AS ELEIÇÕES FRANCESAS E AS ILAÇÕES QUE OS NACIONALISTAS DEVEM RETIRAR
* Manuel Abrantes,
[militante do PNR]
Nicolas Sarkozy e o Movimento Popular (UMP) continuam na senda da conquista do poder político em França.
Tudo isto seria irrelevante, para nós portugueses, se a França não fosse (sempre foi) o grande baluarte das tendências políticas e das suas influências nos países europeus.
Isto, para não falar na existência de mais de um milhão de portugueses a residir naquele país.
Para quem não tem memória curta, Nicolas Sarkozy, enquanto ministro do Interior de Jacques Chirac, e quando das acções da mais pura violência e vandalismo praticadas no ano passado, acusou os pseudo-manifestantes de “escumalha”. Logo os arautos da desgraça vaticinaram o fim político de Sarkozy e o enterro da sua candidatura presidencial.
Sarkozy venceu as eleições presidenciais por grande margem e, agora, na primeira volta das legislativas com uma margem sem contestações. Tudo indica que, na segunda volta, ainda irá reforçar mais a sua liderança nos destinos da França.
Mas onde é que entram os Nacionalistas nisto ?
Mesmo com o apelo de Jean-Marie Le Pen à abstenção, na segunda volta das presidenciais, os apoiantes da FN estiveram-se nas tintas e apoiarem e votaram no candidato da UMP. E, agora, nas legislativas não estiveram com meias medidas e apoiaram um candidato que, não sendo do seu pensamento politico, aproxima-se das posições que os nacionalistas têm vindo a tomar nos últimos tempos.
Sarkozy soube conquistar o eleitorado sem manifestações de extremismos e sem necessitar de se rodear do folclore habitual dos Nacionalistas.
Se lermos as suas posições políticas existem muitos pontos de convergência com o que os Nacionalistas defendem – especialmente no caso da imigração – mas ditos e encarados de uma outra forma. E, a prova disso, está nas manifestações de protesto promovidas pela esquerda radical logo após a sua eleição para a presidência.
Com os 4,26 por cento da FN de Jean-Marie Le Pen, obtidos na primeira volta das legislativas, seria bom que o Nacionalista francês retirasse as ilações necessárias.
Se não o fizer está sujeito a que ele, e a FN, deixem de ter qualquer tipo de influência na sociedade francesa. Podem estar sujeitos, até, a perderem a representação que têm no Parlamento Europeu.
Jean-Marie Le Pen tem de aprender a não meter os imigrantes em França todos no mesmo saco. Tem de aprender que a problemática da imigração não se resume apenas a dizer que é contra e que devem todas fazer as malas e irem para a terra onde nasceram. Pois é. È que, para muitos, a terra onde nasceram é, também, a mesma onde o líder Nacionalista nasceu…
E nós – Nacionalista – aqui em Portugal ?
Temos de saber também retirar as ilações necessárias.
O radicalismo nas palavras e nas posições assumidas apenas leva a que a comunicação social tenha histórias para denegrir a imagem dos Nacionalista e afastar as populações para este princípio politico.
O mediatismo do radicalismo pode, até, trazer mais uns votos. Pode, sim senhor!
Mas que tipo de votos? O da “raiva” contra o sistema ?
A “raiva” politica é uma doença que passa depressa. Ninguém, com dois dedos de testa, pode acreditar nesse tipo de votos. Até porque, esse tipo de votos, são cíclicos.
Enquanto, para a maioria das pessoas, o Nacionalismo for conotado com pensamentos fascistas ou de mera xenofobia, não passará de uma força política sem expressão. E, sem qualquer tipo de expressão nas massas populares, o Nacionalismo nunca existirá como força credível.
É necessário impor-nos, não pela demagogia das palavras ou de acções de provocação política, mas sim pela razão dos nossos ideais.
Quais são as linhas ? Que posições tomar?
E quem é que lá vamos colocar?
Primeiro que tudo temo-nos de definir quem somos e o que queremos. Não basta dizer que somos defensores da Nação. Isso, todos os políticos dizem.
in PortugalClub
* Manuel Abrantes,
[militante do PNR]
Nicolas Sarkozy e o Movimento Popular (UMP) continuam na senda da conquista do poder político em França.
Tudo isto seria irrelevante, para nós portugueses, se a França não fosse (sempre foi) o grande baluarte das tendências políticas e das suas influências nos países europeus.
Isto, para não falar na existência de mais de um milhão de portugueses a residir naquele país.
Para quem não tem memória curta, Nicolas Sarkozy, enquanto ministro do Interior de Jacques Chirac, e quando das acções da mais pura violência e vandalismo praticadas no ano passado, acusou os pseudo-manifestantes de “escumalha”. Logo os arautos da desgraça vaticinaram o fim político de Sarkozy e o enterro da sua candidatura presidencial.
Sarkozy venceu as eleições presidenciais por grande margem e, agora, na primeira volta das legislativas com uma margem sem contestações. Tudo indica que, na segunda volta, ainda irá reforçar mais a sua liderança nos destinos da França.
Mas onde é que entram os Nacionalistas nisto ?
Mesmo com o apelo de Jean-Marie Le Pen à abstenção, na segunda volta das presidenciais, os apoiantes da FN estiveram-se nas tintas e apoiarem e votaram no candidato da UMP. E, agora, nas legislativas não estiveram com meias medidas e apoiaram um candidato que, não sendo do seu pensamento politico, aproxima-se das posições que os nacionalistas têm vindo a tomar nos últimos tempos.
Sarkozy soube conquistar o eleitorado sem manifestações de extremismos e sem necessitar de se rodear do folclore habitual dos Nacionalistas.
Se lermos as suas posições políticas existem muitos pontos de convergência com o que os Nacionalistas defendem – especialmente no caso da imigração – mas ditos e encarados de uma outra forma. E, a prova disso, está nas manifestações de protesto promovidas pela esquerda radical logo após a sua eleição para a presidência.
Com os 4,26 por cento da FN de Jean-Marie Le Pen, obtidos na primeira volta das legislativas, seria bom que o Nacionalista francês retirasse as ilações necessárias.
Se não o fizer está sujeito a que ele, e a FN, deixem de ter qualquer tipo de influência na sociedade francesa. Podem estar sujeitos, até, a perderem a representação que têm no Parlamento Europeu.
Jean-Marie Le Pen tem de aprender a não meter os imigrantes em França todos no mesmo saco. Tem de aprender que a problemática da imigração não se resume apenas a dizer que é contra e que devem todas fazer as malas e irem para a terra onde nasceram. Pois é. È que, para muitos, a terra onde nasceram é, também, a mesma onde o líder Nacionalista nasceu…
E nós – Nacionalista – aqui em Portugal ?
Temos de saber também retirar as ilações necessárias.
O radicalismo nas palavras e nas posições assumidas apenas leva a que a comunicação social tenha histórias para denegrir a imagem dos Nacionalista e afastar as populações para este princípio politico.
O mediatismo do radicalismo pode, até, trazer mais uns votos. Pode, sim senhor!
Mas que tipo de votos? O da “raiva” contra o sistema ?
A “raiva” politica é uma doença que passa depressa. Ninguém, com dois dedos de testa, pode acreditar nesse tipo de votos. Até porque, esse tipo de votos, são cíclicos.
Enquanto, para a maioria das pessoas, o Nacionalismo for conotado com pensamentos fascistas ou de mera xenofobia, não passará de uma força política sem expressão. E, sem qualquer tipo de expressão nas massas populares, o Nacionalismo nunca existirá como força credível.
É necessário impor-nos, não pela demagogia das palavras ou de acções de provocação política, mas sim pela razão dos nossos ideais.
As posições folclóricas do tipo “pedrada no charco” podem, até, trazer-nos a eleição de um ou dois deputados. E depois ? O que é que vamos defender na Assembleia da República ?
Quais são as linhas ? Que posições tomar?
E quem é que lá vamos colocar?
Primeiro que tudo temo-nos de definir quem somos e o que queremos. Não basta dizer que somos defensores da Nação. Isso, todos os políticos dizem.
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