A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

terça-feira, junho 12, 2007


Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas & etc. (2)

* Victor Nogueira

1. Sei que houve muitas bandas a tocarem, sei que houve marchas populares, mas a nada disso liguei. Depois da abertura de trânsito e do lanche, resolvemos ir ao Parque das Escolas (ou Largo José Afonso) ver o que se passava, Para além de música popularucha, sem ofensa, estavam expostos vários veículos dos diversos ramos das Forças Armadas, com bastante povo a entrar e sair deles, com especial relevo para um carro de assalto, onde um miúdo se entretinha a «matar» com rajadas de metralhadora tudo quanto lhe aparecia no visor, e um caça, com uma enorme multidão em fila ordeira para experimentar a sensação de sentar o traseiro na carlinga do avião «carregado» com três tipos de bombas ou mísseis em cada asa.
2. Menos curiosidades despertaram os veículos da Polícia ou do INEM. Delicioso delicioso foi ver um painel «orgulhoso» da Marinha anotando os pontos em que estão ou estiveram em «missão de paz», como a Bósnia ou Kosovo, Timor e outros, Enfim ...
3. Voltando à imprensa, verifica-se no Correio de Setúbal 2007.Junho.11. que, enquanto milhares de pessoas assobiavam Lino ou Sócrates, só DUZENTAS pessoas se manifestavam frente ao Hospital de S. Bernardo contra o encerramento do SADU. Assim se distrai o pagode do que é verdadeiramente importante e se poupa o mefistofélico Ministro da Saúde Correia de Campos, empenhado numa batalha pela destruição do Serviço Nacional de Saúde, criado na sequência do 25 de Abril, e sua privatização, fruto da chamada «cooperação estratégica» entre o Governo PS/Sócrates e o Presidente da Republica, que foi 1º Ministro e Líder do PSD.
4. Isto era para ser uma crónica bem humorada, mas fugiu-me o dedilhar para o sério. Paciência! É a vida !.
Uma nota – muita gente critica a Câmara de maioria relativa CDU (PCP+Verdes) de não ter dinheiro e gastar milhões com as «Comemorações», desconhecendo ou não querendo saber que a maioria das despesas foram suportadas pelo Governo PS/Sócrates e pela Presidência da República, sem esquecer os empresários.
6. Como não consigo encontrar o texto integral da moção de «apoio» e congratulação pela figura incontornável da democracia em Portugal, sobre isto talvez volte a falar. É que me faz espécie que tenha sido aprovada por unanimidade numa sessão da Câmara Municipal de Setúbal.
7. E pronto, em princípio dou por encerradas as «comemorações» e «festividades»

PS - Também houve Cultura. Para aém das Marchas Populares inaugurou-se um Memorial a Sebastião da Gama em Vila Nova de Azeitão, onde já havia uma Biblioteca-Museu a ele dedicada e puseram-se flores na estátua do Bocage, em Setúbal. Já agora, também tenho um livro de Sebastião da Gama, autografado e com dedicatória que ele ofereceu à minha tia avó Esperança, numas férias que esta passou no Portinho da Arrábida. E foi também inaugurada uma exposição sobre os Emigrantes, na sede da Associação dos Empresários de Setúbal, que funciona no edifício da antiga filial do Banco de Portugal (que era vermelho tijolo e por causa das Comemorações foi pintado duma cor clara e fantasmagórica). Esqueceram-se da Luísa Todi e do Zeca Afonso, mas caramba, também não sejamos exagerados, se não talvez a «música» desafinasse. A não ser que o material bélico exposto no Largo das Escolas (que raio não pega o nome de Largo José Afonso) fosse uma «homenagem ao cantor da Terra da Fraternidade e da Cidade Sem Muros nem Ameias !

Leram-se bocados dos Lusíadas (gosto mais dos sonetos) e deu-se início à manuscrita dos Lusíadas. Eu cá achava mais útil que se oferece-se a todos os portugueses e portuguesas um exemplar do livro «A Verdade e a Mentira na Revolução de Abril - A contra-revolução confessa-se». Não, não é um livro escrito por Camões mas sim por um tal Álvaro Cunhal, que acho que também não morreu rico.

VN

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