Para Portugal poder importar o sistema de flexigurança de protecção social utilizado nos países nórdicos teria de dispender cerca de 4,2 mil milhões de euros por ano, mais do que o suficiente para construir um aeroporto da Ota.
A conclusão é de uma estimativa elaborada pela Comissão Europeia (CE) divulgada na edição desta terça-feira do 'Jornal de Notícias'. De acordo com os cálculos elaborados pela Direcção-Geral do Emprego e Assuntos Sociais da CE, para o conceito de Flexigurança ser importado para Portugal, além dos dois mil milhões de euros já gastos a apoiar quem não tem trabalho, teriam de somar-se mais 2,5 mil milhões de euros.Bruxelas estima mesmo que apoiar os desempregados não chegue, calculando que Portugal teria que gastar mais 1,7 mil milhões de euros em medidas activas de emprego, como por exemplo, a formação profissional ou apoios à contratação.
O Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social recusou-se a comentar as contas elaboradas pela Comissão Europeia.
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Empresários, juristas e sindicatos debateram ontem, em Lisboa, “ a Flexisegurança e o Código do Trabalho”.
Carvalho da Silva, líder da CGTP, não poupou críticas ao modelo dinamarquês, afirmando que o que está em causa no ‘Livro Verde da Comissão Europeia’ é a liberalização das relações de trabalho, “o que levará à precariedade generalizada e à retirada de direitos aos trabalhadores”. Por isso, será preciso dar garantias de segurança a quem trabalha.
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