«Exige-se melhores salários e negociações justas» | | . Trabalhadores mostram a força da luta .
| Apesar da pressão e das ameaças do patronato, os trabalhadores canadianos não cedem e mostram-se determinados em prosseguir os protestos por melhores salários e em defesa de negociações sérias e justas. .
O caso da luta que decorre em Toronto é elucidativo da firmeza dos trabalhadores. A maior cidade do Canadá está imersa em lixo devido à recusa do governo local em ceder às reivindicações dos trabalhadores municipais. . A greve em torno de melhorias salariais, envolvendo cerca de 30 mil funcionários de todos os sectores, dura há quase um mês e é particularmente sentida na área da recolha de resíduos sólidos urbanos, com o governador, David Miller, a fazer propostas negociais via meios de comunicação social, mas, na prática, a recusar dialogar com os sindicatos, legítimos representantes dos trabalhadores da autarquia. . A situação é de tal forma extrema que nem os 21 parques indicados pelo executivo de Toronto para que a população despeje o lixo são capazes de a solucionar. O mau-cheiro e a insalubridade provocados por toneladas de detritos acumulados ameaçam tomar conta da metrópole, e a população começa a unir-se aos protestos dos trabalhadores manifestando-se favorável a que seja encontrada uma saída rápida para a crise. Miller já sente as consequências do seu braço-de-ferro e, segundo o Toronto Star, 67 por cento dos habitantes da cidade desaprova a gestão do autarca nesta matéria. . Não obstante, o governador mantém, no fundamental, a sua posição e preocupa-se em continuar a campanha mediática contra quem luta. Chegou mesmo ao ponto de aparecer num canal de televisão dos EUA para garantir que os turistas norte-americanos podem continuar a visitar a cidade pois não sentiriam qualquer efeito da greve... . Mineiros dizem basta . Simultaneamente, os trabalhadores da empresa de exploração de minério Sudbury, propriedade da Vale Inco, iniciaram, esta semana, uma greve em defesa da renegociação justa dos contratos de trabalho. . O protesto foi votado favoravelmente por mais de 85 por cento dos operários da empresa canadiana, isto depois da administração ter recusado os termos exigidos pelos representantes dos trabalhadores a respeito de salários, regalias e pensões. . A Vale Inco ameaça que a greve não terá efeito devido à existência de grandes quantidades de níquel e cobre armazenados, matérias-primas com muito menor escoamento no mercado mundial devido à crise. Acresce que a multinacional usa o argumento da falta de viabilidade da unidade canadiana para aumentar a pressão e a exploração dos seus funcionários, e lembra que já despediu dois mil trabalhadores em todo o mundo. . Mas os cerca de 3300 mineiros da Sudbury acreditam que a companhia não poderá suportar por muito tempo o protesto e será obrigada a regressar à mesa das negociações. Os trabalhadores lembram ainda que, em Maio passado, já haviam cedido ao permitirem a extensão das actuais condições contratuais até à definição de um novo acordo. Assim, é tempo de dizer basta! . Na altura os mineiros votaram igualmente a convocação de uma greve caso as negociações falhassem, tal como se veio a verificar. | |
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