Dia a Dia - Famílias pagam crise

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* Armando Esteves Pereira,
Director-Adjunto

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Os bancos centrais injectaram milhões nos mercados financeiros para estancar a crise provocada pelo incumprimento dos empréstimos ‘subprime’ nos Estados Unidos, mas a hemorragia financeira ainda não terminou e continua a penalizar centenas de milhares de famílias em Portugal.

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Há os pequenos investidores em Bolsa, que têm visto as cotações desvalorizar após um primeiro semestre excelente, mas o grupo mais prejudicado é constituído pelas inúmeras famílias com crédito bancário, que na próxima revisão da prestação mensal vão ter uma actualização superior ao previsto há um mês. Isto porque a Euribor a 6 meses, a taxa de referência utilizada na esmagadora maioria dos empréstimos para a compra de habitação, voltou ontem a bater um novo recorde dos últimos seis anos.

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A pressão no bolso dos portugueses endividados vai ser ainda maior e já há previsões de que a Euribor possa chegar aos 5%, uma taxa que duplica os valores de há dois anos. Um estudo aponta para um prejuízo de 110 mil dos investidores de todo o Mundo com a crise do ‘subprime’, um valor que é mais de dois terços da riqueza gerada em Portugal, medida pelo PIB.

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No caso das famílias portuguesas, a factura é bem pesada. Se a crise contribuir com aumentos de 0,5 pontos na Euribor, significa um custo superior a 600 milhões de euros/ano, quase dois milhões de euros por dia.

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in Correio da Manhã 2007.07.16

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» Comentários no CM on line
Quinta-feira, 16 Agosto
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- sergio roque Crise? No sector bancarário? Se formos ver os bancos e instituiçoes de credito é que criaram esta crise, será que tudo isto nao será para daqui a uns dias o senhor presidente do Banco europeu dizer que tem que haver novo aumento na euribor, derivado a "essa crise". Como diz o ditado:"Contra factos, nao há argumentos" A crise é um facto e o unico argumento é aumento. Povoa Santa Iria
- F.Mendes Será que não dá para pensar? Então o BCE injecta milhões, no mercado financeiro imob. E.U.A.,e não pode injectar milhões para salvar as famílias port. que estão na miséria? A perder as suas habitações, (única)só interessa os Americanos e os bancos? que ganham milhões não pagam impostos devidos, estão todos protegidos, quem paga a crise é o mexilhão não é por acaso que as torres d Estoril Sol, est. t. vendidas
- Ricardo Felisberto Infelizmente é a triste realidade. Enquanto isto, banca apresenta aumentos dos lucros de 30% todos os anos (parece a nossa subida salarial), aos especuladores, basta uma presença numa assembleia geral, e sem saberem falar português, ganham numa noite 50 milhões. As diferenças entre ricos e pobres são as maiores da UE e agravam-se, e o governo é ... socialista ... pois. (Sobreda)
- Luís Tavares Pois é! Quando se fala em globalização, as pessoas só se lembram do que é bom. Mas cá está, o que pode acontecer no mercado norte-americano pode arruinar milhares de famílias em Portugal. É muito mau quando tudo depende de tudo ou todos dependem de todos sem excepção. É que há uns mais poderosos do que outros e que se aguentam melhor nas crises. Países como o nosso não têm hipóteses.

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