A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

domingo, agosto 05, 2007


Coisas do Circo - O fora da lei
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* Emídio Rangel
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Temos em Portugal um político que não cumpre as leis, que ofende as autoridades da República, sem que daí se tirem as consequências.
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Há um mistério na vida política portuguesa que muito provavelmente nunca será resolvido. Chamar-lhe-ia, por facilidade de identificação, ‘o mistério Jardim’. Que poder(es) tem João Jardim para viver na mais pura das impunidades com o beneplácito da maior parte das autoridades da República e com o silêncio (ou quase) de personalidades distintas da vida nacional? Mais ainda, que artes tem Jardim para merecer uma intervenção tão branda que chega a ser pungente os esforços que realizam para explicar o inexplicável e para desculpar o indesculpável nos comportamentos do líder regional da Madeira? Como é possível que pessoas de grande mérito e por quem tenho a maior consideração, como Pacheco Pereira, sempre castigador em relação aos políticos que pisam o risco, sempre tão radical em relação ao poder, se percam em textos esfarrapados, quase infantis, para justificar as diatribes do dr. Jardim, que permanece, ano após ano, numa atitude irresponsável, a quem tudo é permitido, a quem tudo é consentido?
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Jardim não é agora só o desbocado que não respeita nada nem ninguém. Ele começa a transformar-se num ‘fora da lei’ que ostensivamente não cumpre as decisões da Assembleia da República sem que ninguém tenha a coragem de o travar. Todos preferem fazer o papel de que não ouvem nem vêem as suas performances, para evitar juízos críticos de resposta. Ninguém quer ser alvo da sua ira e da sua mais primária descortesia. Jardim paralisa ‘as suas vítimas’ com um veneno que, pelos vistos, abunda nas ilhas.
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O próprio Presidente da República, em relação ao não cumprimento da Lei do Aborto na Região Autónoma da Madeira, começou por adoptar uma posição tolerante, embora mais tarde tenha corrigido o seu discurso. Mas porquê só Jardim? Qualquer outro cidadão se dissesse o que diz Jardim, se fizesse o que faz Jardim, já teria sido demitido, em certas circunstâncias já teria sido processado, tal é a gravidade dos seus desmandos. Está toda a gente com medo que o homem ‘declare’ a independência da Madeira? É esse o seu segredo? Temos em Portugal um político que não cumpre as leis, que ofende as autoridades da República, sem que daí se retirem as ilações e as consequências adequadas. O fenómeno agrava-se com o líder do PSD, inteiramente subserviente, a caucionar o comportamento de Jardim em Chão da Lagoa. Marques Mendes pode alguma vez ser primeiro-ministro de Portugal quando pactua com tudo isto? Quando se transforma em cúmplice de Jardim? A Madeira com menos população do que o concelho de Sintra tem, desta forma, um estatuto de excepção que nenhuma ‘região’ do continente tem. Olhem se os ‘autarcas’ do País copiam o modelo...
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in Correio da Manhã 2007.08.04
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NOTA:
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Bem, o menino Alberto João, como é conhecido na Madeira, tem feito o que faz porquê? Lembram-se da FLAMA, uma rede bombista que deixou de actuar quando Jardim alcançou o poder? E lembram-se doutras redes bombistas que actuaram no «contenente», uma liderada pelo valeroso General Spínola no Verão Quente ou dos Anos da Brasa (ELP/MDLP), e outra pelo grande estratega do 25 de Abril de 1974 - um tal de Otelo - que no 25 de Novembro de 1975 «desapareceu» deixando os seus apaniguados às aranhas e Portugal à beira duma Guerra Civil (formando depois as abusivamente autodenominadas Forças Populares do 25 de Abril)? Quem fazia parte da Santa Aliança contra o Partido Comunista Português e os trabalhadores, que os mais radicais queriam «extripar» desde o próprio 25 de Abril?
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Quem queria transferir o Governo para o Norte para pedir a intervenção da NATO para esmagar o que eles chamavam a «Comuna de Lisboa», que não era senão a luta dos trabalhadores, dos homens e das mulheres do Povo lutando por melhores condições de vida e trabalho? Quem tem rabos de palha por causa dessa Santa Aliança? Talvez isto possa constituir uma pista! Quem saberá? Quem fez e tem feito tudo para tirar o poder da «rua», deixando-lhe o rebuçado de votar periodicamente no bailinho mandado do alterne ora manda o PS, ora manda o PSD, arrimados ao CDS quando preciso, todos irmãos e filhos da mesma distinta mãe e da respectiva família?
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Quem tripudia sobre a Constituição de 1976 e já nem sequer a cumpre, apesar das sucessivas e empobrecedoras reviões constitucionais, enquanto o Grande Patronato quer uma revisão que apague definitivamente o que sejam direitos de participação popular e outros, dos trabalhadores e das populações? Se o menino Alberto João está fora da lei, onde estarão os restantes ministros e a maioria dos deputados da República para quem a Constituição de 1976 é um embaraço, com Sócrates com uma tal dianteira que nem o PSD o alcança na estafeta? Quem é o banqueiro Ulrich da banca com lucros anuais crescentes, como outras empresas, e simultâneamente, invocando a crise, perorando que os trabalhadores deveriam aceitar descontos de 10 % nos seus ordenados? Olha se não houvesse tanto crédito mal parado!
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VN
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» Comentários no CM on line
Sabado, 4 Agosto
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- Isabel, Lisboa Estranho? Não sabe? É fácil - ao PSD ele traz votos e o governo de uma região autónoma há 30 anos ininterruptos. Ao PS tem viabilizado muito OE, através dos deputados das Madeira. Não é metido na ordem por desrespeito aos órgãos de soberania, porque uma mão lava a outra.
- xiveve Demitido?! Eheheheheh!!! Até nem simpatizo com o homem. Mas lá que ele tem "bolinhas"...lá isso tem! Agora recordo um caso passado há anos na TSF. Alguém de lembra?!
- xarneco O A.J.Jardim, sempre disse o que quer e sabe para onde vai, em prol da(sua) Madeira. Não se lhe conhece sinais exteriores de grandes riquezas, os madeirenses idolatram-no e muitos continentais gostariam que ele fosse politico da República, já que os outros políticos do Continente são seres que deixam muito a desejar, pela falta de coerência, mentirosos,corruptos a quem o povo já não lhe dá crédito.
- Kizaka Elementar meu caro Rangel: os portugueses estimam heróis. Sobretudo quando revestidos daquele saudoso autoritarismo que os leva a confirmarem-se como vítimas das circunstâncias. Senão, como poderiam lamentar-se - a prática mais apreciada dos lusitanos?
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