Ribeira de Pena: Antigos calabouços mostram arte secular
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* Cristina Meireles
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O edifício do antigo estabelecimento prisional de Ribeira de Pena é agora um espaço moderno, funcional e atractivo e tem instalado na área dos antigos calabouços o primeiro Museu e Centro Interpretativo do Linho do País.
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Para além de ser a primeira unidade museológica do género no País, este museu resulta de uma iniciativa da Câmara Municipal de Ribeira de Pena, que pretende valorizar o linho como “elemento fulcral da economia e do turismo da região” e torna realidade um sonho que já tem mais de um quarto de século. O novo museu situa-se em Venda Nova, freguesia que fica a cerca de dois quilómetros da sede da vila. No seu interior os visitantes vão encontrar artefactos tradicionais ligados ao cultivo, produção e transformação artesanal do linho.
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Este espaço tem características únicas atendendo à antiguidade de muitas das peças expostas, algumas quase centenárias e recolhidas no concelho de Ribeira de Pena e em municípios vizinhos. Entre as raridades conta--se uma espadela, um maço e um ripo, todo eles com mais de oitenta anos. O visitante encontrará também catalogado todo o espólio ligado à actividade do linho, que inclui entre outras peças, a roca, o fuso, o sarilho, a dobadoira e teares em madeira, ao mesmo tempo que terá oportunidade de conhecer o ‘Ciclo do Linho’, que os antigos denominam como “tomentos do linho”.
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O Museu do Linho será no futuro um pólo de atracção turística importante na região do Tâmega. O edifício em granito é imponente, ao estilo “senhorial “, foi construído há mais de um século e, para além de cadeia, chegou a ser escola primária e até serviu de sede aos Paços do Concelho até 1932.“É um espaço de memória dos usos e costumes ligados à arte ancestral do cultivo do linho, que deve ser preservada e estimulada” disse o Presidente da Câmara Municipal de Ribeira de Pena, Agostinho Pinto. Mas o autarca vai mais longe e assegura que o Município “pretende que este equipamento seja também um espaço com vida, e local interactivo com os visitantes e que esteja sempre aberto à comunidade escolar, por forma a dar a conhecer aos mais novos as nossas tradições”.
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Além da recuperação do imóvel, foram feitos trabalhos de requalificação dos seus espaços envolventes. Intervenção orçada em cerca de vinte mil euros. A abertura do Museu e Centro Interpretativo do Linho coincidiu com a IX Feira do Linho, que termina precisamente este domingo e que começou na sexta com uma espadelada à moda antiga.
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in Correio da Manhã 3007.08.12
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Fotografia - Cristina Meireles
(Uma espadelada à moda antiga abriu a Feira do Linho de Ribeira de Pena)
1 comentário:
gostaria de saber se vocês conhecem a linha do linho galego. me interesso em comprar.
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