S. Bento : Oposição acusa Governo de minar confiança no SNS
Seguros de saúde em alta
* Cristina Serra/A.M.S. com Lusa
A dificuldade de acesso aos cuidados de saúde no âmbito do Serviço Nacional de Saúde (SNS) faz aumentar de forma continuada o número de portugueses que faz um seguro de saúde para recorrer ao sector privado. O número dos novos segurados representa uma média anual de 100 mil e, em 2007, esse número será o dobro, ascendendo a dois milhões de utentes com seguro.
A constatação do aumento do recurso aos seguros de saúde foi ontem feita pela deputada social--democrata Zita Seabra, na interpelação que o PSD fez ao Governo, na Assembleia da República.
Segundo a deputada, em 2004 o número de portugueses com seguros de saúde era de 1,6 milhões. No ano seguinte subiu para 1,8 milhões e, no final deste ano, serão dois milhões aqueles que recorrem a seguros privados.
Depois de dizer que nada tem contra as companhias de seguros, “que aproveitaram bem o sentimento de insegurança para criar um nicho de mercado”, Zita Seabra responsabilizou o Governo: “Os seguros multiplicam-se porque há listas de espera nos serviços de saúde, falta de médicos, não se consegue marcar uma consulta em tempo útil.”
Outra deputada do PSD, Regina Bastos, acusou o Governo de “adoptar política dos três ‘E’: encerrar (serviços de saúde), emagrecer (o SNS) e empobrecer (os portugueses)”. Acusou ainda o ministro da Saúde, Correia de Campos, de esconder o estudo sobre a sustentabilidade do SNS, que encomendou a uma comissão de técnicos nomeada para o efeito.
A esse respeito, Correia de Campos disse que “não se trata de um estudo final, mas de um relatório preliminar que a seu tempo será posto em discussão pública”.
Enquanto a oposição parlamentar aproveitou a interpelação para traçar um panorama negro do estado actual da Saúde ao fim de dois anos e meio de governação socialista, Correia de Campos apresentou números que suavizam os problemas existentes, alegando melhor acesso aos cuidados de saúde, diminuição nos tempos de espera por cirurgia e melhor qualidade dos serviços prestados.
SAP DE VENDAS NOVAS VAI REABRIR
O ministro da Saúde ordenou ontem a reabertura, a partir de hoje, do serviço nocturno no Serviço de Atendimento Permanente (SAP) de Vendas Novas, acatando a decisão do Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja.
Correia de Campos recebeu ontem a decisão judicial que determinava a imediata reabertura do funcionamento nocturno na sequência de uma providência cautelar interposta pela Câmara de Vendas Novas.“O Centro de Saúde encerra, como anteriormente, a actividade à hora regular e a Administração Regional de Saúde do Alentejo providenciará para reabrir o SAP nas exactas condições em que funcionava até à sua descontinuidade”, determina o despacho.
Horas antes, o PS de Vendas Novas dizia ter sido “defraudado” pelo Governo devido ao encerramento do SAP “sem que fosse criado um sistema alternativo para o atendimento eficaz de situações urgentes”.
As críticas da secção local dos socialistas surgiram dois dias após a morte de uma mulher por paragem cardio-respiratória durante uma viagem de ambulância para o Hospital de Évora causada, como disseram ao CM a família e autarcas locais, por “falta de assistência médica” devido ao encerramento das Urgências.
VACINA NÃO VAI TER AJUDA DO ESTADO
A vacina contra o vírus do papiloma humano, que provoca o cancro do colo do útero, não vai ser comparticipada pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), afirmou o ministro.Correia de Campos, que falava aos deputados, justificou a decisão com números e argumentos:
“A comparticipação total da vacina apenas para o sexo feminino entre os 12 e 25 anos representa um custo de 232 milhões de euros para o SNS e de 25 milhões de euros só para a faixa etária dos 12 anos. Temos de equilibrar a vacina com outras medidas, como a citologia esfoliante [análise].”
Correia de Campos disse ainda que o IPO de Lisboa deverá mesmo mudar para Oeiras. “As negociações estão adiantadas, mas não decididas, porque foi o único concelho a ceder os 12 hectares necessários."
SAIBA MAIS
90 mil portugueses passaram a ter médico de família após a entrada em funcionamento das 64 Unidades de Saúde Familiares, que cobrem actualmente um total de 900 mil pessoas, segundo dados do Ministério da Saúde.
6 meses é o tempo médio de espera por uma cirurgia. O Governo pretende chegar ao fim do ano com uma média de espera de cinco meses.
IPO O novo hospital terá laboratórios de investigação científica, unidades residenciais para doentes em ambulatório e familiares e ainda centros de convívio.
NASCER NA ESTRADA O ministro justificou os quatro partos da Figueira da Foz em ambulância com estimativas: 1,5 a 2,5 por 1000 partos/ano fora de hospitais, o que corresponde a 165 a 265 partos.
POUPANÇA Os encargos do SNS com medicamentos baixaram em Maio passado 3,5 por cento face ao mês homólogo de 2006.
in Correio da Manhã. 2007.06.15
1 comentário:
OLÁ MANO
ando irritadíssima, estou insuportável, de mau ou seja, péssimo humor por todas as notícias que se ouve de dia para dia...
esta é uma delas...depois da senhora ter morrido resolvem voltar atrás com a estúpida decisão que tiveram de fechar o SAP de Vendas Novas.
COMO DIZ A TUA NOTÍCIA:As críticas da secção local dos socialistas surgiram dois dias após a morte de uma mulher por paragem cardio-respiratória durante uma viagem de ambulância para o Hospital de Évora causada, como disseram ao CM a família e autarcas locais, por “falta de assistência médica” devido ao encerramento das Urgências.
Não há pachorra...
há cada dia mais desmotivação para tudo...
Beijinhos.
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