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* Carlos de Abreu Amorim
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Não fui eu que tomei as péssimas opções de governação que puseram o País nesta situação. (1)
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Não fui eu que descontrolei o Orçamento e que fiz as contabilidades criativas. Não fui eu que desbaratei os fundos comunitários. Não fui eu que menti reiteradamente anunciando que as coisas estavam a melhorar quando só pioravam, gritando que a ‘retoma’ estava a chegar quando esta nunca vinha. Não fui eu que asfixiei o País com leis irracionais e afoguei a Justiça num labirinto burocrático. Não fui eu que fiz Sines, a Expo’98, os estádios do Euro’2004, nem fui eu que gastei centenas de milhões de contos a reparar a linha de caminho-de-ferro Lisboa-Porto para nada, nem serei eu que vou fazer os novos elefantes brancos chamados Ota e TGV.
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Por isso, não me digam que estamos todos no mesmo barco. Não me falem em deveres colectivos. Estou farto de pagar pelos erros dos outros.
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in Correio da Manhã 2007.08.15
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(1) E eu, Victor Nogueira, declaro por minha honra e para todos os efeitos que nunca votei neles nem nunca votarei. Mas lá que tenho sofrido, sofro e continuarei a sentir na pele as consequências dos votos da maioria que embarca em histórias da carochona com medo que o lobo mau coma o capuchinho vermelho ... O lobo mau já não existe, agora o mundo está todo ao dispor das hienas, velhacas com ar de sacristia !
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Mas os eleitores, para mal das minorias que acreditam num mundo de humanidade, paz, igualdade e justiça social, sem fome nem miséria, continuam cegos como os gatos quando nascem e preferem sempre ficar criancinhas, sem abrir os olhos, ao colo das hienas que os vão enganando com papas e bolos, enquanto permitem que lhes catem as pulgas, para consolo.
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