O jornalista espanhol Julio César Alonso assegurou neste domingo (19) que a estratégia separatista na Bolívia impulssionada por um bando de terroristas, neutralizado em abril último em Santa Cruz, era a mesma que a aplicada em Kosovo,em 1999. Em declarações ao programa "O Povo é Notícia", de Rádio Pátria Nueva e que divulga a estatal televisora Bolívia TV, Alonso recordou que em ambos momentos, a embaixada estadunidense esteve encabeçada pela mesma pessoa, Philip Goldberg.
O avezado correspondente de guerra, de visita em La Paz, antes anunciou que conheceu e entrevistou várias vezes o cabeça dos extremistas mortos e detentos em um operativo policial, o 16 de abril último no hotel crucenho Las Américas, Eduardo Rózsa Flores, conhecido assassino e mercenário, explicou.
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Segundo Alonso, existe um vídeo que o extremista enviou a Europa, cujo conteúdo será revelado em setembro ou outubro próximos, no que Rózsa Flores delata aos financiadores da banda, em caso que algo lhe suceda.
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Ao que parece, afirmou, o líder do grupo irregular sentia-se defraudado por quem contrataram-no para organizar na Bolívia uma guerra civil na que militares, policiais e indígenas se converteriam em vítimas, e já estava por se retirar quando foi surpreendido, sem capacidade de reação.
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Bolívia era o país eleito
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De acordo com o depoimento do profissional, na nação andina o extremista pensava organizar sua guerra, a guerra que, ao menos, duraria nos meses suficientes para finalizar seu filme, seus massacres, suas torturas e seu novo reino, limpo de índios, negros, comunistas e demais desperdícios, segundo ele mesmo dizia.
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"Rózsa Flores pensava copiar na Bolívia, país ao que sempre desprezou nas conversas privadas e ao que se referia como "berço de índios analfabetos", "nação de bobos" ou "cubo de lixo", sua particular guerra suja", remarcou.
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Será em setembro ou outubro, explicou, quando saberemos toda a verdade de Rózsa Flores, um especialista mercenário que formava grupos mistos de veteranos e jovens para orgías de sangue.
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Segundo Alonso, os mercenários estavam preparando na Bolívia não uma defesa, senão uma guerra que devia durar, para ser rentável econômica e politicamente, mais de um mês. O cálculo para este fim, na primeira semana, era de 25 mil mortos, segundo descreve Alonso em um artigo publicado neste domingo na Agência Boliviana de Informação (ABI).
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Com esta situação, disse, só uma intervenção internacional, seguindo o modelo da Croácia e Kosovo, a deteria. Para isso, afirma, chegariam voluntários argentinos, alguns deles já veteranos das guerras balcânicas. Também se esperava a paraguaios, colombianos e alguns elementos uruguaios.
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in Vermelho - 19 DE JULHO DE 2009 - 20h11
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