Dez mil famílias passam fome na região do Algarve
Solidariedade - Banco Alimentar chega ao Sul do País
* Teixeira Marques
Dez mil famílias carenciadas do distrito de Faro – que representam 35 mil pessoas, sete por cento da população do Algarve – vão receber refeições e cabazes alimentares recolhidos e distribuídos pelos 500 colaboradores voluntários do Banco Alimentar Contra a Fome do Algarve (BACFA), lançado ontem.
O contrato celebrado entre a Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares de Portugal e a Associação Pró-Partilha e Inserção do Algarve permite alargar à região algarvia as campanhas nacionais de angariação de bens alimentares. Para esse efeito, a delegação do BACFA dispõe de um armazém cedido pela Câmara de Faro e de câmaras frigoríficas no mercado abastecedor da capital algarvia.
(...)
Numa primeira fase, a nível imediato, a delegação algarvia vai trabalhar em seis concelhos, distribuindo alimentos por 22 instituições, prevendo atingir as 1330 famílias, nas quais se incluem 410 crianças. Até final do ano, o projecto prevê englobar os restantes dez concelhos da região, sem esquecer as zonas do Interior, onde, salienta Adriano Pimpão, “existem áreas de grandes carências alimentares”.
O projecto pretende “mobilizar toda a sociedade”, frisa o presidente da estrutura algarvia, que aponta como exemplo a distribuição dos alimentos que pode ser feita “por viaturas das autarquias, bombeiros ou particulares”. Adriano Pimpão pretende montar uma estrutura de voluntários “que trabalhem com grande profissionalismo” e está convicto de que a região irá aderir ao projecto. Em Dezembro, o Algarve recolheu 30 toneladas de alimentos.
CARENCIADOS
ESTRUTURA
A delegação do Banco Alimentar Contra a Fome do Algarve vai actuar, numa primeira fase, nos concelhos de Faro, Loulé, Albufeira, Silves, Lagoa e Portimão. Seguem-se Olhão e Tavira e, até final do ano, nos restantes concelhos da região algarvia.
RECOLHAS
Os alimentos que a delegação vai distribuir terão várias origens. Em Maio e Dezembro serão efectuadas campanhas de dádivas junto das populações. O restante serão ofertas, principalmente de excedentes das grandes empresas do ramo alimentar.
3ª MAIS RICA
Segundo os últimos dados do Eurostat, o Algarve é a terceira região mais rica de Portugal, com um Produto Interno Bruto (PIB) ‘per capita’ de 14 086 euros, correspondente a 77,1% da média da União Europeia. Apesar disso, 10 mil famílias passam fome.
DOZE BANCOS AJUDAM PAÍS
As estruturas regionais dos Bancos Alimentares Contra a Fome funcionam de forma juridicamente autónoma. O Algarve tem, a partir de ontem, a 12.ª estrutura e Portalegre terá, a partir de 24 de Março, outro Banco Alimentar. Isabel Jonet, presidente da Federação dos Bancos Alimentares de Portugal, refere a importância de estender a estrutura solidária ao Sul do País.
“Quantos mais bancos existirem, mais apoios poderão ser efectuados e melhor luta contra o desperdício poderá ser levada a cabo”, defende. A responsável salienta a importância da recolha e distribuição locais, “pois convidam as populações a serem solidárias com as pessoas carenciadas das suas regiões, havendo grande proximidade entre quem dá e quem recebe”.
Esta filosofia permitiu que a última campanha, realizada em Novembro de 2006, pelos 11 Bancos Alimentares então existentes, envolvesse a participação de cerca de 14 mil voluntários em todo o País. As campanhas e outras iniciativas e dádivas permitiram apoiar com produtos, no ano passado, 1380 instituições, que receberam 17 704 toneladas de alimentos, que chegaram a mais de 219 mil pessoas comprovadamente carenciadas.
in CORREIO DA MANHÃ 2007.03.02
Fotografia de Sandra Sousa Martins
O contrato celebrado entre a Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares de Portugal e a Associação Pró-Partilha e Inserção do Algarve permite alargar à região algarvia as campanhas nacionais de angariação de bens alimentares. Para esse efeito, a delegação do BACFA dispõe de um armazém cedido pela Câmara de Faro e de câmaras frigoríficas no mercado abastecedor da capital algarvia.
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Numa primeira fase, a nível imediato, a delegação algarvia vai trabalhar em seis concelhos, distribuindo alimentos por 22 instituições, prevendo atingir as 1330 famílias, nas quais se incluem 410 crianças. Até final do ano, o projecto prevê englobar os restantes dez concelhos da região, sem esquecer as zonas do Interior, onde, salienta Adriano Pimpão, “existem áreas de grandes carências alimentares”.
O projecto pretende “mobilizar toda a sociedade”, frisa o presidente da estrutura algarvia, que aponta como exemplo a distribuição dos alimentos que pode ser feita “por viaturas das autarquias, bombeiros ou particulares”. Adriano Pimpão pretende montar uma estrutura de voluntários “que trabalhem com grande profissionalismo” e está convicto de que a região irá aderir ao projecto. Em Dezembro, o Algarve recolheu 30 toneladas de alimentos.
CARENCIADOS
ESTRUTURA
A delegação do Banco Alimentar Contra a Fome do Algarve vai actuar, numa primeira fase, nos concelhos de Faro, Loulé, Albufeira, Silves, Lagoa e Portimão. Seguem-se Olhão e Tavira e, até final do ano, nos restantes concelhos da região algarvia.
RECOLHAS
Os alimentos que a delegação vai distribuir terão várias origens. Em Maio e Dezembro serão efectuadas campanhas de dádivas junto das populações. O restante serão ofertas, principalmente de excedentes das grandes empresas do ramo alimentar.
3ª MAIS RICA
Segundo os últimos dados do Eurostat, o Algarve é a terceira região mais rica de Portugal, com um Produto Interno Bruto (PIB) ‘per capita’ de 14 086 euros, correspondente a 77,1% da média da União Europeia. Apesar disso, 10 mil famílias passam fome.
DOZE BANCOS AJUDAM PAÍS
As estruturas regionais dos Bancos Alimentares Contra a Fome funcionam de forma juridicamente autónoma. O Algarve tem, a partir de ontem, a 12.ª estrutura e Portalegre terá, a partir de 24 de Março, outro Banco Alimentar. Isabel Jonet, presidente da Federação dos Bancos Alimentares de Portugal, refere a importância de estender a estrutura solidária ao Sul do País.
“Quantos mais bancos existirem, mais apoios poderão ser efectuados e melhor luta contra o desperdício poderá ser levada a cabo”, defende. A responsável salienta a importância da recolha e distribuição locais, “pois convidam as populações a serem solidárias com as pessoas carenciadas das suas regiões, havendo grande proximidade entre quem dá e quem recebe”.
Esta filosofia permitiu que a última campanha, realizada em Novembro de 2006, pelos 11 Bancos Alimentares então existentes, envolvesse a participação de cerca de 14 mil voluntários em todo o País. As campanhas e outras iniciativas e dádivas permitiram apoiar com produtos, no ano passado, 1380 instituições, que receberam 17 704 toneladas de alimentos, que chegaram a mais de 219 mil pessoas comprovadamente carenciadas.
in CORREIO DA MANHÃ 2007.03.02
Fotografia de Sandra Sousa Martins
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