A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

domingo, abril 29, 2007

Transição Feudo-capitalista

e Revolução Industrial

" Isto é claro -- diziam os mareantes -- que depois deste Cabo não há gente nem povoação alguma (...) e as correntes são tamanhas, que o navio que lá passe, jamais nunca poderá tornar. Assim o cronista Gomes Eanes de Zurare descreveu a apreensão com que os marujos, no início da década de 1430, se aproximavam dos limites meridionais do mundo deles: o Cabo Bojador, um monte de areia e pedra açoitado pelos ventos, no extremo oeste da África, na região hoje conhecida como Saara Ocidental. "

("Aventureiros do mar". In: Viagens de descobrimento. Col. História em Revista, p. 9)

O texto acima faz referencia às viagens portuguesas no processo da expansão marítima européia, durante a passagem da Idade Média para Idade Moderna. Trata-se de um dos mais importantes momentos de transição na História, caracterizado pela crise do sistema feudal e pelo advento do capitalismo.

Nessa época, entre os séculos XV e XVI, o Velho Mundo assistia a ascensão da burguesia mercantil, à formação das Monarquias Nacionais, à afirmação da cultura renascentista e à ruptura da unidade cristã na Europa ocidental em decorrência da Reforma Protestante.

O quadro econômico europeu altera-se profundamente com o término das Cruzadas no século XIII, o que provocou a reabertura do mar Mediterrâneo e o Renascimento Urbano e Comercial. O comercio desenvolvido nesse período era dominado por importantes cidades portuárias italianas, destacando-se Gênova e Veneza, que controlavam a ligação da Europa ocidental com os principais centros comerciais do Oriente Próximo, como Alexandria e Antióquia, além de Constantinopla, capital do Império Bizantino.

Durante o século XIV, a Guerra dos 100 Anos, associada à peste negra e à fome, afetou não apenas a economia feudal, já decadente, mas também o dinâmico comércio mediterrâneo, verificando-se aí, o que se convencionou chamar na História de "crise de retração" do comércio europeu, Já no século XV, fala-se numa "crise de desenvolvimento", devido a escassez monetária e a necessidade de novos mercados para o comércio europeu. Nesse sentido, a expansão Marítima poderia reativar o comércio da Europa ocidental com o Oriente, quebrando o monopólio italiano nessa região, além de poder representar um afluxo de metais preciosos, obtidos através do comércio ou da exploração de jazidas descobertas.

Na esfera social, destaca-se a projeção da burguesia, que desenvolveu-se enquanto classe, com o próprio crescimento do comércio monetário. Numa economia que tendia cada vez mais para o caráter comercial e urbano, era importante a padronização monetária, como também a centralização da defesa militar e elaboração de leis nacionais. A burguesia assim, alia-se aos reis, que diante da crise do feudalismo, concentram cada vez mais poderes em suas mãos, resultando na formação das Monarquias Nacionais, das quais a primeira foi Portugal em 1385 (Revolução de Avis).

A formação desses Estados Nacionais, marcou a estrutura de poder nesse período de transição e a aliança entre rei e burguesia, apesar de conjuntural, estava muito bem definida. Para burguesia, este Estado com poder centralizado era de fundamental importância, pois além de possibilitar a padronização monetária, e a criação de leis e exércitos nacionais, representaria uma importante retaguarda para os empreendimentos, tanto no estabelecimento do protecionismo alfandegário, como para conquistar militarmente outros mercados. Já para os soberanos, era importante estar ao lado da burguesia, pois esta representava a iniciativa privada para o comércio, que ampliado, proporcionaria uma maior arrecadação de impostos e o consequente fortalecimento do poder real.

E a arte ? A cultura, a ciência ? Estariam alheias a este momento de transição ?

Certamente que não.


Já se disse um dia que a arte reflete a realidade histórica. Que o artista projeta em suas obras os valores, a moral a ética de seu mundo.

Na transição para o capitalismo surge um novo homem. O homem dos centros urbanos, mais crítico e sensível, representando uma visão antropocêntrica e racionalista, resgatada da antiguidade greco-romana, que chocava-se com a postura teocêntrica e dogmática, definida pelo poder clerical na Idade Média.

O Renascimento Cultural e Científico baseado nos ideais filosóficos do humanismo, marcou a cultura européia entre os séculos XIV e XVI trazendo personalidades geniais e revolucionárias em todas as esferas do conhecimento e das artes, como Leonardo da Vinci, Dante Allighieri, Michelangelo, Galileu Galilei, Erasmo de Roterdã e William Shakespeare, entre outros. Promoveu também, considerados avanços técnicos no aprimoramento da construção naval (naus e caravelas), além do desenvolvimento da Cartografia, Geografia, Física e Astronomia.

No campo religioso, esse momento de transição conhecerá uma grande e importante cisão no cristianismo ocidental, com o protestantismo, iniciado por Martinho Lutero na Alemanha em 1517. Na verdade, a burguesia em ascensão, necessitava de uma moral cristã que ao invés de condenar, estimulasse o acúmulo de capital. A Igreja Católica condenava a cobrança de juros, como sendo uma usura, uma pratica pecaminosa. Claro que esta postura estava longe de refletir uma crítica de princípios. Era sim uma crítica de interesses, pois na correlação de forças sociais desse período, Igreja e burguesia estavam em lados antagônicos. A burguesia representava o novo, o capitalismo nascente, enquanto que a Igreja tentava inutilmente se agarrar nas bóias do velho, o feudalismo decadente.

O protestantismo difundiu-se muito no norte da Europa, principalmente em sua versão calvinista. Para esta, Deus atribuiu a cada um uma vocação particular, cujo objetivo era a glorificação. Assim, o pagamento de juros, o comércio, os bancos, o artesanato, seriam tão naturais para Deus como o aluguel de uma propriedade ou o salário de um trabalhador. Calvino afirmava: "O trabalhador é o mais que se assemelha a Deus... Um homem que não quer trabalhar não deve comer... O pobre é suspeito de preguiça, o que constitui uma injúria a Deus".

Desta maneira, Calvino justificava plenamente o acúmulo de capital burguês. Esta ética mais liberal, adequada ao capitalismo e aos interesses da burguesia expandiu-se principalmente para regiões do norte Europeu, onde o comércio era mais desenvolvido. Não é por acaso que até hoje, no final do século XX, esta região permanece bem mais avançada em relação à Europa mediterrânea, que permaneceu e permanece hegemonicamente católica.

Analisar a expansão ultramarina sem entender este cenário de profundas transformações, seria impossível, já que não existem fatos isolados na História. Seria como tentar entender a grave crise no mercado de ações no ano de 1998, fora do contexto mais geral da globalização e do neoliberalismo, deste final de século.

Revolução Industrial

INTRODUÇÃO

A Revolução Industrial ocorrida na Inglaterra, integra o conjunto das "Revoluções Burguesas" do século XVIII, responsáveis pela crise do Antigo Regime, na passagem do capitalismo comercial para o industrial. Os outros dois movimentos que a acompanham são a Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa, que sob influência dos princípios iluministas, assinalam a transição da Idade Moderna para Contemporânea.
Em seu sentido mais pragmático, a Revolução Industrial significou a substituição da ferramenta pela máquina, e contribuiu para consolidar o capitalismo como modo de produção dominante. Esse momento revolucionário, de passagem da energia humana para motriz, é o ponto culminante de uma evolução tecnológica, social, e econômica, que vinha se processando na Europa desde a Baixa Idade Média.

A) O PROCESSO DE PRODUÇÃO

Nessa evolução, a produção manual que antecede a industrial conheceu duas etapas bem definidas, dentro do processo de desenvolvimento do capitalismo:

O artesanato, foi a forma de produção característica da Baixa Idade Média, durante o renascimento urbano e comercial, sendo representado por uma produção de caráter familiar, na qual o produtor (artesão), possuía os meios de produção ( era o proprietário da oficina e das ferramentas) e trabalhava com a família em sua própria casa, realizando todas as etapas da produção, desde o preparo da matéria-prima, até o acabamento final; ou seja não havia divisão do trabalho ou especialização. Em algumas situações o artesão tinha junto a si um ajudante, porém não assalariado, pois realizava o mesmo trabalho pagando uma "taxa" pelo utilização das ferramentas.

É importante lembrarmos que nesse período a produção artesanal estava sob controle das corporações de ofício, assim como o comércio também encontrava-se sob controle de associações, limitando o desenvolvimento da produção.

A manufatura, predominou ao longo da Idade Moderna, resultando da ampliação do mercado consumidor com o desenvolvimento do comércio monetário. Nesse momento, já ocorre um aumento na produtividade do trabalho, devido a divisão social da produção, onde cada trabalhador realizava uma etapa na confecção de um produto. A ampliação do mercado consumidor relaciona-se diretamente ao alargamento do comércio, tanto em direção ao oriente como em direção à América, permanecendo o lucro nas mãos dos grandes mercadores. Outra característica desse período foi a interferência do capitalista no processo produtivo, passando a comprar a matéria prima e a determinar o ritmo de produção, uma vez que controlava os principais mercados consumidores.

A partir da máquina, fala-se numa primeira, numa segunda e até numa terceira e quarta Revolução Industrial. Porém, se concebermos a industrialização, como um processo , seria mais coerente falar-se num primeiro momento (energia a vapor no século XVIII), num segundo momento (energia elétrica no século XIX) e num terceiro e quarto momentos, representados respectivamente pela energia nuclear e pelo avanço da informática, da robótica e do setor de comunicações ao longo dos século XX e XXI, porém aspectos ainda discutíveis.

B) O PIONEIRISMO DA INGLATERRA

A Inglaterra industrializou-se cerca de um século antes de outras nações, por possuir uma série de condições históricas favoráveis dentre as quais, destacaram-se: a grande quantidade de capital acumulado durante a fase do mercantilismo; o vasto império colonial consumidor e fornecedor de matérias-primas, especialmente o algodão; a mudança na organização fundiária, com a aprovação dos cercamentos (enclousures) responsável por um grande êxodo no campo, e consequentemente pela disponibilidade de mão-de-obra abundante e barata nas cidades.



Docas de Londres

Outro fator determinante, foi a existência de um Estado liberal na Inglaterra, que desde 1688 com a Revolução Gloriosa. Essa revolução que se seguiu à Revolução Puritana (1649), transformou a Monarquia Absolutista inglesa em Monarquia Parlamentar, libertando a burguesia de um Estado centralizado e intervencionista, que dará lugar a um Estado Liberal Burguês na Inglaterra um século antes da Revolução Francesa.

C) PRINCIPAIS AVANÇOS DA MAQUINOFATURA

Em 1733, John Kay inventa a lançadeira volante.
Em 1767 James Hargreaves inventa a "spinning janny", que permitia a um só artesão fiar 80 fios de uma única vez.
Em 1768 James Watt inventa a máquina a vapor.
Em 1769 Richard Arkwright inventa a "water frame".
Em 1779 Samuel Crompton inventa a "mule", uma combinação da "water frame" com a "spinning jenny" com fios finos e resistentes.
Em 1785 Edmond Cartwright inventa o tear mecânico.



D) DESDOBRAMENTOS SOCIAIS

A Revolução Industrial alterou profundamente as condições de vida do trabalhador braçal, provocando inicialmente um intenso deslocamento da população rural para as cidades, com enormes concentrações urbanas. A produção em larga escala e dividida em etapas irá distanciar cada vez mais o trabalhador do produto final, já que cada grupo de trabalhadores irá dominar apenas uma etapa da produção.Na esfera social, o principal desdobramento da revolução foi o surgimento do proletariado urbano (classe operária), como classe social definida. Vivendo em condições deploráveis, tendo o cortiço como moradia e submetido a salários irrisórios com longas jornadas de trabalho, a operariado nascente era facilmente explorado, devido também, à inexistência de leis trabalhistas.

O desenvolvimento das ferrovias irá absorver grande parte da mão-de-obra masculina adulta, provocando em escala crescente a utilização de mulheres a e crianças como trabalhadores nas fábricas têxteis e nas minas. O agravamento dos problemas sócio-econômicos com o desemprego e a fome, foram acompanhados de outros problemas, como a prostituição e o alcoolismo.



Os trabalhadores reagiam das mais diferentes formas, destacando-se o movimento "ludista" (o nome vem de Ned Ludlan), caracterizado pela destruição das máquinas por operários, e o movimento "cartista", organizado pela "Associação dos Operários", que exigia melhores condições de trabalho e o fim do voto censitário. Destaca-se ainda a formação de associações denominadas "trade-unions", que evoluíram lentamente em suas reivindicações, originando os primeiros sindicatos modernos.

O divórcio entre capital e trabalho resultante da Revolução Industrial, é representado socialmente pela polarização entre burguesia e proletariado. Esse antagonismo define a luta de classes típica do capitalismo, consolidando esse sistema no contexto da crise do Antigo Regime.

in

http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=30

1 comentário:

Anónimo disse...

In this text the writer doesn't saw about the sociologysts.they was very important to the history..and what they think about the Industrial Revolutionary...
but it's good.

=D