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quinta-feira, janeiro 21, 2010

Economia da UE vai de mal a pior; Grécia pode ter explosão social



 

Economia

Vermelho - 14 de Janeiro de 2010 - 19h03

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O economista Nouriel Roubini adverte que o próximo grande problema da economia mundial é o endividamento dos países ricos. Em 2008 e 2009, eles fizeram “tudo o que foi necessário” para evitar uma nova depressão, mobilizando trilhões para estimular a economia. O Reino Unido, a Irlanda, a Espanha e a Grécia estão sob pressão de suas dívidas.

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A Alemanha teria boas condições para se reequilibrar. Mas os Estados Unidos e o Japão, as duas maiores economias do mundo sofrem com o envelhecimento da população e devem ter taxas de crescimento baixas, alerta Roubini. Precisam tomar medidas de “consolidação fiscal” já no ano que vem para manter a credibilidade, segundo o economista.
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A verdade é que a crise na Europa vai se revelando a cada dia mais dramática. A ideia de que a Grécia poderia ser forçada a deixar a zona do euro é uma "hipótese absurda", disse nesta quinta-feira o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet.
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Pressão da União Européia
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Perguntado sobre a possibilidade de que a Grécia ou qualquer outro país fosse expulso da zona do euro ou abandonasse a moeda única, Trichet disse: "Eu não comento hipóteses absurdas. Essa é minha resposta". Ele afirmou, no entanto, que a Grécia tem muito trabalho pela frente.
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Trichet preferiu não comentar os planos do governo grego de reduzir o déficit orçamentário abaixo de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012, frente ao nível de 12,7% registrados atualmente. Os membros da zona do euro com dificuldades particulares precisam "encarar a situação com medidas incisivas e corajosas de forma apropriada", disse Trichet.
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A implementação apropriada das medidas de política fiscal são "absolutamente importantes", afirmou ele. A Grécia informou nesta quinta-feira parte do seu plano de três anos para reduzir o déficit orçamentário. Sob pressão dos seus parceiros da União Europeia (EU) para reduzir a dívida, o governo grego disse que pretende cortar o déficit no orçamento de 12,7% para 2,8% do PIB até 2012.
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Novas explosões sociais
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"Os esforços nos próximos três anos serão decisivos para a trajetória do país", disse o primeiro-ministro George Papandreou ao gabinete, um dia antes de submeter o plano à UE. "As metas são atingíveis, nós podemos fazer isso." Os problemas econômicos levaram a reduções na classificação de risco do país e um aumento nos seus custos de crédito.
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"Até onde eu posso ver, não há nada de muito novo no plano. Ele ressalta o desejo do governo de reduzir o déficit e limitar a dívida, mas ainda resta uma série de questões", disse Juergen Michels, economista do Citigroup. "Os investidores precisarão ter mais detalhes sobre como o governo grego planeja atingir suas metas", acrescentou.
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O ministro das Finanças grego George Papaconstantinou disse que as medidas de redução do déficit incluem diminuir gastos com defesa e com hospitais, reduzir o pagamento de horas extras e de bônus no setor estatal e congelar os salários dos servidores públicos em até 2 mil euros por mês. Com isso, a previsão é de novas explosões sociais no país.
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Liquidez dos bancos centrais
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A crise na Grécia é apenas a ponta do iceberg. O BCE disse que manteve a taxa básica de juros na zona do euro em 1%, o nível historicamente mais baixo, para não prejudicar a recuperação da economia. A instituição europeia informou, em Frankfurt, que também deixou inalterada a facilidade marginal de crédito, pela qual empresta dinheiro aos bancos, em 1,75%. O BCE manteve a facilidade de depósito, que remunera depósitos overnight em bancos centrais nacionais, em 0,25%.
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O BCE deixou os juros em 1% desde maio do ano passado, para fazer frente à recessão econômica e à pior crise financeira desde a Grande Depressão. Antes, entre outubro de 2008 e maio de 2009, o BCE reduziu a taxa de juros em 3,25 pontos percentuais. Os dados econômicos divulgados recentemente mostram que a economia dos países que compartilham o euro iniciou a recuperação e saiu da recessão no terceiro trimestre do ano passado, após mais de um ano de contração.
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O economista-chefe para a Europa do banco Barclays Capital, Julian Callow, disse que "o BCE não tem razões para modificar as taxas de juros, porque tudo caminhou como a entidade esperava". No entanto, esta incipiente recuperação é frágil, já que aconteceu graças à liquidez que os bancos centrais injetaram e aos estímulos fiscais dos governos. O PIB da zona do euro cresceu 0,4% no terceiro trimestre de 2009.
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Crescimento diminuiu fortemente
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A economia de países como Alemanha, França e Itália já está no caminho da recuperação, enquanto a de outros, como Espanha e Grécia, ainda está em contração. O analista do Commerzbank Michael Schubert disse que "o BCE tomou tantas decisões na reunião de dezembro que, até março, não divulgará nenhuma nova". Schubert previu que a entidade europeia subirá os juros no quarto trimestre do ano e que, até então, terá como prioridade retirar o excesso de liquidez no sistema financeiro.
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O BCE esperará que a concessão de créditos às empresas se normalize, que será um indicador de uma recuperação da economia e do comportamento dos bancos comerciais, segundo Schubert. Atualmente, a concessão de créditos às empresas é muito baixa e piora mês a mês. A concessão de créditos às empresas da zona do euro em novembro de 2009 caiu em 8 bilhões de euros a respeito de outubro, para 4,721 trilhões de euros, o que também representa 1,9% a menos que em novembro de 2008.
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As maiores economias da Europa divulgaram relatórios na quarta-feira que sugerem que o crescimento diminuiu fortemente nos últimos meses de 2009, após o bom resultado que tirou boa parte da região dos números recessivos no terceiro trimestre. Um integrante da agência oficial de estatísticas alemã disse que o crescimento pode ter sido zero no quarto trimestre do ano passado, e os números da produção industrial na Grã-Bretanha e na Itália para novembro só reforçam as preocupações sobre a recuperação.
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Contexto nada animador
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"Não é bom", disse o economista do Deutsche Bank Gilles Moec. "Isso confirma que nós tivemos um terceiro trimestre excepcional, mas que o quarto trimestre foi muito mais brando. Isso é verdade para a Itália, mas também para França, Alemanha e para a zona do euro em geral." A agência de estatísticas alemã anunciou que a produção industrial medida pelo Produto Interno Bruto (PIB) caiu estimados 5% em 2009, com a maior parte dos danos à economia se concentrando no início do ano.

O PIB do país cresceu 0,7% no período entre julho e setembro em relação ao trimestre anterior. O ministro da Economia alemão Rainer Bruederle disse que a recuperação da Alemanha ainda não é auto-sustentável e que a retomada não seria ajudada na fase inicial pelo recente e severo inverno.
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Na Grã-Bretanha, que não é parte da zona do euro, o contexto por trás da produção industrial de novembro também não é animador, disseram economistas. A produção industrial britânica cresceu 0,4% em relação ao mês anterior, mas a maior parte disso foi devido a um aumento no setor de extração de petróleo e gás. A produção industrial ficou estagnada pelo segundo mês consecutivo.
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Estratégia Europa 2020
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"Se a indústria não pode se expandir quando há tantos elementos favoráveis - fraqueza da moeda, fim da redução dos estoques e retomada da demanda global - quando ela poderá?", disse Alan Clarke, economista do BNP Paribas.
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Os ministros dos 27 países que compõem a União Europeia (UE) concluem nesta quinta sua reunião informal na localidade de La Granja, na Espanha, com debate sobre o futuro modelo econômico da UE e a possibilidade de estabelecer medidas contrárias aos países que não cumprirem esse modelo.
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Os delegados discutiram, a partir das 9h30 locais (6h30 de Brasília), quais devem ser as bases da chamada Estratégia Europa 2020 e as atuações imediatas para voltar ao crescimento após a crise. A Espanha propõe que o novo modelo conte com objetivos concretos, e que se premie com fundos europeus aqueles países que os cumpram.
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Com agências

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