Abu Ghraib: Militar que expôs as torturas ameaçado
Denunciou abusos e foi tratado como um traidor
No entanto, para muitos no seu país ele não passa de um traidor, ao ponto de, quando regressou aos EUA, ter sido obrigado a mudar de casa e a andar com uma escolta armada.
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O ex-militar só foi autorizado a falar do assunto recentemente e, numa entrevista à BBC, contou a odisseia que viveu desde que um dos envolvidos nos abusos, Charles Graner, lhe emprestou um CD com as imagens. Apanhado de surpresa, a sua primeira reacção esteve longe da revolta. “A primeira fotografia que vi fez-me rir... Era uma pirâmide de pessoas nuas. Não sabia que eram presos iraquianos”, recorda Joe Darby. Depois, veio o choque: “Há medida que ia vendo mais fotos comecei a perceber do que se tratava”, acrescenta.
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Abalado pelo que viu, Joe demorou três semanas a decidir denunciar o caso. Quando finalmente se decidiu, foi-lhe prometido o anonimato. Mesmo assim, receou ameaças dos militares envolvidos. “Tive medo deles. Quando ia dormir sabia que estavam perto de mim e o meu quarto nem sequer tinha porta”, recorda.Mas o pior foi quando o então secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, proferiu o seu nome, pela TV, e lhe agradeceu publicamente a divulgação das fotos. Começaram então os problemas. A sua mulher foi forçada a fugir para casa da irmã, que foi vandalizada. Joe regressou aos EUA e durante seis meses recebeu protecção armada.
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No entanto, e apesar de ter sido tratado como um traidor por parte dos seus compatriotas, Joe não se arrepende. “Sabia que muitos não iam concordar. Olham para mim como aquele que mandou soldados americanos para a prisão. Mas nem por um segundo me arrependi”, revelou.
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OPERÁRIOS FILIPINOS "RAPTADOS"
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