Dia a Dia
Sócrates vaiado
* Eduardo Dâmaso,
Director-Adjunto
Sócrates vaiado
* Eduardo Dâmaso,
Director-Adjunto
Já não são poucos os políticos que conhecem o poder da vaia como arma política. Mário Soares tem uma larga experiência na matéria desde os tempos difíceis do Bloco Central.
Cavaco também conheceu tais agruras quando a sua estrela começou a empalidecer lá pelos idos de 90. Guterres foi mimoseado com uma assobiadela monumental das elites presentes num torneio de ténis. Durão Barroso foi corrido a assobio no Estádio da Luz. Curiosamente, não nos ocorre que Santana Lopes tenha sido visado deste modo pela ira popular. No seu caso, foi mais o tiroteio das elites do PSD e também o voto popular que se fartou dele em apenas quatro meses que o feriu.
Agora, calha a Sócrates. Sempre em alta nas sondagens, tem vivido incólume a manifestações de desagrado mas os assobios de ontem, em Setúbal, são mais do que um aviso. Os seus dias vão começar a tornar-se mais negros. Desde logo porque o povo está a ficar farto de empobrecer. Depois, porque as tais elites já não se encantam tanto com Sócrates como até aqui.
A discussão sobre a Ota tem dado alguns exemplos desse desapego. Por fim, porque Cavaco também já não se resigna a ver a cooperação estratégica só a alimentar a boa estrela do Governo. A inequívoca rota de colisão que existe entre Cavaco e Sócrates sobre a Ota vai estilhaçar o relacionamento institucional e abrir campo a um conflito político. Dias negros, portanto, para Sócrates, que tem mais a perder do que Cavaco.
in Correio da Manhã 2007.06.11
Cavaco também conheceu tais agruras quando a sua estrela começou a empalidecer lá pelos idos de 90. Guterres foi mimoseado com uma assobiadela monumental das elites presentes num torneio de ténis. Durão Barroso foi corrido a assobio no Estádio da Luz. Curiosamente, não nos ocorre que Santana Lopes tenha sido visado deste modo pela ira popular. No seu caso, foi mais o tiroteio das elites do PSD e também o voto popular que se fartou dele em apenas quatro meses que o feriu.
Agora, calha a Sócrates. Sempre em alta nas sondagens, tem vivido incólume a manifestações de desagrado mas os assobios de ontem, em Setúbal, são mais do que um aviso. Os seus dias vão começar a tornar-se mais negros. Desde logo porque o povo está a ficar farto de empobrecer. Depois, porque as tais elites já não se encantam tanto com Sócrates como até aqui.
A discussão sobre a Ota tem dado alguns exemplos desse desapego. Por fim, porque Cavaco também já não se resigna a ver a cooperação estratégica só a alimentar a boa estrela do Governo. A inequívoca rota de colisão que existe entre Cavaco e Sócrates sobre a Ota vai estilhaçar o relacionamento institucional e abrir campo a um conflito político. Dias negros, portanto, para Sócrates, que tem mais a perder do que Cavaco.
in Correio da Manhã 2007.06.11
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