O Partido na mobilização e participação das mulheres comunistas
* Georgette Ferreira
Como partido da classe operária e dos trabalhadores, o Partido Comunista Português, desde a sua fundação e particularmente depois da reorganização de 40/41, teve sempre uma especial preocupação para com uma das camadas da população mais exploradas e oprimidas - as mulheres.
Nos seus objectivos e orientações, na planificação dos planos de estruturação e mobilização para a luta do nosso Povo em defesa dos seus direitos e contra o regime fascista, em todos os documentos do Partido saídos dos seus Congressos, reuniões dos organismos dirigentes e na imprensa clandestina esteve sempre bem patente a preocupação de atrair a essa luta as mulheres - as operárias, as trabalhadoras agrícolas, as donas de casa, as intelectuais.
Na organização do Partido foi sempre uma das suas orientações a defesa dos direitos iguais das mulheres, como membros do Partido, como membros dos organismos unitários dos trabalhadores, nas organizações unitárias contra o regime fascista, em defesa da liberdade e da paz.
Graças a esta orientação, e apesar das grandes limitações impostas às mulheres pelo regime retrógrado vigente e pela herança milenária do papel de inferioridade que lhes era atribuído, elas estiveram sempre na primeira linha de combate, lá onde se defendiam os seus próprios direitos e os direitos e a defesa dos seus filhos. Estiveram lá, onde era preciso defender o Partido, defender os postos de trabalho, defender o pão e a liberdade.
As mulheres comunistas, orientadas pelo seu Partido, estiveram na defesa das casas clandestinas dando-lhes a aparência de casas normais, vigilantes na sua defesa, ajudando nos trabalhos técnicos, na preparação de materiais, tudo fazendo para que as tarefas dos funcionários políticos pudessem ser desempenhadas em segurança na organização e direcção política do Partido.
As mulheres comunistas na clandestinidade, porque o Partido era forçado a viver na clandestinidade, fizeram parte activa das células de empresa; dos organismos do Partido nos campos; fizeram parte dos Comités Locais do Partido, de Direcções Regionais e do seu próprio Comité Central.
Seguindo a orientação do Partido, as mulheres comunistas na legalidade, tendo de ocultar a sua qualidade de comunistas, estiveram nos movimentos unitários como o MUNAF, o MUD, o MUD Juvenil, o Movimento das Juventudes Trabalhadoras, o Movimento da Paz.
As mulheres comunistas estiveram nos movimentos femininos, como o Conselho das Mulheres Portuguesas, a Associação das Mulheres para a Paz, o Movimento Democrático de Mulheres.
As mulheres comunistas, ligadas à luta e aos movimentos unitários, estiveram na Associação para a Defesa dos Presos Políticos e suas Famílias. Participaram em Congressos e Assembleias internacionais em defesa dos direitos das mulheres e da paz.
Em 48 anos de árdua luta sob a feroz repressão fascista, as mulheres comunistas correram riscos abrindo a porta das suas casas para albergar os funcionários e funcionárias clandestinos; correram riscos transportando, escondida, a imprensa do Partido e documentos de orientação política, através do país e mesmo atravessando fronteiras.
As mulheres comunistas foram presas, torturadas e julgadas, por serem comunistas, por defenderem a paz, a liberdade e a democracia. E, tal como os homens, não falaram na polícia, não denunciaram os seus camaradas e amigos que continuavam na luta.
48 anos de luta sob a repressão fascista forjou quadros femininos no espírito de abnegação e corajem. Quadros femininos que, derrubado o regime de terror fascista com a Revolução dos Cravos, estiveram também na primeira fila a vitoriar os militares de Abril. Estiveram frente à cadeia de Caxias e de Peniche a exigir a libertação dos presos. Estiveram com os seus companheiros de luta a construir e a defender a Reforma Agrária. Tomaram, com os seus companheiros, as direcções dos Sindicatos para defender a laboração das empresas e, em muitas delas, dirigi-las.
Já em novas condições, sob novos horizontes, as mulheres comunistas estiveram na Assembleia Constituinte. Reforçaram a sua participação em todos os órgãos do Partido. Foram eleitas deputadas à Assembleia da República. Foram eleitas para as Autarquias. Estão no Parlamento Europeu. Fazem parte de todos os órgãos dirigentes do Partido.
Ao comemorar os 80 anos do PCP, partido da esperança e do futuro, as mulheres têm razão para ter confiança neste partido porque é o partido que as defende e que nelas confia.
Como homenagem à coragem e à abnegação dessas mulheres, lembremos alguns nomes de mulheres comunistas que muito deram à luta e que a morte nos roubou o seu convívio:
Luísa Paulo; Aida Paulo; Maria Machado; Catarina Eufémia; Maria Alda Nogueira; Virgínia de Moura; Maria Lamas; Helena Magro; Maria Luísa Costa Dias; Luísa Pinhão; Nina Perdigão; Flora Magro; Cecília Areosa Feio, Victória Galacho, Maria Correia; Corália Moreira; Fernanda Patrício; Aurora Piedade Dinis.
«O Militante» - N.º 252 - Maio/Junho 2001
Nos seus objectivos e orientações, na planificação dos planos de estruturação e mobilização para a luta do nosso Povo em defesa dos seus direitos e contra o regime fascista, em todos os documentos do Partido saídos dos seus Congressos, reuniões dos organismos dirigentes e na imprensa clandestina esteve sempre bem patente a preocupação de atrair a essa luta as mulheres - as operárias, as trabalhadoras agrícolas, as donas de casa, as intelectuais.
Na organização do Partido foi sempre uma das suas orientações a defesa dos direitos iguais das mulheres, como membros do Partido, como membros dos organismos unitários dos trabalhadores, nas organizações unitárias contra o regime fascista, em defesa da liberdade e da paz.
Graças a esta orientação, e apesar das grandes limitações impostas às mulheres pelo regime retrógrado vigente e pela herança milenária do papel de inferioridade que lhes era atribuído, elas estiveram sempre na primeira linha de combate, lá onde se defendiam os seus próprios direitos e os direitos e a defesa dos seus filhos. Estiveram lá, onde era preciso defender o Partido, defender os postos de trabalho, defender o pão e a liberdade.
As mulheres comunistas, orientadas pelo seu Partido, estiveram na defesa das casas clandestinas dando-lhes a aparência de casas normais, vigilantes na sua defesa, ajudando nos trabalhos técnicos, na preparação de materiais, tudo fazendo para que as tarefas dos funcionários políticos pudessem ser desempenhadas em segurança na organização e direcção política do Partido.
As mulheres comunistas na clandestinidade, porque o Partido era forçado a viver na clandestinidade, fizeram parte activa das células de empresa; dos organismos do Partido nos campos; fizeram parte dos Comités Locais do Partido, de Direcções Regionais e do seu próprio Comité Central.
Seguindo a orientação do Partido, as mulheres comunistas na legalidade, tendo de ocultar a sua qualidade de comunistas, estiveram nos movimentos unitários como o MUNAF, o MUD, o MUD Juvenil, o Movimento das Juventudes Trabalhadoras, o Movimento da Paz.
As mulheres comunistas estiveram nos movimentos femininos, como o Conselho das Mulheres Portuguesas, a Associação das Mulheres para a Paz, o Movimento Democrático de Mulheres.
As mulheres comunistas, ligadas à luta e aos movimentos unitários, estiveram na Associação para a Defesa dos Presos Políticos e suas Famílias. Participaram em Congressos e Assembleias internacionais em defesa dos direitos das mulheres e da paz.
Em 48 anos de árdua luta sob a feroz repressão fascista, as mulheres comunistas correram riscos abrindo a porta das suas casas para albergar os funcionários e funcionárias clandestinos; correram riscos transportando, escondida, a imprensa do Partido e documentos de orientação política, através do país e mesmo atravessando fronteiras.
As mulheres comunistas foram presas, torturadas e julgadas, por serem comunistas, por defenderem a paz, a liberdade e a democracia. E, tal como os homens, não falaram na polícia, não denunciaram os seus camaradas e amigos que continuavam na luta.
48 anos de luta sob a repressão fascista forjou quadros femininos no espírito de abnegação e corajem. Quadros femininos que, derrubado o regime de terror fascista com a Revolução dos Cravos, estiveram também na primeira fila a vitoriar os militares de Abril. Estiveram frente à cadeia de Caxias e de Peniche a exigir a libertação dos presos. Estiveram com os seus companheiros de luta a construir e a defender a Reforma Agrária. Tomaram, com os seus companheiros, as direcções dos Sindicatos para defender a laboração das empresas e, em muitas delas, dirigi-las.
Já em novas condições, sob novos horizontes, as mulheres comunistas estiveram na Assembleia Constituinte. Reforçaram a sua participação em todos os órgãos do Partido. Foram eleitas deputadas à Assembleia da República. Foram eleitas para as Autarquias. Estão no Parlamento Europeu. Fazem parte de todos os órgãos dirigentes do Partido.
Ao comemorar os 80 anos do PCP, partido da esperança e do futuro, as mulheres têm razão para ter confiança neste partido porque é o partido que as defende e que nelas confia.
Como homenagem à coragem e à abnegação dessas mulheres, lembremos alguns nomes de mulheres comunistas que muito deram à luta e que a morte nos roubou o seu convívio:
Luísa Paulo; Aida Paulo; Maria Machado; Catarina Eufémia; Maria Alda Nogueira; Virgínia de Moura; Maria Lamas; Helena Magro; Maria Luísa Costa Dias; Luísa Pinhão; Nina Perdigão; Flora Magro; Cecília Areosa Feio, Victória Galacho, Maria Correia; Corália Moreira; Fernanda Patrício; Aurora Piedade Dinis.
«O Militante» - N.º 252 - Maio/Junho 2001
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