Na casa de Goios
* Victor Nogueira
* Victor Nogueira
À beira da estrada, a grande casa fora dividida em duas nas partilhas; uma metade para o primo Manuel, outra para o primo José. Era na deste último que o meu avô Barroso ficava, antes de construir a casa no Mindelo (Vila do Conde), para as férias de Verão. Fora isso, era nesta casa que se passava a Páscoa ou se faziam as visitas ao fim de semana.
Como boa casa minhota, o r/c era reservada aos animais e o acesso ao 1º andar, em qualquer delas, fazia-se por escadaria exterior. No primeiro andar havia nas traseiras um corredor comprido para o qual davam os quartos. Havia também uma enorme lareira, fuliginosa, onde me aquecia no inverno distraído com o dançar das chamas. Nessa lareira se cozinhava ao lume, em tripeças. Supremo luxo na casa do primo José era a casa de banho, construída a expensas do meu avô Barroso.
Escrevia eu em 1963: «No dia 14 [Abril. 1963], domingo de Páscoa, fui, com o avô Barroso e o tio Zé a Goios, passando por Famalicão. Almoçámos em Goios, tendo‑me aborrecido imenso. O "compasso". chegou por volta das 17 horas. À tardinha fomos para a Pedra Furada. Revi com prazer a Lourdes e a Cândida, e fiquei a conhecer a Celeste e a Amélia. Divertimo‑nos bastante. (Diário III - pag. 165)».
Havia também outros primos, como a Deolinda e a filha Laurinda, assim como o Adelino e o Joaquim, este surdo-mudo mas lá nos conseguíamos entender por restos. Creio que a última vez qe nos vimos todos, ainda a Celeste era minha namorada, foi em 1974, no faustoso e farto casamento dum deles, onde até os talheres eram de prata!
Os meus primos moravam uns em Goios e outros numa aldeia próxima, chamada Pedra Furada. Estes eram mais pobres Deles todos perdi o rasto após a morte do meu avô Barroso, em 1975 e após o meu casamento na mesma altura, quando as férias deixaram de ser passadas no Norte, em casa dos meus avós. Disso falo no meu poema Elegia pela minha família dispersa.
Na foto, à janela, o meu tio Zé Barroso e o autor destas linhas.
Como boa casa minhota, o r/c era reservada aos animais e o acesso ao 1º andar, em qualquer delas, fazia-se por escadaria exterior. No primeiro andar havia nas traseiras um corredor comprido para o qual davam os quartos. Havia também uma enorme lareira, fuliginosa, onde me aquecia no inverno distraído com o dançar das chamas. Nessa lareira se cozinhava ao lume, em tripeças. Supremo luxo na casa do primo José era a casa de banho, construída a expensas do meu avô Barroso.
Escrevia eu em 1963: «No dia 14 [Abril. 1963], domingo de Páscoa, fui, com o avô Barroso e o tio Zé a Goios, passando por Famalicão. Almoçámos em Goios, tendo‑me aborrecido imenso. O "compasso". chegou por volta das 17 horas. À tardinha fomos para a Pedra Furada. Revi com prazer a Lourdes e a Cândida, e fiquei a conhecer a Celeste e a Amélia. Divertimo‑nos bastante. (Diário III - pag. 165)».
Havia também outros primos, como a Deolinda e a filha Laurinda, assim como o Adelino e o Joaquim, este surdo-mudo mas lá nos conseguíamos entender por restos. Creio que a última vez qe nos vimos todos, ainda a Celeste era minha namorada, foi em 1974, no faustoso e farto casamento dum deles, onde até os talheres eram de prata!
Os meus primos moravam uns em Goios e outros numa aldeia próxima, chamada Pedra Furada. Estes eram mais pobres Deles todos perdi o rasto após a morte do meu avô Barroso, em 1975 e após o meu casamento na mesma altura, quando as férias deixaram de ser passadas no Norte, em casa dos meus avós. Disso falo no meu poema Elegia pela minha família dispersa.
Na foto, à janela, o meu tio Zé Barroso e o autor destas linhas.
1 comentário:
Ai Jesus se eu gosto do Minho!...
Aquelas videiras entrelaçadas nas árvores!... Aqueles tons de verde que só podem ter saído da paleta dum grande criador!
Mas eu sou das searas que, em tempos que já lá vão, ondulavam ao vento, do trigo maduro que adorava ceifar, dos molhos de palha seca onde rebolava e sonhava, pensando que iria ser sempre assim!...
Que saudades das ondas do meu trigo ondulante!...
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