Vietname: três décadas após o conflito
Vítima da guerra perdoa o inimigo
* Sabrina Hassanali com agências
Era 8 de Junho de 1972, faz agora 35 anos. Kim Phuc tinha nove anos quando a guerra chegou à sua aldeia. Aviões norte-americanos bombardearam com napalm a povoação vietnamita de Trang Bang, onde se escondiam vietcongs. Um grupo de crianças, entre as quais Kim, refugiou-se num templo budista convencido de que estaria a salvo. Pura ingenuidade.
De repente, a terra transformou-se em fogo. “As minhas roupas queimaram-se, comecei a sentir um intenso calor no corpo, como se o tivessem regado com gasolina”, recorda Kim, hoje com 44 anos e empenhada na luta pelas crianças que continuam a ser vítimas das guerras.
Vítima da guerra perdoa o inimigo
* Sabrina Hassanali com agências
Era 8 de Junho de 1972, faz agora 35 anos. Kim Phuc tinha nove anos quando a guerra chegou à sua aldeia. Aviões norte-americanos bombardearam com napalm a povoação vietnamita de Trang Bang, onde se escondiam vietcongs. Um grupo de crianças, entre as quais Kim, refugiou-se num templo budista convencido de que estaria a salvo. Pura ingenuidade.
De repente, a terra transformou-se em fogo. “As minhas roupas queimaram-se, comecei a sentir um intenso calor no corpo, como se o tivessem regado com gasolina”, recorda Kim, hoje com 44 anos e empenhada na luta pelas crianças que continuam a ser vítimas das guerras.
O repórter fotográfico Nick Ut registou o doloroso momento. A foto – em que se vê Kim Phuc sem roupa a correr desesperada – tornou-se no símbolo de guerra do Vietname e valeu o Prémio Pulitzer ao autor. Foi Ut que a levou ao hospital. “Sessenta e cinco por cento do meu corpo ficou queimado. Em 14 meses fui submetida a 17 operações. Pensei que nunca me casaria, que nunca teria filhos. Enganei-me”, afirma sorridente. Já adolescente quis recuperar o tempo perdido. Queria ser médica. Aos 19 anos, o regime comunista vietnamita quis convertê-la num símbolo de guerra e não a deixava estudar. A jovem suplicou e o regime acedeu. Ingressou na Universidade de Havana, em Cuba. Ali se formou e casou.
No 30.º aniversário do trágico bombardeamento, Kim aprendeu a lição mais difícil da sua vida: perdoar quem arruinara a sua vida. Encontrou-se com o piloto norte-americano John Plummer. Abraçaram-se e choraram. Hoje, pela mão da organização não governamental Save the Children, faz campanha pelas crianças que, como ela, são vítimas da guerra.
in Correio da Manhã 2007.06.03
Fotografia - Borja de La Lama / Epa
Kim Puck com a célebre foto da fuga ao bombardeamento norte-americano com napalm (foto de Nick Ut )
in Correio da Manhã 2007.06.03
Fotografia - Borja de La Lama / Epa
Kim Puck com a célebre foto da fuga ao bombardeamento norte-americano com napalm (foto de Nick Ut )
Sem comentários:
Enviar um comentário