A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

sexta-feira, abril 13, 2007




Seiscentos Mil Iraquianos marcham contra EUA!









Em 2003, como um novo passo na "guerra contra o terror", lançada por Bush depois do 11 de setembro de 2001, as tropas imperialistas dos EUA, Grã-Bretanha e seus aliados obtiveram uma rápida vitória militar: derrotaram o governo e o regime de Saddam Hussein, dissolveram seu exército e instalaram um regime colonial, assentado nas tropas invasoras.


Mas as expectativas de que essa vitória permitisse instalar um governo títere sólido, e assim retirar rapidamente a maioria das tropas, viram-se rápida e duramente desmentidas pela realidade. Pouco tempo depois da ocupação, teve início uma verdadeira guerra de libertação do povo iraquiano que, através de ataques e atentados, começou a encurralar cada vez mais as tropas de ocupação e as impediu de dominar realmente o país.

Nenhuma das políticas implementadas para procurar reverter essa situação deu, até agora, resultado. Desde o genocídio que provocou a ocupação, as eleições fraudulentas para legitimar o governo títere de Al Maliki, assentado em forças políticas xiitas e curdas e a política de incentivar uma guerra civil com base étnica e religiosa que pudesse dividir o país em três regiões autônomas, dividir para conquistar, tampouco reverteu a dinâmica geral. Apesar de todos essas tentativas, uma vitória da resistência iraquiana é a possibilidade colocada na realidade.

Problemas em casa

O curso desfavorável da guerra no Iraque, e de toda a política de Bush no Oriente Médio, teve impacto nas próprias eleições legislativas do país, como uma maré de oposição popular, gerando uma dura derrota para o governo. Nas pesquisas realizadas no período eleitoral, mais de 50% dos norte-americanos estava a favor da retirada das tropas do Iraque. Esse tema foi um dos eixos das eleições, cujo resultado o próprio Bush reconheceu como "uma surra".

Bush começa a sofrer na própria carne o que já acontecera com dois de seus principais aliados na invasão ao Iraque (Aznar, na Espanha, e Berlusconi, na Itália).

Tal como assinalou o próprio Bush, depois das eleições, "sair derrotados do Iraque teria conseqüências desastrosas".

Atualmente, o imperialismo norte-americano não tem nenhuma condição política em seu próprio país para ampliar os atuais 150.000 soldados que mantém no Iraque aos 500 ou 600.000 que seriam necessários para poder controlar esse país.

No entanto na data em que se completavam quatro anos da ocupação de Bagdá por tropas dos EUA foi chamada pelo clérico xiita, Moqtada al-Sadr, o maior protesto contra a ocupação desde seu início.Segundo as autoridades policiais de Najaf, cerca de 600 mil pessoas foram ás ruas contra as tropas norte-americanas com bandeiras dos Estados Unidos foram estendidas no chão para que os manifestantes passassem por cima e centenas de bandeiras iraquianas sendo agitadas, numa demonstração de unidade do povo iraquiano. Embora tenha sido convocada pelos xiitas, a manifestação também contou com autoridades sunitas. Todos exigiam a retirada das tropas e pediam a unidade de todos os iraquianos contra os ocupantes.

Um dia antes da passeata, o comando militar dos EUA no Iraque anunciava a morte de dez soldados ianques em ataques da resistência no último fim de semana.

O enigma Al Sadr

O O governo de Al Maliki e os EUA enfrentam um grande problema chamado Al Sadr. A organização do clérico xiita entrou no governo títere de Maliki, e hoje conta com vários funcionários, ministros e parlamentares do Congresso do país.

Mas antes de integrar o governo, Al Sadr e sua milícia, o Exército Mehdi, já enfrentaram em ataques os marines norte-americanos. Mesmo no governo, o clérico continuou sendo um problema sério para Washington porque não aceitou entregar as armas de sua milícia e, além disso, defendeu e festejou a vitória do Hezbollah contra Israel no Líbano no ano passado.

Al Sadr tem relações diretas com a hierarquia religiosa iraniana. Sua força política se encontra nos bairros xiítas de Bagdá e na região de Basora, no sul do país.

Al Maliki evita um confronto maior com Al Sadr, temendo que isso possa empurrá-lo para uma aliança com a resistência sunita. O que seria o inferno para as tropas imperiais. Por outro lado, a política negociadora dos aiatolás do Irã e sua influência sobre Al Sadr, impediram até agora a unidade efetiva com a resistência.

No domingo passado, Al Sadr pediu ao Exército Mahdi que redobre os esforços para expulsar as forças norte-americanas e que se unam para combater o arquiinimigo. Mas ainda é cedo para concluir se isso representa uma política de unidade com a resistência sunita ou é apenas mais um capítulo das negociações entre Irã e EUA para decidir os rumos do Iraque.

Unidade

Seria um erro, no entanto, acreditar que, apesar de seu notório debilitamento, o imperialismo aceitará tranqüilamente uma derrota. Para o imperialismo, o controle do Oriente Médio tem uma importância geopolítica estratégica porque a região possui as maiores reservas de hidrocarbonetos do mundo, no momento em que tais reservas começam a declinar.

O imperialismo aposta em fortalecer sua posição no Iraque. Não há no horizonte nenhuma perspectiva de retirada do país por “boa vontade” imperial.

O único caminho possível, então, é derrotar e derrubar as tropas ocupantes e seus governos submissos. Para isso é fundamental a unidade das massas árabes e muçulmanas, hoje é mais necessária do que nunca a unidade dos xiitas, sunitas e laicos iraquianos para que este triunfo possa se concretizar. A passeata do dia 9 pode ser um primeiro passo nesse sentido. É preciso unificar todos os iraquianos contra o amo imperial!

Nessa ocupação, está em jogo boa parte do destino da atual política do imperialismo norte-americano. Uma derrota de Bush e do imperialismo abrirá condições muito mais favoráveis para o avanço das massas do mundo inteiro.

in BOLETIM ELECTRÓNICO DO PSTU - 2007 ABRIL 13

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