Genocídio na Administração Pública
* Custódio Martins
O ataque feroz e planeado, durante a campanha eleitoral pelo actual 1º Ministro, aos Funcionários Públicos e que mereceu o aplauso generalizado dos Portugueses, está em curso.
A maioria dos nossos concidadãos achou que era uma causa justa que o candidato se propunha levar a cabo, contra a “corja dos funcionários públicos” que vinham delapidando o erário público, que eles pobres coitados vinham amealhando nos cofres do Estado.
Isto faz-me lembrar que durante o início do império Nazi, alguém terá dito: levaram os Judeus, mas ele não era Judeu; depois levaram os comunistas, mas ele não era comunista; até que chegou a vez desse alguém…. Os funcionários públicos já estão a ser cozinhados a todo o vapor…. Quem virá de seguida?
Qualquer trabalhador que pertença à administração pública é tido pela população quase como um malfeitor, mercê das mentiras propaladas durante a campanha eleitoral e no tempo que se lhe seguiu. Certamente existem alguns que merecerão reparos e até mesmo procedimentos disciplinares, mas isso também acontece nas empresas privadas.
Reformas? Onde estão elas?
Não vi nunca o 1º Ministro fazer qualquer esboço de retirada de privilégios aos políticos que grassam por este país fora.
Creio ter lido em alguma imprensa que os nossos governantes ganham mais do que os congéneres Espanhóis. Temos de convir que os nossos dirigentes têm feito uma política de tal forma promissora que cada Português vê o seu rendimento crescer a cada mês que passa e, até achará que os coitados dos nossos ministros ganham pouco.
Porque será que a Espanha cada vez está mais forte e rica? Será porque os seus funcionários públicos trabalham melhor que os nossos? Ou será porque têm bons dirigentes? Será que lá acabaram com tudo o que funcionava e não funcionava para fazer “borrada” nova? Será que lá foram criadas chefias a torto e a direito como aqui?
Avaliação? Não será antes classificação? Por inaptos?
Foi criada na administração pública um novo sistema de avaliação dos trabalhadores, sim novo sistema, porque avaliação dos trabalhadores da administração pública existe, pelo menos desde 1982 e ao contrário do que tem sido dito à boca cheia, não era toda a gente “os melhores do mundo”. Muitas avaliações fracas era atribuídas, se calhar não tantas quantas seriam merecidas.
Na anterior avaliação, a não ser que o avaliado assinasse e datasse por baixo da frase que dizia “Nos termos legais aplicáveis, não autorizo que a minha classificação de serviço seja publicada.”, as classificações finais eram afixadas no placar existente
Que raio de transparência existe nestas avaliações, em que as classificações atribuídas não são públicas? Como pode existir uma avaliação digna e correcta se os avaliadores, em grande parte não sabem o que andam a fazer?
As chefias que temos? Não será melhor importá-los?
Como pode este nosso amado País tentar chegar ao grupo dos melhores países europeus se cada vez que muda o governo é uma razia generalizada nos responsáveis pelas diversas repartições e serviços espalhados pelos país, e nova leva de “capatazes” são lá postos, estes têm cartões diferentes, é certo.
Então, durante 1, 2, 3, 4 anos estiveram os nossos impostos a pagar a formação “dum futuro dirigente” no posto de trabalho e passado algum tempo atira-se para o caixote do lixo todo aquele investimento?
Tudo o que se escreve é com o mesmo sentido que todos os dias vemos as figuras gradas a debitar nos rádios, jornais e TV, tudo o que é mandante defende que os seus subordinados são os piores, mas como conseguem atingir os objectivos que lhes são impostos? Devem ser super-heróis.
Claro que também há Chefes capazes e com muito para dar a este país, mas por regra esses são os primeiros a ser arrumados na prateleira.
Para os capazes e para aqueles que todos os dias lutam pela melhoria e querem ser cada vez melhor, quer sejam simples mandados como meros mandantes, o meu obrigado e que continuem a luta por um Portugal melhor.
in PortugalClub
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