A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

terça-feira, agosto 07, 2007


Abu Ghraib: Militar que expôs as torturas ameaçado
Denunciou abusos e foi tratado como um traidor
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* Paulo Madeira com agências
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Para meio mundo, Joe Darby, o soldado americano que primeiro denunciou os abusos na prisão iraquiana de Abu Ghraib, em 2004, é um herói.
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No entanto, para muitos no seu país ele não passa de um traidor, ao ponto de, quando regressou aos EUA, ter sido obrigado a mudar de casa e a andar com uma escolta armada.
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O ex-militar só foi autorizado a falar do assunto recentemente e, numa entrevista à BBC, contou a odisseia que viveu desde que um dos envolvidos nos abusos, Charles Graner, lhe emprestou um CD com as imagens. Apanhado de surpresa, a sua primeira reacção esteve longe da revolta. “A primeira fotografia que vi fez-me rir... Era uma pirâmide de pessoas nuas. Não sabia que eram presos iraquianos”, recorda Joe Darby. Depois, veio o choque: “Há medida que ia vendo mais fotos comecei a perceber do que se tratava”, acrescenta.
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Abalado pelo que viu, Joe demorou três semanas a decidir denunciar o caso. Quando finalmente se decidiu, foi-lhe prometido o anonimato. Mesmo assim, receou ameaças dos militares envolvidos. “Tive medo deles. Quando ia dormir sabia que estavam perto de mim e o meu quarto nem sequer tinha porta”, recorda.Mas o pior foi quando o então secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, proferiu o seu nome, pela TV, e lhe agradeceu publicamente a divulgação das fotos. Começaram então os problemas. A sua mulher foi forçada a fugir para casa da irmã, que foi vandalizada. Joe regressou aos EUA e durante seis meses recebeu protecção armada.
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No entanto, e apesar de ter sido tratado como um traidor por parte dos seus compatriotas, Joe não se arrepende. “Sabia que muitos não iam concordar. Olham para mim como aquele que mandou soldados americanos para a prisão. Mas nem por um segundo me arrependi”, revelou.
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OPERÁRIOS FILIPINOS "RAPTADOS"
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Dezenas de trabalhadores da construção civil filipinos foram no ano passado levados ao engano para o Iraque para trabalhar nas obras de construção da nova embaixada dos EUA em Bagdad.
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Contratados para construir hotéis no Dubai, só quando estavam no avião souberam que o seu destino seria o Iraque. Furiosos por terem sido enganados e receosos por irem trabalhar numa zona extremamente perigosa, alguns levantaram-se abruptamente dos seus lugares e gritaram em protesto e foi a custo que a tripulação conseguiu fazer com se voltassem a sentar, recorda Rory Mayberry, um técnico de emergência médica que viajava no aparelho e testemunhou a cena. Segundo ele, os trabalhadores foram “raptados” para construir o luxuoso edifício da embaixada americana em Bagdad e apenas tomaram conhecimento do que se estava a passar quando o avião já estava no ar há dez minutos.
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PERFIL
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Joe Darby nasceu há 27 anos em Boswell, na Pensilvânia. Era soldado reservista da Polícia Militar no Iraque quando lhe chegaram às mãos as famigeradas fotos dos abusos em Abu Ghraib (ao lado). Chocado, denunciou o caso e foi elogiado pelas autoridades, mas após regressar a casa foi tratado como um traidor, tendo mesmo de receber protecção armada.
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in Correio da Manhã 2007.08.06

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