A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

sábado, abril 14, 2007









Variações sobre a indiferença








"Nós vos pedimos com insistência:
Nunca digam - Isso é natural
Diante dos acontecimentos de cada dia,
Numa época em que corre o sangue
Em que o arbitrário tem força de lei,
Em que a humanidade se desumaniza
Não digam nunca: Isso é natural
A fim de que nada passe por imutável."

Brecht

***

“Primeiro levaram os negros.
Mas não me importei com isso.
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários.
Mas não me importei com isso.
Eu também não era operário.
Depois prenderam os miseráveis.
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável.
Depois agarraram uns desempregados.
Mas como tenho meu emprego, também não me importei.
Agora estão me levando,
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém,
Ninguém se importa comigo.

É PRECISO AGIR!"

Bertold Brecht (1898-1956)


Trecho de "Bartlet’s Familiar Quotations" (1933)
Martin Niemöller

O Pastor Protestante Martin Niemöller, líder religioso alemão nascido em 14 de janeiro de 1892 viveu o holocausto em seu País, lá sendo prisioneiro num campo de concentração. Chegou a comandar submarinos no início da 2ª Guerra Mundial, quando a igreja esteve submetida ao jugo do Partido Nazista. Em 1934 ele deu início a um movimento em defesa da Igreja na Alemanha, atraindo a ira de Hitler, o que lhe valeu o aprisionamento em 1º de julho de 1937. Condenado inicialmente a sete meses de prisão acabou sendo confinado durante sete anos em campos de concentração, sob o argumento de estar em “custódia de proteção” da Alemanha Nazista. Libertado em 1945, acabou sendo eleito Presidente do Conselho Mundial das Igrejas, em 1960. Martin Niemöller faleceu em Wiesbaden, em 1984.

Pacifista, reconhecido por seus discursos contra as armas nucleares, o Pastor Martin ficou imortalizado pela sua afirmação durante a Segunda Guerra contra os Nazistas em “Bartlets´s Familiar Quotations” (1933):

" Eles começaram perseguindo os comunistas, e eu não protestei, porque não era comunista.
Depois, vieram buscar os judeus, e eu não protestei, porque não era judeu.
Depois ainda, vieram buscar os sindicalistas, e eu não protestei, porque não era sindicalista.
Aí, vieram buscar os homossexuais, e eu não protestei, porque não era homossexual.
Aí então, vieram buscar os ciganos, e eu não protestei, porque não era cigano.
E depois, vieram buscar os imigrantes, e eu não protestei, porque não era imigrante.
Depois, vieram me buscar.
E já não havia ninguém para protestar! "

O Pastor Martin disse certa vez: “Eles começaram a ganhar força quando perdemos a coragem!”

Meme for the War on Terror

This is a 21st century update of Martin Niemöller's poem about the rise of the Third Reich/Nazi Germany in the late 1930's.

I have borrowed his sentiment and metre, and updated the words to reflect our current situation.

Please pass this along to anyone who will listen, and remember that there may still be time to act.


When they came for the communists,
I remained silent;
I
was not a communist.

When they locked up the liberals,
I remained silent;

I was not a liberal.

When they came for the homeosexuals,
I did not speak up;

I was not a homosexual.

When they came for the Moslems,
I did not stand up;

I was not a Moslem.

When they came for the immigrants,
I did not speak out;
I was not an immigrant.

When they came for the poor and powerless,
I did not stand up;

I was not poor.

When they came for me,
there was no one left to stand up or speak.

Parodiando o pastor protestante Martin Niemöller, símbolo da resistência nazista:

“Primeiro eles roubaram nos sinais, mas não fui eu a vítima,
Depois incendiaram os ônibus, mas eu não estava neles;

Depois fecharam ruas, onde não moro;

Fecharam então o portão da favela, que não habito;

Em seguida arrastaram até a morte uma criança,
que não era meu filho…”

Claudio Humberto, 09 FEV 2007


No caminho com Maiakóvski

Eduardo Alves da Costa,

motivado por Niemöller, escreveu um belíssimo poema “No Caminho com Maiakovski”, em que um dos versos lembra o tema.

“Assim como a criança humildemente afaga a imagem do herói,
assim me aproximo de ti, Maiakóvski.

Não importa o que me possa acontecer por andar ombro a ombro
com um poeta soviético.

Lendo teus versos, aprendi a ter coragem.

Tu sabes, conheces melhor do que eu a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim.

E não dizemos nada.

Na Segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa,

rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.

E já não podemos dizer nada.

Nos dias que correm a ninguém é dado repousar a cabeça alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz;

e nós, que não temos pacto algum com os senhores do mundo,

por temor nos calamos.

No silêncio de meu quarto a ousadia me afogueia as faces
e eu fantasio um levante;mas amanhã, diante do juiz,

talvez meus lábios calem a verdade como um foco de germes capaz de me destruir.

Olho ao redor e o que vejo e acabo por repetir são mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe e a propaganda lhe destrói a consciência.

A mim, quase me arrastam pela gola do paletó à porta do templo

e me pedem que aguarde até que a Democracia se digne a aparecer no balcão.

Mas eu sei, porque não estou amedrontado a ponto de cegar,
que ela tem uma espada a lhe espetar as costelas

e o riso que nos mostra é uma tênue cortina lançada sobre os arsenais.

Vamos ao campo e não os vemos ao nosso lado, no plantio.
Mas ao tempo da colheita lá estão

e acabam por nos roubar até o último grão de trigo.

Dizem-nos que de nós emana o poder mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso defender nossos lares

mas se nos rebelamos contra a opressão
é sobre nós que marcham os soldados.

E por temor eu me calo,
por temor aceito a condição de falso democrata

e rotulo meus gestos com a palavra liberdade, procurando, num sorriso,

esconder minha dor diante de meus superiores.

Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,
o coração grita - MENTIRA!


Mas o primeiro deles, foi Maiakovisky – poeta
russo (…) que escreveu ainda no início do século XX :

Um passeio com Maiakovisky

Na primeira noite
eles se aproximam
e colhem uma flor
de nosso jardim.
E não dizemos nada.

Na segunda noite,
já não se escondem :
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.

Até que um dia,
o mais frágil deles,
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a lua, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz
da garganta.

E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada.

Textos e fotos extraídos de fontes diversas

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