A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

sábado, agosto 25, 2007

O fantasma bateu à porta




Na última semana o fantasma da Crise bateu às portas do mundo. Como os génios maus dos contos de Xerazade que saíam de vasos encontrados à beira-mar, este saiu da Bolsa de Nova Iorque, e logo aterrorizou o mundo com o seu vulto sombrio, que Camões descreveria como «ingente, fero e temeroso».
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Desta vez, o susto foi maior que o estrago.
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Ao que parece.
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Mas o caso merece reflexão.
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Observa-se que os EUA, superpotência em decadência histórica, e a sua moeda, começam a sofrer uma implacável concorrência que ressurge e emana da lei do desenvolvimento desigual dos países, que Marx já descrevia como uma das marcas do capitalismo.
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O cenário financeiro internacional, dominado pelos EUA, tem apresentado um perfil de extrema volatilidade que traduz as fragilidades deste sistema capitalista que já nos quiseram apresentar como «fim da História». É um preço que ele paga à internacionalização dos fluxos de capitais, que, com a globalização, se tornou bom motor das operações especulativas para acumulação de grandes excedentes de capital especulativo.
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Na hierarquia de poderes que comandam a concorrência capitalista impõe-se cada vez mais a dominância do capital financeiro parasitário sobre as formas material e monetária ligadas à produção.
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O circuito Dinheiro-Mercadoria-MaisDinheiro, descrito por Marx no Iº volume do Capital assume hoje a sua natureza colectiva e despótica num esquema em que predomina a fórmula Dinheiro-MaisDinheiro. Na sua evolução, o processo de reprodução capitalista torna-se cada vez mais parasitário.
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Num mundo em que mandam os mercados comandados pelo capital, os vencedores e os perdedores são arrumados socialmente em duas categorias fundamentais: os que acumulam o capital especulativo financeiro, têm «poder de compra» e gozam de «consumo de luxo» - e os que se tornaram dependentes do crédito, por carência de recursos ou obcessão consumista, e, permanentemente ameaçados pelo desemprego, são empurrados para uma competição desesperada pela sobrevivência.
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E essas situações, suaves ou despóticas, são apresentadas como prova da soberania e liberdade do indivíduo na sociedade capitalista...
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in Avante 2007.08.23

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