílias tivessem conhecimento. Só após o 25 de Abril de 1974 é que deixaram de ser perseguidos, altura em que um maior número de ciganos se sedentarizou e passou a dedicar-se ao comércio ambulante.
A primeira actividade de subsistência a que os ciganos se dedicaram terá sido a de recolectores, tal como a caça e a pesca que lhes permitia a subsistência. Posteriormente, dedicaram-se a pequenas tarefas artesanais. Após a mecanização da agricultura perderam o mercado dos animais passando a dedicar-se a outro tipo de comércio.
Embora não tendo pátria os ciganos gostam de se referir a si próprios como uma nação na medida em que possuem língua, cultura, bandeira, leis e hino próprios. «São nómadas e o seu país é o mundo.» A bandeira simboliza o nomadismo: dividida horizontalmente ao meio sendo a parte superior azul, a parte inferior verde e, por vezes, surge uma roda de carroça.
Os países por onde passaram ou onde permaneceram elaboraram legislação discriminatória e de perseguição relativamente a este
povo.
2 comentários:
Conviria não escrever dislates sobre aquilo que não se conhece bem... A liberdade é uma coisa muito bonita mas a incompet~encia não é um bom uso da liberdade. JGBP
A JGBP, frontal, incisivo mas anónimo.
É a liberdade deste blog - comentarem corajosamente ao abrigo do anonimato, Dislates, ignorância, irresponsabilidade, incompetência ... de quem e porquê, sábio e corajoso JGBP?
Victor Nogueira
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