União Europeia
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O ceticismo era grande. Na Alemanha, muitos temiam que o sólido marco alemão fosse substituído por uma moeda que trouxesse consigo altos índices de inflação. Outros estavam preocupados com a influência das economias de países onde se produzia menos do que na Alemanha. As taxas de inflação desses países teriam reflexos sobre a estabilidade da moeda comum?
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O euro chegou para valer em 12 países no Ano Novo de 2001 para 2002, mas os preparativos para a introdução da nova moeda haviam começado bem antes. Bancos e comércio vinham sendo abastecidos com o novo dinheiro desde setembro. Nas lojas e supermercados, os preços eram exibidos em euro e na moeda nacional, para que as pessoas pudessem desenvolver uma noção do valor do novo dinheiro. Na Alemanha valia a regra: dois marcos perfazem um euro.
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Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: 'Starter kit' do euro
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Campanhas publicitárias apresentaram a nova moeda e, a partir de 17 de dezembro de 2001 era possível comprar os chamados starter kits nos bancos. Por 20 marcos recebia-se pouco mais de 10 euros em moedas, mas ainda não era possível pagar com elas. Isso seria possível apenas a partir da 00h00 de 1º de janeiro de 2002.
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Dimensão histórica
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A adoção do euro causou longos debates entre políticos dos países europeus. Na condição de pró-europeu convicto, o então chanceler federal alemão, Helmut Kohl, concordou de bom grado com a adoção da nova moeda nas negociações para o Tratado de Maastricht, em fevereiro de 1992.
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A posição adotada por Kohl era de suma importância para alguns estados do leste alemão, que condicionavam seu consentimento com a unificação alemã à garantia de que estariam firmemente ancorados no conjunto de valores ocidentais. A moeda comum europeia parecia ser – aos olhos dos governantes envolvidos – o melhor meio para tornar essa decisão irreversível.
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Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Disputa para comprar os primeiros kits da moeda
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Durante os debates no Parlamento alemão sobre a adoção do euro pela Alemanha, Kohl ressaltou a dimensão histórica da decisão: "A concretização da união econômica e monetária europeia é, nas suas consequências, a mais importante decisão desde a reunificação alemã. Ela é a mais profunda mudança no nosso continente europeu, desde o colapso do império comunista".
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Não é a primeira vez que há uma moeda comum no continente. Cerca de 1.150 anos antes, o rei franco Carlos Magno (747-814) também introduzira uma moeda comum em seu império: o denário de prata era utilizado por todos em todos os lugares. Com isso, era possível comparar preços, e uma pessoa podia descobrir que valor o serviço por ela oferecido tinha em outros lugares.
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Assim como hoje, os habitantes do continente tiravam proveito do fato de poderem fazer negócios em outras localidades utilizando sua própria moeda, sem a necessidade e as despesas de fazer câmbio. Uma vantagem que desapareceu com a divisão do Império Carolíngio, no final do século 9º.
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Moeda estável
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De volta ao século 21: o ceticismo inicial sumiu e, sete anos após sua adoção, o euro tornou-se uma das moedas mais estáveis do mundo. Muitos países acumulam reservas na moeda europeia, que também foi se valorizando cada vez mais perante o dólar.
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Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Escultura diante da sede do Banco Central Europeu, em Frankfurt
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Isso se deve principalmente à existência de um banco central único, uma posição que era defendida principalmente pela Alemanha. A política financeira comum é – também por motivos históricos – voltada para manter a inflação sob controle. Os devastadores tempos da inflação alta na Europa deixaram marcas profundas no inconsciente coletivo dos europeus e despertam temor e preocupação mesmo naqueles que não os conheceram.
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O euro passou nos primeiros testes e desempenha um papel respeitado no cenário monetário internacional. Além disso, o espaço monetário unificado – do qual fazem parte hoje mais quatro países – é uma garantia para a paz no continente. Declarar guerra à própria moeda é algo que faz tanto sentido para um país quanto destruir fábricas das quais os próprios empresários participam.
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No dia da adoção do euro, o então ministro alemão das Finanças, Hans Eichel, resumiu a importância da data: "Este é um dia histórico porque hoje se torna palpável, para qualquer um, o que é a unificação europeia, e que este é o grande projeto de paz e bem-estar social do século 21 para nós, os europeus."
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Autor: Matthias von Hellfeld
Revisão: Augusto Valente
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